BARCELONA - Dos 2,3 mil locais que seriam usados como centro de votação sobre a independência da Catalunha, 1,3 mil foram fechados pela polícia espanhola na manhã deste sábado, 30, um dia antes do programado plebiscito. Destes, 163 estão ocupados por ativistas favoráveis à autodeterminação.
A ação policial começou a ser registrada nos dias anteriores, quando espaços foram retomados pelas forças de ordem. Segundo o representante do governo espanhol na Catalunha, Enric Millo, os militantes "estão realizando com toda paz e civilmente" atividades culturais e esportivas. Eles poderão sair dos espaços, mas será proibida a entrada de qualquer outra pessoa.
Em um esforço de desfazer a logística do plebiscito proibido, a Justiça espanhola ordenou o fechamento de escolas e outros locais destinados à votação. A polícia também foi orientada a monitorar se equipamentos eleitorais entram nos espaços.
Os agentes catalães receberam ordens de não recorrer à violência. Os policiais poderão usar força física para abrir corredores e escoltar os eventuais ocupantes até a rua. "Nós os convidamos a se retirar", insistiu Millo, acrescentando que "não achamos necessário" expulsá-los contra a vontade deles.
Ele admitiu, no entanto, que se "atos de desobediência" forem registrados na manhã deste domingo, as forças policiais devem decidir como agir, respeitando "a proporcionalidade".
"Nós dormimos e esperamos por eles (polícia) para que não tentassem nos expulsar ou nos dissessem o que queriam", disse Giselle, que não deu seu sobrenome, em uma escola central de Barcelona onde adultos e crianças dormiam em sacos de dormir ou em tapetes de ginástica. "Eles vieram uma vez e foram muito educados. Dissemos que estávamos lá dentro e em paz", acrescentou.
O governo catalão disse que a polícia ocupou o centro de comunicações e permanecerá no local por dois dias. A ação ocorreu após o Tribunal Superior da Catalunha ordenar à polícia que impedisse o voto eletrônico e instruir o Google a excluir um aplicativo que estaria sendo usado por separatistas catalães para divulgar informações sobre a votação. /AFP e REUTERS
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