Contudo, a Opep também apresenta no relatório os dados de produção da Venezuela relatados por fontes secundárias, que mostram uma queda na produção do país. Em maio, foram 1,39 mbd, uma redução de 42 mil barris em relação a abril.
Essa produção é a menor em 30 anos e se aproxima da de março de 1950, quando a Venezuela produzia 1,38 milhão de barris diários, de acordo com dados da PDVSA citados pela consultoria Capital Market. Em janeiro, o número já havia caído para o mínimos histórico em três décadas, quando atingiu 1,6 milhão de barris diários.
A empresa Ecoanalítica estima que a Venezuela, afundada na pior crise econômica de sua história, poderá fechar o ano com uma produção de 1,2 milhão de barris por dia.
O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reconhece a queda, mas a atribui à má gestão na petroleira estatal PDVSA – onde vários casos de corrupção vieram à tona recentemente – e a investimentos reduzidos em infraestrutura em razão da queda nos preços do petróleo nos últimos anos.
Maduro, que também acusou os Estados Unidos de se infiltrarem na PDVSA para destruir a indústria venezuelana por meio da corrupção, anunciou na semana passada que colocará em prática um plano para aumentar a produção de petróleo em pelo menos 1 milhão de barris diários.
Desde agosto de 2017, autoridades da Venezuela prenderam 80 funcionários da petrolífera, incluindo 22 gerentes e dois presidentes, por supostamente fazer parte de vários “esquemas de corrupção” que custaram aos cofres do país pelo menos US$ 40 bilhões. Os especialistas, por sua vez, vinculam a queda da produção ao financiamento, pela PDVSA, de um déficit fiscal estimado em 20% do Produto Interno Bruto venezuelano.
O petróleo é responsável por 96% das divisas que entram na Venezuela, país que detém as maiores reservas do mundo e cuja crise combina hiperinflação e escassez de bens básicos. Em 1970, o país atingiu sua produção máxima, com 3,78 milhões de barris diários. Desde então, o nível mais baixo foi em 1987, segundo a Opep, com uma média de 1,49 milhão de barris diários no primeiro semestre. / REUTERS e AP
A imigração venezuelana para o Brasil em 20 fotos
1 / 20A imigração venezuelana para o Brasil em 20 fotos
Roraima
Cerca de 40 mil imigrantes vivem atualmente em Boa Vista, capital de Roraima. Em um ano, chegada de venezuelanos aumentou em 10% a população da cidade... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Travessia
Cerca de 700 imigrantes fazem fila diariamente na fronteira da Venezuela com o Brasil, próximo ao município de Pacaraima, em Roraima Foto: Werther Santana/Estadão
Caminho
Após atravessarem a fronteira, muitos venezuelanos caminham por dias pela estrada até a chegada em Boa Vista. Foto: Werther Santana/Estadão
Carona
Na foto, a família de Francisco da Encarnación tenta conseguir uma carona pela BR-174 atéBoa Vista Foto: Werther Santana/Estadão
Abrigo
Os cinco abrigos de Boa Vista estão superlotados. Na foto, o abrigo do bairro Pintolândia, no qualimigrantes vivem dentrode um ginásio e em tendas no ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Descanso
Nos abrigos, imigrantes dormem em colchões dispostos no chão ou em redes improvisadas Foto: Werther Santana/Estadão
Rotina
Na foto, imigrantes penduram roupas em ginásio transformado em abrigo pela Defesa Civil de Roraima Foto: Werther Santana/Estadão
Em praças
Com os abrigos lotados, imigrantes montaram barracas improvisadas nas praças, mas não contaram com a ajuda do poder público. Na Praça Simon Bolívar, p... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Falta de estrutura
Comércio no entorno de praça cobra R$ 3 para venezuelanos utilizarem banheiros. Sem alternativa, muitos procuram matagais próximos para urinar e defec... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Superlotação
Dentre os abrigos,a pior situação é a do localizado no bairro Pintolândia, que acolhe apenas venezuelanos indígenas. O local tem capacidade para 370 p... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Refeições
Na foto, venezuelanos esperam na fila para receber comida noGinásioTranquedo Neves, transformado em abrigo pela Defesa Civil em Boa Vista Foto: Werther Santana/Estadão
Refeições com sobras
Com a chegada de mais refugiados à cidade e a falta de vagas em abrigos, os que vivem em praças começaram a buscar alternativas para comer. Inicialmen... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Fechamento de fronteira
A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), se encontrou na quinta-feira com a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), relatora da aç... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Higiene
Venezuelanos acampados em praça de Boa Vista andam mais de dois quilômetros até o Rio Branco para tomar banho ou lavar roupas. Foto: Werther Santana/Estadão
Comércio improvisado
Ruas do entorno do abrigo Tancredo Neves viraram uma espécie de feira ao ar livre de venezuelanos, com venda de alimentos e cigarros e prestação de se... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Trabalho
O trabalho autônomo foi a opção encontrada por imigrantes que não conseguem emprego na capital de Roraima. Alguns vendem os poucos itens que trouxeram... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Precarização
Outra mudança no mercado de trabalho de Boa Vista trazida pela imigração foi a redução no valor das diárias pagas a profissionais autônomos. Com muita... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Nas ruas
Venezuelanos trabalham nos faróis lavando os retrovisores de carros para ganhar trocados em Boa Vista Foto: Werther Santana/Estadão
Prostituição
Moradores contam que a presença de garotas de programa nas calçadas se intensificou com o aumento da imigração venezuelana na cidade. Antes, dizem ele... Foto: Werther Santana/EstadãoMais
Violência
Com o aumento da população, Boa Vista viu o número de ocorrências criminais dobrar. Mas apenas 0,5% dos crimes foi cometido por venezuelanos, segundo ... Foto: Werther Santana/EstadãoMais