Presidente boliviano é expulso de seu próprio partido após briga política com Evo Morales

Conflito ocorreu depois que Luis Arce e o ex-presidente Evo Morales demonstraram interesse na indicação presidencial do partido para as próximas eleições

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Por Redação

O presidente da Bolívia, Luis Arce, foi expulso do MAS, o partido com o qual venceu as eleições de 2020, em meio a uma disputa com seu antigo aliado e hoje adversário, Evo Morales, com vistas às eleições presidenciais de 2025.

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A legenda governista que Morales lidera afastou Arce de suas fileiras por sua recusa em participar do congresso do Movimento ao Socialismo (MAS), realizado entre terça e quarta-feira no departamento (estado) de Cochabamba.

Segundo a resolução aprovada pelos partidários de Morales, Arce se “auto-expulsou” ao faltar ao congresso em que seu rival foi proclamado candidato às primárias de dezembro.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, fala durante uma coletiva de imprensa com a mídia local e internacional para discutir os assuntos atuais do país, em La Paz, Bolívia, 27/09/2023.  Foto: Luis Gandarillas / EFE

Na Bolívia vigora a Lei de Organizações Políticas que obriga todos os partidos a realizarem disputas internas para definir seu candidato.

“Informa-se a auto-expulsão de Luis Arce” e do vice-presidente, David Choquehuanca, aponta o documento lido durante a reunião.

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Outros 28 militantes do MAS leais a Arce, entre eles legisladores e funcionários do governo, também foram expulsos.

Morales, que governou entre 2006 e 2019, disputava com Arce a liderança do partido.

A rivalidade que rachou a unidade do MAS se acentuou no último ano, após as críticas de Morales ao governo por suposta traição, corrupção e tolerância com o narcotráfico.

Após sua tentativa frustrada de se reeleger em 2019 depois de 14 anos de mandato, Morales impulsionou a chegada ao poder de Arce, que ainda não anunciou se tentará a reeleição.

O presidente da Bolívia, Luis Arce (à esquerda), e o ex-presidente Evo Morales em uma reunião política para marcar o 28º aniversário do partido MAS em 26 de março de 2023. Foto: Aizar Raldes / AFP

Durante o congresso, o MAS também modificou os estatutos para que apenas militantes com 10 anos de partido possam se candidatar. Arce não cumpre tal exigência.

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A Justiça eleitoral ainda deve ratificar ou invalidar as decisões do MAS.

Arce havia se distanciado da cúpula do partido governista dias antes do congresso, alegando que as organizações sociais não estavam representadas.

“Não podemos ir a uma casa onde não vão estar seus verdadeiros donos, as organizações sociais”, apontou o presidente e ex-ministro de Morales. Além disso, afirmou em sua defesa que está ocupado governando.

Sem a origem indígena ou o carisma de seu mentor, Arce conseguiu fortalecer sua liderança entre as bases sociais e sindicais por meio da concessão de incentivos.

Contudo, sua desaprovação chega a 50%, segundo uma pesquisa da empresa privada Diagnosis.

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Nos círculos do partido, é tido como certo que Arce tentará a reeleição, dada a oposição enfraquecida e a rejeição que Morales desperta em setores econômicos.

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