O helicóptero Black Hawk do Exército que colidiu com um avião de passageiros perto de Washington na quarta-feira, 29, estava treinando próximo a um aeroporto movimentado e em um espaço aéreo complexo porque helicópteros do Exército frequentemente transportam membros do gabinete, legisladores e outras autoridades importantes pela região, disseram oficiais do Exército na quinta-feira.
A tripulação do Black Hawk estava entre as mais experientes do Exército, composta por pilotos de comando do 12º Batalhão de Aviação, sediado em Fort Belvoir, Virgínia. Esses pilotos realizam rotineiramente treinamentos diurnos e noturnos em um corredor aéreo ao lado do Aeroporto Nacional Reagan.
O motivo é simples, disseram os oficiais do Exército: os pilotos precisam treinar onde serão chamados para voar. De muitas maneiras, explicaram, o 12º Batalhão de Aviação é considerado o “táxi VIP” do governo federal em Washington. A brigada é particularmente responsável por missões de “continuidade do governo”, incluindo o transporte de membros do gabinete para locais seguros e não divulgados em emergências nacionais, como os ataques de 11 de setembro.
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“Uma tragédia, uma perda horrível”
O avião de passageiros com o qual o Black Hawk colidiu estava em sua aproximação final para pousar no Aeroporto Nacional Reagan, segundo autoridades. Washington tem um dos espaços aéreos mais restritivos do país, e helicópteros devem voar abaixo de 60 metros para se manterem separados dos aviões.
A questão sobre onde o Exército realiza seus treinamentos provavelmente será examinada nos próximos dias. Daniel Driscoll, indicado pelo presidente Donald Trump para secretário do Exército, disse na quinta-feira que o Exército pode precisar encerrar treinamentos de voo em áreas congestionadas. Em sua audiência de confirmação no Comitê de Serviços Armados do Senado, Driscoll afirmou que o Exército precisará avaliar “qual é o momento apropriado para assumir riscos de treinamento, e pode ser que não seja próximo a um aeroporto como o Reagan”.
Dois oficiais do Exército confirmaram que os pilotos do helicóptero — um homem e uma mulher — e um tripulante, um sargento, morreram na colisão. Apenas o corpo do sargento foi recuperado até o momento, informaram as autoridades. O Exército disse que divulgará as identidades das vítimas após a notificação de seus parentes.
Os 60 passageiros e quatro tripulantes do jato regional, um voo da American Airlines vindo de Wichita, Kansas, também morreram. “É uma tragédia, uma perda horrível de vidas para aquelas 64 almas naquele avião civil e, claro, para os três soldados no Black Hawk”, disse o secretário de Defesa, Pete Hegseth, em um vídeo divulgado de seu escritório no Pentágono.
A causa do acidente está sob investigação. “Mas esses são nossos melhores pilotos”, afirmou Jonathan Koziol, chefe de gabinete da diretoria de aviação do Exército. Ele disse que um dos pilotos tinha 1.000 horas de voo e o outro, 500. “O 12º Batalhão de Aviação tem uma missão especial na região da capital nacional”, explicou. Parte dessa missão envolve “serviço VIP”, enquanto outra parte consiste em apoiar o Pentágono “caso algo muito grave aconteça na nossa área e seja necessário deslocar nossos líderes seniores”.
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O Exército rebateu os esforços de Trump para atribuir culpa ao acidente enquanto os investigadores ainda tentam entender o que aconteceu. Em um briefing na Casa Branca, Trump e Hegseth sugeriram que programas de diversidade poderiam ter influenciado no acidente. Hegseth, em sua primeira aparição como secretário de Defesa, afirmou que “quando você não tem os melhores padrões na contratação, significa, por um lado, que você não está obtendo as melhores pessoas no governo”.
“O Exército realiza atividades perigosas e rotineiras regularmente”, disse Hegseth. “Tragicamente, ontem à noite, um erro foi cometido.” Ele identificou a tripulação do helicóptero pelos postos militares: um capitão, um sargento e um oficial chefe de aviação.
Vários oficiais do Exército expressaram indignação em particular pelo fato de a administração Trump estar atribuindo culpa tão rapidamente e sem apresentar provas. “Podemos especular, mas eu odiaria fazer isso porque não seria justo com as famílias da tripulação”, disse Koziol, ex-piloto do Exército.
O UH-60 Black Hawk estava em uma missão solo partindo de Fort Belvoir. Mais cedo no dia, Hegseth afirmou que a tripulação tinha óculos de visão noturna. No entanto, ainda não estava claro se eles estavam usando os óculos no momento do acidente, segundo as autoridades do Exército.
Hegseth anunciou que o 12º Batalhão de Aviação passará por uma “pausa operacional de 48 horas” para revisar o acidente. O secretário disse que uma equipe de investigação de alto nível da aviação do Exército já estava em Washington para ajudar a determinar a causa do acidente.
c.2025 The New York Times Company
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