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‘Porta do Inferno’: cratera que queima há mais de 50 anos no Turcomenistão pode deixar de existir

Teoria estima que cratera que arde a 400ºC surgiu em 1971, após perfuração geológica soviética mal-sucedida, quando geólogos teriam decidido incendiar o local para evitar a dispersão de gases venenosos

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Por Redação

A emblemática “Porta do Inferno” no Turcomenistão, uma cratera que arde a 400ºC provavelmente há mais de 50 anos e se tornou atração turística, fascinando e aterrorizando visitantes por décadas, pode estar com seus dias contados. A informação é da CNN.

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De acordo com a reportagem, a cratera de Darvaza, localizada no coração do deserto de Karakum e também conhecida como “Portões do Inferno” ou “Brilho de Karakum”, consiste em chamas alimentadas por metano, que escapam de dezenas de aberturas ao longo do chão e das paredes do local. A cratera é a principal parada em quase todos os passeios pelo país asiático, diz a emissora.

O governo do Turcomenistão, no entanto, já mencionou em várias ocasiões a possibilidade de selar a cratera de alguma forma, enquanto aqueles que visitam Darvaza há anos dizem que as chamas estão muito menores do que antes.

Cratera de Darvaza ou "Porta do Inferno" consiste em chamas alimentadas por metano, que escapam de dezenas de aberturas ao longo do chão e das paredes do local.  Foto: Tormod Sandtorv/Flickr

A cratera fica a 260 quilômetros da capital Ashgabat. Ela tem aproximadamente 70 metros de largura e 30 metros de profundidade. A CNN aponta que uma cerca de segurança foi adicionada em 2018 para impedir que os visitantes se aventurem muito perto do sumidouro em chamas - ao redor da borda, é possível sentir o calor intenso emanando do buraco.

Segundo a CNN, quando os viajantes começaram a se aglomerar em Darvaza, não havia serviços ou comodidades - hoje há três acampamentos permanentes com acomodações de uma noite em tendas, além de refeições e transporte para a borda da cratera.

Origem incerta

Há controvérsias sobre a origem da cratera, diz a CNN, aparentemente porque os relatórios de quando o Turcomenistão era parte da União Soviética estão faltando, incompletos ou ainda confidenciais.

Uma das teorias mais aceitas é que ela surgiu em 1971, após uma perfuração geológica soviética mal-sucedida, que resultou no colapso do solo e na formação da cratera. Para evitar a dispersão de gases venenosos, os geólogos teriam decidido incendiar o local - a expectativa era que o incêndio duraria apenas algumas semanas, mas ele continua até hoje, com chamas ardendo a 400ºC.

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Uma outra teoria é a de que a cratera tenha sido formada em algum momento na década de 1960, borbulhando com lama e gás por um tempo e sendo incendiada somente na década de 1980. Hipóteses para a ignição do gás incluem uma granada de mão ou os soviéticos apenas jogando um fósforo.

O local atrai diversos aventureiros e curiosos de todo o mundo. Ao mesmo tempo que reconhece o valor turístico da cratera, o governo do Turcomenistão também busca maneiras de mitigar os impactos ambientais e possíveis problemas de saúde com origem no fenômeno. Um desses esforços seria o de extinguir as chamas e transformar Darvaza em um local de produção de gás natural, também evitando a perda de um recurso natural valioso, segundo a CNN.

A emissora americana destaca que, em 2022, o jornal estatal Neytralny Turkmenistan relatou que o presidente havia pedido ao seu gabinete para consultar cientistas para encontrar uma maneira de extinguir as chamas e fechar o local para o turismo. O governo não respondeu a um pedido de comentário da emissora.

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Dylan Lupine, da Lupine Travel, sediada no Reino Unido, que foi uma das pioneiras em trazer turistas ao Turcomenistão, disse à CNN que a queima reduziu em cerca de 40% em relação à primeira vez que ele a viu, em 2009. Apesar de não haver nada oficial sobre o fim da “Porta do Inferno”, os moradores temem que, se a cratera for extinta, o turismo no Turcomenistão sofrerá um grande golpe e muitos deles ficarão sem trabalho.

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