Queda de ponte em Baltimore: veja o que se sabe até agora sobre colapso após batida de navio nos EUA

De acordo com o governador de Maryland, navio emitiu pedido de socorro antes de colidir, o que salvou vidas; sete pessoas estão desaparecidas

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Por Adela Suliman (The Washington Post), Martin Weil (Washington Post), Justin Wm. Moyer (Washington Post) e Rebecca Tan (The Washington Post)

BALTIMORE (WP) — A ponte Francis Scott Key em Baltimore colapsou por volta de 1h30 desta terça-feira, 26, depois de ter sido atingida por um navio cargueiro, com grande parte da ponte caindo dentro do Rio Patapsco. O Departamento de Bombeiros de Baltimore descreveu o acidente como um “evento com vítimas em massa”. Veículos foram detectados na água e equipes de resgate buscam por diversas pessoas. Veja o que se sabe até agora sobre o episódio.

O que causou o colapso da ponte?

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Um navio com bandeira de Singapura, o Dali, bateu na ponte por volta de 1h30 (2h30, em Brasília), de acordo com o suboficial de 1ª classe da Guarda Costeira, Matthew West, em Baltimore.

A Autoridade Portuária Marítima de Singapura disse na noite de terça-feira, horário local, que estava investigando a colisão e fornecendo “cooperação total” à Guarda Costeira dos Estados Unidos. A autoridade, que regula os serviços marítimos em Singapura, confirmou que um navio registrado no país atingiu a ponte Francis Scott Key por volta de 1h30. Havia 22 tripulantes a bordo durante a colisão, disse.

O navio teve um “problema elétrico”, disse o governador do estado de Maryland, Wes Moore. “Podemos confirmar que a tripulação notificou as autoridades sobre um problema de energia”, disse Moore. O alerta às autoridades permitiu que carros que se dirigiam para a ponte fossem impedidos de seguir adiante. “Essas pessoas são heróis. Salvaram vidas ontem à noite”, acrescentou o governador.

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Ainda não está claro porque a colisão levou ao colapso da ponte. Autoridades disseram que era muito cedo para fornecer qualquer detalhe.

Ian Firth, engenheiro estrutural britânico e projetista de pontes, disse em entrevista na terça-feira que a ponte tinha uma estrutura de suporte “leve” e parecia ter dispositivos de proteção de embarcações na água ao seu redor, mas que os objetos “não eram adequados”.

Ainda não está claro porque a colisão de navio levou ao colapso da ponte. Autoridades disseram que era muito cedo para fornecer qualquer detalhe  Foto: REUTERS/Julia Nikhinson

O que se sabe sobre as vítimas?

Autoridades de Baltimore disseram que os esforços de resgate estavam em andamento na manhã desta terça-feira, e que eles estavam tratando o acidente como um potencial evento de vítimas em massa.

“Havia diversas pessoas na ponte no momento do colapso”, declarou o chefe dos bombeiros de Baltimore, James Wallace. Ele disse que duas pessoas foram resgatadas da água até agora. Uma saiu ilesa e a outra pessoa foi transportado para um centro de trauma local em “estado muito grave”, disse ele.

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Wallace disse que pelo menos sete pessoas estavam na água. Kevin Cartwright, diretor de comunicação do Corpo de Bombeiros de Baltimore, disse anteriormente ao The Washington Post que o número poderia ser maior do que 20. “Nosso sonar detectou a presença de veículos submersos na água”, disse Wallace, sem dar um número exato.

Quais são as condições de procura e resgate?

Wallace disse que as autoridades estavam usando ferramentas de busca subterrânea, incluindo um sonar e drones subaquáticos, bem como ajuda da Marinha e de forças aéreas no resgate.

Ele acrescentou que as temperaturas geladas no local estavam tornando as condições mais difícieis para as equipes.

A ponte de 2,5 quilômetros de comprimento atravessa o rio Patapsco, indo do porto interno de Baltimore até a baía de Chesapeake. Transporta cerca de 11 milhões de veículos anualmente e foi inaugurado em 1977, em homenagem a Francis Scott Key, compositor de The Star-Spangled Banner.

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O navio teve um 'problema elétrico', disse o governador de Maryland, Wes Moore (foto), e a tripulação notificou as autoridades. Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW

Qual é o impacto nas condições de tráfego?

Horas depois da queda da ponde, o trânsito nas rodovias da região permanecia moderado. A rodovia interestadual 695 no sentido leste e oeste foram fechadas na ponte, disseram autoridades de trânsito regionais, com o circuito externo desviado para MD-10 na saída 2 e o circuito interno desviado para MD-157 na saída 43.

Autoridades disseram que os locais deveriam usar rotas alternativas do porto por meio da Interestadual 95 e a Interstadual 895.

O Departamento de Transportes de Maryland publicou uma lista das rotas de ônibus afetadas. O porto de Baltimore foi fechado ao tráfego marítimo, disseram as autoridades.

O que se sabe sobre o navio Dali que atingiu a ponte?

A Autoridade Portuária Marítima de Singapura disse que havia 22 pessoas durante a colisão. Wallace disse que acreditava-se que a tripulação seguia no navio. A embarcação tem 48 metros de largura e 300 metros de comprimento e foi construída em 2015, de acordo com o MarineTraffic.com.

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O navio estava em rota para Colombo, no Sri Lanka, de acordo com o Vessel Finder, que rastreia a navegação global, e estava previsto para chegar em 22 de abril. Anrtes de Baltimore, atracou nos portos de Norfolk e Nova York, nos Estados Unidos, depois de atravessar o Canal do Panamá.

O proprietário registrado do navio é Grace Ocean Pte Ltd., e é administrado pelo Synergy Marine Group. O Synergy Group controla uma frota de quase 400 navios e emprega mais de 14 mil marítimos, segundo seu site.

A embarcação tem 48 metros de largura e 300 metros de comprimento e foi construída em 2015, de acordo com o MarineTraffic.com.  Foto: AP Photo/Mark Schiefelbein

Em 2023, um navio-tanque parcialmente administrado pela Synergy colidiu com um navio-tanque na costa das Filipinas, matando um cidadão filipino e um cidadão chinês, segundo funcionários da guarda costeira filipina

A sede do Synergy Group, com sede em Singapura, estava às escuras quando um repórter do Post visitou o local na noite de terça-feira. Dois funcionários que atenderam a campainha disseram que o escritório estava fechado naquele dia. “Sem perguntas”, disse um funcionário, afastando-se lentamente da porta enquanto seu telefone tocava repetidamente./Washington Post.

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