A polícia federal argentina realizou uma operação de busca e apreensão na noite desta sexta-feira, 9, no apartamento do ex-presidente Alberto Fernández e apreendeu o celular do político peronista, após ele ser acusado pela ex-mulher e ex-primeira-dama Fabiola Yañez de violência física e assédio. O ex-presidente nega, mas a imprensa argentina divulgou fotos dela com o rosto machucado e mensagens em que relata as agressões.
A apreensão foi pedida pelo promotores federais Carlos Rivolo e Ramiro González, que entrou em contato com Fabiola Yañez para oferecimento de ajuda especializada em violência contra a mulher.
Segundo o jornal argentino Clarín, a apreensão do celular tem como objetivo checar se Fernández manteve contato com a ex-primeira-dama após ele receber a denúncia de agressão, que o proíbe o contato entre a vítima e o suposto agressor.
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O Clarín reporta que os promotores vão analisar o celular de Fernández em busca de evidências para o caso de violência de gênero, sem buscar mais informações sobre outras temáticas.
O juiz também decretou que o ex-presidente deve entregar todos os dispositivos eletrônicos em casa. Foi entregue um tablet à Justiça, afirma o Clarín. A polícia federal da Argentina foi ao 12º andar do edifício Rear View, em Puerto Madero, em Buenos Aires, onde mora Fernández, em um apartamento emprestado.
Fabiola Yañez está em Madrid, na Espanha, onde teve a segurança reforçada a pedido do tribunal argentino.
Caso de agressão
De acordo com informações da imprensa argentina, as agressões ocorreram em agosto de 2021, durante a pandemia. A Justiça havia entrado em contato com Fabiola Yañez anteriormente ao encontrar relatos da violência em mensagens no celular de María Cantero, ex-secretária de Alberto Fernández, no âmbito da investigação que apura irregularidades no governo.
Yañez não quis dar continuidade ao processo inicialmente, mas disse em audiência que mudou de ideia e decidiu apresentar a queixa porque vinha sendo ameaçada pelo ex-presidente. Ela formalizou a denúncia nesta terça-feira, 6, de Madri, onde vive atualmente, por videoconferência com o juiz Julián Ercolini, que determinou medidas protetivas.
Alberto Fernández está proibido de sair do país e de entrar em contato com ela, além de ser obrigado a manter distância de 500 metros da ex-mulher.
Ainda na terça, ele publicou uma nota nas redes sociais em que negava as acusações. “Quero expressar que a verdade dos acontecimentos é outra. Vou dizer apenas que é falso e que jamais ocorreu da forma que agora me imputa”, disse sobre a denúncia de Fabiola Yañez, acrescentando que evitaria declarações midiáticas e se pronunciaria apenas perante a Justiça. Ele não voltou a se manifestar publicamente após a divulgação das fotos.
Nesta semana, a ex-presidente Cristina Kirchner, que foi vice-presidente de Fernández no governo de 2019 a 2021, se solidarizou com a vítima, denunciou o episódio e afirmou que o machismo e a misoginia não têm bandeira partidária.
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