WASHINGTON - Os Estados Unidos revogaram mais de mil vistos de cidadãos chineses após o governo americano anunciar, em maio, que suspenderia a entrada de estudantes e pesquisadores da China por representarem “risco para a segurança nacional”.
O chefe interino do Departamento de Segurança Nacional, Chad Wolf, disse que Washington bloqueou vistos para “determinados estudantes e pesquisadores chineses que têm ligação com a estratégia militar da China com o intuito de impedir que roubem ou se apropriem de pesquisas importantes”.
Em discurso, Wolf repetiu as acusações americanas de práticas comerciais injustas e espionagem industrial por parte da China, incluindo tentativas de roubo de pesquisas relacionadas ao novo coronavírus. Ele também acusou o governo chinês de abusar de vistos estudantis para explorar universidades americanas.
Wolf disse que os Estados Unidos também estavam “prevenindo que produtos feitos com trabalho escravo entrem no mercado americano, exigindo que a China respeite a dignidade de todos os seres humanos”, uma aparente referência a alegações de exploração de muçulmanos na região de Xinjiang.
Uma porta-voz do Departamento de Estado disse que a ação está amparada na medida anunciada pelo presidente Donald Trump no dia 29 de maio como parte da resposta americana aos ataques da China à democracia em Hong Kong.
Ela disse que os estudantes e pesquisadores que tiveram os vistos cancelados representavam uma “pequena parcela” dos chineses que estudam e pesquisam nos EUA e que estudantes legítimos continuariam sendo bem-vindos.
Mais cedo, estudantes chineses matriculados em universidades americanas afirmaram ter recebido notificações da embaixada americana em Pequim, por e-mail, com o aviso de que os vistos foram cancelados.
Cerca de 50 estudantes detentores de vistos acadêmicos disseram em um grupo no WeChat que a notificação dizia que eles teriam que solicitar novos vistos se quisessem viajar para os Estados Unidos./REUTERS
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