Polícia argentina apreende celular do ex-presidente Alberto Fernández após denúncia de agressão

Justiça investiga se político continuou em contato com ex-mulher após acusação de violência física

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Por Redação

A polícia federal argentina realizou uma operação de busca e apreensão na noite desta sexta-feira, 9, no apartamento do ex-presidente Alberto Fernández e apreendeu o celular do político peronista, após ele ser acusado pela ex-mulher e ex-primeira-dama Fabiola Yañez de violência física e assédio. O ex-presidente nega, mas a imprensa argentina divulgou fotos dela com o rosto machucado e mensagens em que relata as agressões.

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A apreensão foi pedida pelo promotores federais Carlos Rivolo e Ramiro González, que entrou em contato com Fabiola Yañez para oferecimento de ajuda especializada em violência contra a mulher.

Segundo o jornal argentino Clarín, a apreensão do celular tem como objetivo checar se Fernández manteve contato com a ex-primeira-dama após ele receber a denúncia de agressão, que o proíbe o contato entre a vítima e o suposto agressor.

O Clarín reporta que os promotores vão analisar o celular de Fernández em busca de evidências para o caso de violência de gênero, sem buscar mais informações sobre outras temáticas.

O juiz também decretou que o ex-presidente deve entregar todos os dispositivos eletrônicos em casa. Foi entregue um tablet à Justiça, afirma o Clarín. A polícia federal da Argentina foi ao 12º andar do edifício Rear View, em Puerto Madero, em Buenos Aires, onde mora Fernández, em um apartamento emprestado.

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Fabiola Yañez está em Madrid, na Espanha, onde teve a segurança reforçada a pedido do tribunal argentino.

Ex-presidente da Argentina Alberto Fernández (2019-2023) é acusado de violência à mulher pela ex-primeira-dama Foto: Natacha Pisarenko/AP

Caso de agressão

De acordo com informações da imprensa argentina, as agressões ocorreram em agosto de 2021, durante a pandemia. A Justiça havia entrado em contato com Fabiola Yañez anteriormente ao encontrar relatos da violência em mensagens no celular de María Cantero, ex-secretária de Alberto Fernández, no âmbito da investigação que apura irregularidades no governo.

Yañez não quis dar continuidade ao processo inicialmente, mas disse em audiência que mudou de ideia e decidiu apresentar a queixa porque vinha sendo ameaçada pelo ex-presidente. Ela formalizou a denúncia nesta terça-feira, 6, de Madri, onde vive atualmente, por videoconferência com o juiz Julián Ercolini, que determinou medidas protetivas.

Alberto Fernández está proibido de sair do país e de entrar em contato com ela, além de ser obrigado a manter distância de 500 metros da ex-mulher.

A mulher do ex-presidente argentino, Fabiola Yañez, acusa Alberto Fernández, de agressão. Foto: Reprodução/infobae.com Foto: Reprodução/infobae.com

Ainda na terça, ele publicou uma nota nas redes sociais em que negava as acusações. “Quero expressar que a verdade dos acontecimentos é outra. Vou dizer apenas que é falso e que jamais ocorreu da forma que agora me imputa”, disse sobre a denúncia de Fabiola Yañez, acrescentando que evitaria declarações midiáticas e se pronunciaria apenas perante a Justiça. Ele não voltou a se manifestar publicamente após a divulgação das fotos.

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Nesta semana, a ex-presidente Cristina Kirchner, que foi vice-presidente de Fernández no governo de 2019 a 2021, se solidarizou com a vítima, denunciou o episódio e afirmou que o machismo e a misoginia não têm bandeira partidária.

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