Premiê de Israel defende criação de Estado palestino na ONU e irrita direita em seu país

Discurso de Lapid foi recebido com irritação pela direita israelense e ceticismo pelos palestinos

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - O primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, defendeu nesta quinta-feira, 22, a criação de um Estado palestino em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU. Foi a primeira vez que um líder de Israel foi tão longe em um discurso nas Nações Unidas. “Um acordo com os palestinos, com base em dois Estados para os dois povos, é a coisa certa para a segurança de Israel, para a economia de Israel e para o futuro de nossos filhos”, disse.

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O teor do discurso de Lapid, antecipado pelo jornal Times of Israel na quarta-feira, deixou muita gente em Israel de olhos arregalados. Ele foi apoiado por alguns aliados à esquerda, mas irritou ministros à direita de sua cada vez mais instável coalizão de governo, cujo futuro deve ser decidido em novembro, na quinta eleição em quatro anos.

A reação reforça a fragilidade da declaração do primeiro-ministro, cuja viabilidade na prática hoje é altamente improvável. A ministra do Interior, Ayelet Shaked, afirmou que Lapid fala por si mesmo, não pelo governo, e disse que ele não tem legitimidade para representar Israel quando as questões em jogo podem prejudicar o país.

O primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, durante seu discurso na Assembleia-Geral da ONU  Foto: Jason Szenes/EFE

Lapíd fez a ressalva que qualquer acordo estaria condicionado a um Estado palestino pacífico, que não ameaçaria Israel, praticamente repetindo o que defende o presidente dos EUA, Joe Biden. Mesmo assim, não adiantou. O ex-primeiro-ministro Naftali Bennett escreveu que não há “lógica nenhuma na ideia de um Estado palestino hoje”.

“É preciso dizer com todas as letras: não há espaço para outro país entre o Mediterrâneo e o Rio Jordão. Não só por causa de nosso direito à terra, mas também porque não há possibilidade de uma negociação diplomática com os palestinos.”

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Lapid também não encontrou muito entusiasmo na Cisjordânia. Líderes da causa palestina reagiram com ceticismo ao discurso do premiê. Wasel Abu Youssef, membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou que as palavras do israelense “não significam nada”.

Irã

Mas o discurso de Lapid na ONU não se restringiu à questão palestina. Ele também atacou o Irã, reafirmando a determinação de Israel de impedir que os iranianos obtenham uma arma nuclear. “A única maneira de impedir o Irã de obter uma arma nuclear é colocar uma ameaça militar convincente na mesa”, disse o premiê. “Temos as ferramentas e não temos medo de usá-las.”/NYT e AP

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