Premiê Sanna Marin encara ascensão de partidos conservadores em eleições na Finlândia

Com 5,5 milhões de habitantes, o país poderá assim se juntar à onda nacionalista que assola a Europa, após a ascensão dos conservadores ao poder na vizinha Suécia e a vitória da extrema direita na Itália

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Por Redação

HELSINQUE - Os finlandeses votam neste domingo, 2, em uma eleição legislativa na qual os partidos de centro-direita e anti-imigração buscam derrubar a primeira-ministra social-democrata, Sanna Marin. Apesar de muito popular fora do país, internamente a premiê de 37 anos enfrente a ascensão de conservadores nacionalistas e aparece em terceiro nas pesquisas.

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Com 5,5 milhões de habitantes, a Finlândia poderá assim se juntar à onda nacionalista que afeta a Europa, após a ascensão dos conservadores ao poder na vizinha Suécia e a vitória da extrema direita na Itália. As eleições ocorrem apenas alguns dias depois que a Turquia deu luz verde na quinta-feira, 30, à sua entrada na Otan, levando à maior mudança na política externa pacifista da Finlândia.

As assembleias de voto, que abriram às 9h, estão marcadas para se encerrarem às 20h (horário local). Pela manhã, segundo apuração, cerca de 40% dos eleitores já tinham votado. “As pesquisas mostram que a tendência política mais à direita da Finlândia está ganhando força”, disse à AFP Juho Rahkonen, do instituto de pesquisa E2.

Conforme última pesquisa, o Partido Social Democrata da primeira-ministra social-democrata, Sanna Marin, aparecia em terceiro lugar com 18,7%.  Foto: Mauri Ratilainenp/EFE/EPA

Tradicionalmente, o partido com mais apoio entre os oito principais partidos do Parlamento costuma reivindicar o cargo de primeiro-ministro e tentar formar um governo.

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A última pesquisa publicada na quinta-feira, 30, pelo canal público Yle apontava para uma pequena vantagem do partido de centro-direita Coalizão Nacional, com 19,8%, à frente do nacionalista e anti-imigração Finns Party, com 19,5%.

O Partido Social Democrata de Sanna Marin aparecia em terceiro lugar com 18,7%. A jovem política tomou posse em 2019, aos 34 anos.

As pesquisas a colocam como a primeira-ministra mais popular do século na Finlândia, mas esse sucesso não garante deputados suficientes no Parlamento.

“Embora seja excepcionalmente popular, também desperta oposição. A divisão política tornou-se mais forte”, explicou Rahkonen.

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Enquanto alguns a veem como uma líder firme que conseguiu gerir a pandemia de covid-19 e o processo de adesão à Otan, outros a consideram uma líder inexperiente responsável pelo aumento da dívida pública.

Um deles é Petteri Orpo, líder da Coalizão Nacional. “Quero consertar nossa economia. Quero impulsionar o crescimento econômico”, disse ele à AFP, acusando Sanna Marín de não se importar com o assunto.

A relação dívida/PIB da Finlândia passou de 64% em 2019 para 73%, cifra que o partido Coalizão Nacional propõe reduzir com um corte de gastos de 6 bilhões de euros.

Sanna Marin, por outro lado, acusa a Coalizão Nacional de querer “tirar dos pobres para dar aos ricos”.

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Também na luta está o Partido dos Finlandeses, cujo apoio disparou desde o verão passado devido ao aumento dos preços da energia e do custo de vida ligados à guerra na Ucrânia.

Um primeiro lugar para esse partido de extrema direita, liderado por Riikka Purra, seria o primeiro para aquele país nórdico.

“O que parece claro é que vamos conseguir um resultado muito bom”, disse Purra à AFP, depois de votar.

Markus Hällsten, um eleitor de 31 anos, confidenciou à AFP que acredita que “o partido nacionalista de extrema-direita provavelmente vencerá, infelizmente, por isso estou cumprindo meu dever de detê-los.”

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O partido eurocético promove uma dura política anti-imigração, tem uma visão de longo prazo de deixar a União Europeia e quer adiar a meta de neutralidade de carbono do país em 2035.

As negociações para formar um governo ameaçam ser árduas. Sanna Marin já descartou formar um governo com o Partido dos Finlandeses, que ela chamou de “abertamente racista”.

O líder da Coligação Nacional assegurou que está aberto a esta opção, apesar de se chocar com a formação relativamente às questões da imigração, da União Europeia e da política climática. /AFP

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