WHAKATANE, NOVA ZELÂNDIA - A polícia da Nova Zelândia disse nesta terça-feira, 10, que um dos feridos com a erupção do vulcão White Island, na véspera, morreu em um hospital de Auckland, elevando o número de vítimas para seis.
Cerca de 30 pessoas permanecem hospitalizadas, muitas delas com queimaduras graves. Autoridades acreditam que outros oito corpos ainda estão na área do vulcão, mas que é muito perigoso tentar recuperá-los neste momento.
A polícia local informou que abriu uma investigação criminal para apurar os detalhes da erupção vulcânica. Oito pessoas estão desaparecidas.
O vice-comissário de polícia, John Tims, não entrou em detalhes sobre a investigação, mas disse que ela será feita em paralelo ao trabalho dos órgãos reguladores de saúde e segurança.
Medidas de segurança violadas
O anúncio indica que as autoridades acreditam que medidas de segurança possam ter sido violadas. Muitas pessoas se questionam por que os turistas ainda podiam acessar a ilha, mesmo após especialistas em monitoramento sísmico terem aumentado o nível de alerta do vulcão em novembro.
"Essas perguntas devem ser feitas e respondidas", afirmou a primeira-ministra Jacinda Ardern. "Para aqueles que perderam ou estão buscando parentes e amigos, compartilhamos sua tristeza e ficamos arrasados'', disse ela.
Especialistas dizem que há 50% de chance de outra pequena erupção acontecer entre terça e quarta-feira, tornando muito perigoso o retorno das equipes de busca à ilha.
A premiê do país afirmou que as aeronaves não viram sobreviventes, e Tims explicou que as tentativas de enviar drones ao local foram impedidas em razão das condições de vento. A erupção gerou uma nuvem de vapor e cinzas que pode ter alcançado 3.660 metros de altura.
Russell Clark, um paramédico de terapia intensiva, ressaltou que a cena parecia o desastre nuclear de Chernobyl, "apenas coberto de cinzas". "Eu só posso imaginar como era para as pessoas lá na hora - elas não tinham para onde ir", disse ele.
Muitos dos visitantes da ilha no momento da explosão eram australianos, e Jacinda afirmou que neozelandeses e turistas dos Estados Unidos, China, Reino Unido e Malásia também foram afetados. Alguns dos visitantes eram passageiros do navio de cruzeiros da Royal Caribbean, Ovation of the Seas.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse que 11 australianos não foram encontrados e 13 foram hospitalizados. Suspeita-se que três estejam entre os cinco mortos confirmados inicialmente, disse ele a repórteres em Sydney. "Temo que notícias piores estejam por vir." / AP
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