O presidente eleito do Haiti, René Préval, declarou neste domingo que "seria irresponsável" a saída das tropas das Nações Unidas de seu país. Mas, nos encontros que teve com a nova presidente do Chile, Michelle Bachelet, e com a ministra de Defesa, Viviane Blanlot, pediu a substituição de armas por equipamentos para a reconstrução do país, uma vez que a situação de segurança no Haiti estaria razoavelmente controlada depois da eleição do último dia 7 de fevereiro. "Agora que voltou a segurança no país, devemos substituir os tanques de guerra por equipamentos para dar bem-estar à população e para trabalhar a infra-estrutura para o povo haitiano", afirmou. "Felizmente, a senhora Bachelet conhece muito bem a situação haitiana". Préval teve no domingo seu primeiro encontro reservado com Bachelet, cujo país tem sido tão atuante na solução do dilema haitiano quando o Brasil. O chileno Juan Gabriel Valdés é atualmente o representante das Nações Unidas no Haiti, assim como o general brasileiro José Elito Carvalho Siqueira comanda a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah). Também mantém forças militares em território haitiano a Argentina, o Uruguai, a Bolívia, o Equador, o Peru, o Canadá e os Estados Unidos e outros dez países. Em Brasília, na última sexta-feira, Préval havia deixado apelo semelhante ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lhe deu carona até Santiago, onde ambos comparecem à posse de Bachelet. Na última quinta-feira, o comandante do Exército brasileiro, general Francisco Albuquerque, confirmou que tendência será de mudança de perfil das tropas brasileiras no Haiti, com a substituição gradual da área operacional militar para a de engenharia, que já atua no país.
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