Polícia alemã desmantela grupo neonazista que planejava atacar mesquita

Segundo a polícia, armas e munições, bem como símbolos nazistas, foram encontrados na ação contra a organização Freie Kräfte Prignitz

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Por Redação
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BERLIM - A Polícia da Alemanha informou nesta sexta-feira, 3, uma operação contra um grupo neonazista em três Estados federados do leste do país, sob suspeita de que sete de seus membros estavam preparando um ataque com coquetéis molotov contra uma mesquita e outros a empresas imigrantes.

Segundo a polícia, armas e munições, assim como símbolos nazistas, foram apreendidos na operação contra a organização Freie Kräfte Prignitz. A operação foi realizada em seis casas dos Estados de Brandenburgo, Mecklenburg-Pomerânia Ocidental e Saxônia-Anhalt.

Alemães participam do maior festival neonazista de música, em Themarm, Alemanha Foto: Michaela Rehle/Reuters

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As investigações estão sendo a cargo do Departamento Penal Regional (LKA) de Brandenburgo, um Estado nas proximidades de Berlim. Durante a operação, a polícia também apreendeu vários computadores e telefones celulares dos membros da organização neonazista.

O grupo, conhecido desde 2014, está na lista de organizações de extrema direita contrárias à ordem constitucional do Escritório Federal para a Proteção da Constituição. No mês passado, a polícia da Alemanha colocou sob vigilância, pela primeira vez, uma filial regional do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão). 

No Estado de Brandemburgo, a AfD ficou em segundo lugar nas eleições regionais de 2019, com 23,5% dos votos. Até agora, a vigilância era aplicada apenas a grupos considerados uma ameaça à democracia ou ao estado de direito. Em março, as autoridades já haviam decidido monitorar a ala mais radical da AfD, próxima dos neonazistas. 

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O governo da chanceler Angela Merkel acusa o partido de estimular o aumento de atentados de extrema direita com seus discursos contra os imigrantes. Nos últimos anos, a Alemanha foi alvo de vários ataques de extremistas, mas o que mais preocupa as autoridades é a ameaça de terrorismo, especialmente desde o assassinato, há um ano, de um deputado alemão do partido de Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU). 

Em fevereiro, 12 membros de um grupo de extrema direita foram presos como parte de uma investigação antiterrorista. Acredita-se que eles planejaram ataques em larga escala contra mesquitas, inspirados nos atentados de Christchurch, na Nova Zelândia. Em outubro, um homem ligado à extrema direita tentou atacar uma sinagoga em Halle. Como não conseguiu, atirou em um pedestre e no cliente de um restaurante de kebab, transmitindo a ação ao vivo pela internet. / EFE e AFP

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