Petro mobiliza base e alega ‘golpe branco’ após denúncias de corrupção na Colômbia

Após acusações de escuta ilegal e financiamento ilícito na campanha, Petro fala em “golpe branco” da oposição e pede união da base

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou nesta quarta-feira, 7, grupos políticos da oposição de supostamente orquestrarem um “golpe branco” contra ele, depois que vieram à tona revelações de seu ex-embaixador em Caracas, Armando Benedetti — seu braço direito durante a eleição — sobre supostas irregularidades no financiamento de sua campanha eleitoral.

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Em um discurso para milhares de pessoas em Bogotá durante uma manifestação em apoio às reformas de seu governo, que estão sendo bloqueadas pelo Congresso, Petro disse que o povo sairá às ruas para defender a democracia se ocorrer um “golpe branco”.

“Petro não está sozinho. Se eles ousarem violar o mandato popular, o povo da Colômbia sairá (...) para defender com suas mãos limpas, felizes e não violentas o (...) mandato popular”, disse ele.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acompanhado de sua vice-presidente Francia Marquez, à direita, fala a apoiadores durante um comício em Bogotá, Colômbia, quarta-feira, 7 de junho de 2023.  Foto: Fernando Vergara / AP

De acordo com o presidente colombiano, essas acusações de corrupção têm o objetivo de desestabilizar seu governo.

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“Eles divulgam essas mentiras porque há uma estratégia que precisamos entender e enfrentar. Eles querem destruir o apoio popular ao governo para ter um governo sozinho, querem isolar o governo de Petro de seu povo, querem criar desconfiança na base popular”, disse o presidente.

Mobilização de apoiadores

Para reagir ao recente escândalo, Petro mobilizou sua base, e as centrais sindicais convocaram marchas na quarta-feira em Bogotá e outras cidades da Colômbia em apoio às reformas propostas pelo presidente, em um momento em que o governo do político de Esquerda enfrenta a maior crise desde sua eleição em junho de 2022.

Com “o movimento sindical, estudantil, comunitário e camponês, estamos organizando essas marchas pacíficas em todo o país em apoio às reformas sociais e ao governo do presidente Petro”, explica Francisco Maltes, presidente da Central Unitária de Trabalhadores, em uma entrevista à estação de rádio pública Radio Nacional.

Recentemente, foram divulgadas gravações de áudio nas quais o ex-embaixador Benedetti afirma que realizou “cem reuniões” em favor do então candidato Petro e que “obteve” quatro milhões de dólares para sua candidatura à presidência da Colômbia.

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Nos mesmos áudios revelados pela revista Semana, Benedetti repreende a ex-chefe de gabinete de Petro, Laura Sarabia — com quem ele tem uma disputa sobre supostas escutas ilegais que custaram o emprego de ambos — pelo relacionamento precário e insinua que ele pode fazer revelações que poderiam ter consequências para o governo.

“Se você quiser ser ameaçada, vou sair e contar tudo o que sei, o que é suficiente para acabar com o mundo, o seu e o meu”, disse Benedetti a Sarabia nos áudios divulgados na noite de domingo.

Tanto o Congresso quanto as autoridades eleitorais colombianas estão investigando o caso.

Oposição pede investigação do presidente

Por outro lado, na terça-feira, 6, diferentes setores políticos da Colômbia pressionaram o Congresso a iniciar investigações contra o presidente Gustavo Petro por supostas irregularidades, após a polêmica revelação de áudios de funcionários de alto escalão de seu governo que abalaram o país.

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Na segunda-feira, 5, uma iniciativa para investigar o presidente e a origem dos fundos de sua campanha chegou ao legislativo colombiano, com o objetivo de levá-lo a julgamento. Três denúncias foram apresentadas à Comissão de Acusação, que será encarregada de investigar o assunto.

O presidente da Câmara dos Deputados, David Racero, do mesmo campo político de Petro, explicou o procedimento a ser seguido na Comissão de Acusação do Congresso.

“A primeira coisa é pedir ao presidente da Comissão de Acusação que faça a devida distribuição do processo”, pediu Racero. O congressista pró-governo está se referindo à nomeação dos legisladores investigadores.

O senador Miguel Uribe Turbay, do Partido Centro Democrático, opositor do governo e um dos que denunciaram Petro, disse que os áudios divulgados mostrariam evidências de “crimes relacionados a financiamento ilegal e compra de votos”.

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David Luna, senador do partido Cambio Radical, também opositor do governo de Petro, pediu aos órgãos de controle que “investiguem a fundo os possíveis atos de corrupção ocorridos na campanha do atual presidente” e acrescentou que “se os depoimentos revelados forem verdadeiros, as consequências devem ser contundentes”.

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