WASHINGTON - O presidente americano, Joe Biden, criticou nesta quinta-feira, 25, o México por se recusar a receber mais famílias deportadas por autoridades dos EUA. “Estamos negociando com o presidente mexicano. Acredito que teremos mudanças”, disse Biden. Segundo o presidente americano, “todos os ilegais” deveriam ser deportados – exceto crianças desacompanhadas.
Sobre a crise migratória, o presidente disse que “nada mudou” na fronteira com o México. Para ele, o aumento da imigração de menores que chegam desacompanhados “acontece todos os anos” – e aproveitou para criticar seu antecessor. “Donald Trump desmontou todas as ferramentas existentes para lidar com o que foi, e continua sendo, um problema há muito tempo”, disse Biden, que garantiu que seu governo está sendo obrigado a reconstruir o sistema de imigração para se adaptar a uma nova realidade.
O presidente americano foi contundente quando questionado sobre sua decisão de suspender algumas regras aplicadas por Trump para impedir a imigração. “Não vou me desculpar por isso, por encerrar programas que não existiam antes de Trump, normas que tiveram um impacto muito negativo nos EUA, nas normas internacionais e na dignidade humana”, afirmou.
Biden não disse se pretende visitar a fronteira, mas garantiu que não quer ser “o centro das atenções”. Esta semana, ele nomeou a vice-presidente, Kamala Harris, para a tarefa de conter a imigração ilegal e coordenar com os governos de El Salvador, Honduras e Guatemala maneiras de combater a violência e a corrupção, principais fatores que provocam a fuga de seus cidadãos.
A migração ilegal da América Central cresceu nos últimos meses, saturando os centros de recebimento nos EUA, provocando críticas ao governo americano – muitas relacionadas ao tratamento dado às crianças que chegam desacompanhadas. Segundo fontes da Casa Branca, autoridades de fronteira mantêm atualmente cerca de 5 mil menores sob custódia, enquanto o Departamento de Saúde abriga 15 mil crianças e adolescentes que cruzaram a fronteira sem a companhia dos pais./ EFE
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