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Presidente da Argentina questiona Biden por exclusões na Cúpula das Américas

Premiê de Belize também fez críticas, mas líder americano insistiu que ainda há unidade na cúpula

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, confrontou o presidente Joe Biden por excluir Cuba, Venezuela e Nicarágua da Cúpula das Américas em Los Angeles e pediu a reestruturação das organizações de integração regional.

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Como já havia antecipado antes de sua viagem aos Estados Unidos, Fernández falou na qualidade de líder da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), à qual pertencem as nações excluídas do encontro.

“O fato de ser o país anfitrião da reunião não confere a possibilidade de impor o direito de admissão aos países membros do continente”, afirmou durante a primeira sessão plenária de dirigentes.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, criticou a ausência de Venezuela, Nicarágua e Cuba, que não foram convidadas para a Cúpula das Américas  Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP

Os EUA decidiram deixar de fora os governos esquerdistas da Venezuela, Cuba e Nicarágua, considerando que “eles não respeitam a democracia”. “O diálogo na diversidade é o melhor instrumento para promover a democracia”, considerou Fernández em seu discurso.

O presidente argentino reclamou do “bloqueio” que existe contra Cuba há mais de seis décadas e considerou que situação semelhante ocorre contra a Venezuela de Nicolás Maduro.

Fernández também pediu a “reconstrução de instituições que foram projetadas” para a integração, como a Organização dos Estados Americanos (OEA).

“A OEA, se quer ser respeitada e voltar a ser a plataforma política regional para a qual foi criada, deve ser reestruturada, afastando imediatamente aqueles que a dirigem”, disse ele, acrescentando críticas ao chefe desse órgão, Luis Almagro.

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Boicotes

A 9ª Cúpula das Américas é marcada pela ausência de vários presidentes, incluindo o mexicano Andrés Manuel López Obrador, como sinal de seu descontentamento com as exclusões.

AMLO, como é conhecido, enviou seu chanceler, Marcelo Ebrard, que, ao chegar, qualificou a exclusão como um “erro estratégico” e defendeu a “refundação da ordem interamericana”.

“É evidente que a OEA e sua forma de atuação estão esgotadas”, disse ele, na quarta-feira. Além de López Obrador, os presidentes Luis Arce, da Bolívia, e Xiomara Castro, de Honduras, boicotaram a cúpula em protesto.

Na única referência às ausências no evento, Biden foi questionado por jornalistas se estava preocupado com o boicote, e respondeu que não. Como fez na abertura da reunião, na quarta-feira, Biden voltou a centrar o seu discurso na ideia de que o continente americano deveria ser a “região mais democrática” do mundo. Afirmou ainda que seu governo está a “anos-luz” das ideias de seu antecessor, Donald Trump.

O primeiro-ministro de Belize, John Briceño, se juntou a Fernández nas críticas aos EUA  Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP

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“As propostas do meu governo, as quais estamos ansiosos para discutir com vocês, penso que estão anos-luz à frente do que vimos da gestão anterior dos EUA”, disse Biden em seu discurso na primeira sessão plenária da Cúpula que está sendo realizada até sexta-feira, em Los Angeles.

Pouco depois, Biden ouviu atentamente um discurso do primeiro-ministro de Belize, John Briceño, que considerou “indesculpável” e “incompreensível” os EUA não terem convidado Cuba, Venezuela e Nicarágua para a cúpula.

Biden insistiu que ainda há unidade na cúpula depois das críticas dos líderes de Argentina e Belize. “Apesar de algumas divergências relacionadas à participação, em questões substantivas, o que ouvi foi quase unidade e uniformidade”, disse Biden.

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O americano disse que viu “uma concordância quase total” em questões como gerenciamento de migração e combate às mudanças climáticas, e pediu mais discussões sobre os detalhes antes do encerramento da cúpula na sexta-feira./AFP e EFE

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