Mais de 150 pessoas morrem após multidão ser esmagada em Halloween na Coreia do Sul

Outras 133 pessoas ficaram feridas após uma multidão avançar em uma rua estreita de Itaewon, na capital Seul; número de mortos ainda pode aumentar, segundo os bombeiros

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Por Redação
Atualização:

SEUL - Ao menos 153 pessoas morreram e outras 133 ficaram feridas neste sábado, 29, na Coreia do Sul ao serem esmagadas por uma multidão que avançava em uma rua estreita durante as festividades de Halloween, no bairro de Itaewon, na capital Seul, disseram autoridades. Essa já é a maior tragédia em tempos de paz na Coreia do Sul desde que a balsa Sewol afundou em 2014, matando mais de 300 pessoas.

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Segundo Choi Seong-beom, chefe do corpo de bombeiros, o número de mortos ainda pode aumentar já que há muitos feridos em condições críticas. Mais de 800 trabalhadores de emergência e policiais de todo o país, incluindo todo o pessoal disponível em Seul, foram enviados às ruas para tratar os feridos.

Autoridades disseram que as pessoas foram esmagadas até a morte depois que uma multidão começou a avançar em um beco estreito perto do Hamilton Hotel, um importante local de festas em Seul, por volta das 22h22 do horário local (10h22 em Brasília). “O alto número de vítimas resultou do fato de que muitos foram pisoteados durante o evento de Halloween”, disse o chefe dos bombeiros. A maioria das vítimas tinha 20 anos, disseram as autoridades sem entrar em detalhes.

Feridos são atendidos em uma rua do distrito de Itaewon, em Seul, depois que cerca de 50 pessoas sofreram parada cardíaca devido a um tumulto durante as comemorações do Halloween em Seul, Coreia do Sul  Foto: Yonhap/EPA/EFE

Um centro improvisado de gerenciamento de desastres e uma clínica de primeiros socorros foram montados sob várias tendas em frente ao Hamilton Hotel. Quadros brancos foram instalados com informações continuamente atualizadas sobre o número de mortos e os hospitais para onde as pessoas foram enviadas. Uma mesa com uma prancheta e uma caneta foi colocada para a listas de pessoas desaparecidas.

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No início da ocorrência, a polícia informou que cerca de 81 pessoas foram relatadas como sofrendo “problemas respiratórios”. A agência de notícias nacional sul-coreana Yonhap informou que cerca de 50 pessoas tiveram paradas cardíacas.

Fotos publicadas pela mídia nacional mostraram cidadãos, policiais e profissionais de emergência realizando ressuscitação cardiopulmonar em pessoas espalhadas na calçada. Imagens de TV e fotos mostraram ambulâncias alinhadas nas ruas em meio a uma forte presença policial e equipes de emergência transportando os feridos em macas.

A polícia, que estava restringindo o tráfego nas áreas próximas para acelerar o transporte dos feridos para hospitais em toda a cidade, também confirmou que dezenas de pessoas estavam recebendo técnicas de ressuscitação nas ruas de Itaewon. O governo metropolitano de Seul enviou mensagens de texto de emergência pedindo que as pessoas na área voltassem rapidamente para casa.

A mídia local disse que os becos estreitos de Itaewon estavam lotados com até 100 mil pessoas para as festividades de Halloween na noite deste sábado (horário local). No início do dia, grandes protestos bloquearam o tráfego da cidade na área. O incidente levantou questionamentos sobre gerenciamento e planejamento de multidões no evento que vinha sendo divulgado há muito tempo.

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Veículos de emergência lutaram para chegar e sair do local, com estradas congestionadas e pedestres se espalhando. Por volta das 22h45 (horário local, 10h45 de Brasília), um veículo de emergência lotado de equipes de resgate ficou em um engarrafamento enquanto tentava chegar à estrada principal onde estavam as vítimas.

Investigadores da polícia examinam um beco após um tumulto durante as comemorações do Halloween, no distrito de Itaewon, em Seul  Foto: Yonhap/EPA/EFE

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, ordenou o envio de equipes de primeiros socorros ao local e pediu que os hospitais se preparassem para receber os feridos, indicou a Presidência. Já o prefeito de Seul, Oh Se-hoon, que visitava a Holanda no momento do incidente, estava voltando para a Coreia do Sul, disse seu gabinete.

Uma testemunha disse que o tumulto ocorreu quando uma multidão invadiu um beco estreito. “As pessoas continuaram pressionando e mais pessoas foram esmagadas”, escreveu a testemunha no Twitter. “As pessoas esmagadas sob a multidão estavam chorando e eu pensei que seria esmagado até a morte também, respirando por um buraco e chorando por ajuda.”

“Havia tantas pessoas que não podíamos nos mover”, disse Song Su-yeon, 46, que estava visitando o bairro. “Parecia que eu teria morrido se tivesse caído.”

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Uma linha de polícia cerca uma rua no distrito de Itaewon, em Seul, depois que cerca de 120 pessoas morreram em tumulto  Foto: Yonhap/EPA/EFE

O bairro de Itaewon é conhecido pelas celebrações de Halloween. Desenvolveu-se como um distrito de bares, boates e lojas que atendiam soldados americanos baseados nas proximidades nas décadas após a Guerra da Coreia. Agora, é um dos bairros mais populares de Seul, conhecido por sua vida noturna, frequentadores jovens, turistas estrangeiros e restaurantes elegantes. O incidente ocorreu em uma das noites mais movimentada do ano na capital sul-coreana.

Esta é a primeira vez que os sul-coreanos realizam as comemorações de Halloween em Itaewon sem o uso obrigatório de máscaras ao ar livre desde o início da pandemia de covid-19 em 2020.

Líderes mundiais prestaram suas condolências aos sul-coreanos. O presidente americano, Joe Biden, expressou suas condolências às famílias das vítimas e estendeu votos de uma rápida recuperação para os feridos: “Os Estados Unidos estão com a República da Coreia durante este período trágico”.

“Notícias horríveis de Seul esta noite”, tuitou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. “Todos os nossos pensamentos estão com aqueles que estão ajudando e com todos os sul-coreanos neste momento muito angustiante”.

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“Minhas mais profundas condolências a todos que perderam seus entes queridos na tragédia em Seul ou os viram feridos”, tuitou Anton Gerashchenko, conselheiro do ministro de Assuntos Internos da Ucrânia. “Que algo assim nunca mais aconteça.”/AFP, AP, W.POST e NYT

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