Porto Rico tem o maior protesto em duas décadas

Manifestantes pedem a renúncia do governador da região americana, no décimo dia consecutivo de protestos; vazamento de mensagens ofensivas entre ele e servidores deu início às manifestações

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Por Redação
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SAN JUAN - Manifestantes voltaram às ruas da capital de Porto Rico nesta segunda-feira, 22, em um protesto que aparenta ser o maior na ilha em duas décadas.

As dezenas de milhares de pessoas fecharam uma avenida em San Juan pedindo a renúncia do governador Ricardo Rossello, após o vazamento de mensagens entre ele e membros de sua equipe.

Manifestantes na avenida Las Americas, em San Juan, capital dePorto Rico, pedem a renúncia do governador Ricardo Rossello no décimo dia consecutivo de protestos Foto: AP Photo/Gianfranco Gaglione

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O décimo dia consecutivo de protestos ocorre por causa do vazamento de um documento de 889 páginas de conversas em aplicativos, que mostram Rossello e servidores próximos a ele insultando mulheres, eleitores, políticos, jornalistas e celebridades, além de vítimas do furacão Maria, que devastou o país e outras ilhas caribenhas em setembro de 2017.

A divulgação das conversas foi a gota d'água para os habitantes do território dos Estados Unidos, que sofre de corrupção institucionalizada e administração fraca da ilha pelos dois principais partidos políticos, uma crise grave com dívidas, economia estagnada e recuperação lenta dos danos causados pelo Maria.

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A dívida perante a administração federal é estimada em US$ 70 bilhões. Só o furacão Maria foi responsável por destruir o equivalente a US$ 100 bilhões, além de deixar mais de 4 mil mortos, segundo contagem da Universidade de Harvard.

Medidas de austeridade para diminuir os gastos também são responsáveis por cortes para infraestrutura e fechamento de escolas, somando 13 anos de recessão. 

O país também passa por um momento de prisões de membros do governo acusados de corrupção. Um deles é o ex-secretário de Educação.

Em uma entrevista nesta segunda ao canal Fox News, Rossello disse que não irá renunciar e que está focado em acabar com a corrupção e ajudar a ilha a recuperar do Maria. “Eu estou fazendo reparações”, disse. “Eu pedi desculpas por todos os comentários que fiz nas conversas”.

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No domingo, Rossello, um democrata, prometeu que não iria se releger nas eleições de 2020 e nem permanecer como o líder de seu partido. Os comentários somente agravaram a crise.

Nesta segunda, um dos principais jornais da ilha, El Nuevo Día, amanheceu com a manchete: “Governador, é hora de escutar o povo: tem que renunciar”. Mais manifestações estão sendo convocadas em San Juan ao longo da semana. Atletas e artistas locais, como o cantor Ricky Martin, têm participado dos atos. A polícia rodeia a sede do governo, com receio de que os manifestantes se dirijam até lá. / AP e EFE

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