O presidente reeleito do Senegal, Abdoulaye Wade, iniciou um novo mandato de cinco anos nesta terça-feira, 3, após ter jurado o cargo diante dos cinco juízes do Conselho Constitucional, como manda a Constituição do país. Em seu discurso, o presidente convidou os senegaleses a "construírem uma nação forte", e citou o progresso tecnológico e a cooperação internacional como fatores fundamentais na realização desse sonho. Além disso, vinculou sua vitória nas eleições aos "avanços realizados nos (últimos) sete anos", enumerando as obras de infra-estruturas realizadas e sua ambição de colocar o país entre as nações emergentes. "Perante Deus e perante a nação senegalesa, juro exercer fielmente o cargo de presidente do Senegal, cumprir e fazer cumprir escrupulosamente as disposições da Constituição e as leis, dedicar todas as minhas forças a defender as instituições constitucionais, a integridade do território e a independência nacional, e não poupar nenhum esforço para o alcance da unidade africana", disse o líder. Ainda segundo Wade, o pleno emprego e o crescimento sustentado serão as prioridades de seu segundo mandato. O presidente reeleito disse que os planos do novo governo estão centrados em não deixar isolada nenhuma localidade do país, e pediu a todos os seus compatriotas que se engajem nesse trabalho de interesse nacional. Antes de ouvir o juramento, a presidente do Conselho Constitucional, Mireille Ndiaye, dirigiu-se a Wade e convidou-o a dar continuidade aos avanços obtidos no seu mandato anterior. "No entanto, resta ainda muito a fazer", afirmou Ndiaye, que chamou atenção para a situação desesperadora de grande parte da população, que passa fome, especialmente no meio rural. "O Estado deve dedicar sua atenção" a esse problema, disse Ndiaye, dirigindo-se ao líder reeleito, também incentivado a privilegiar o diálogo com os demais protagonistas da vida política nacional, para que o sistema eleitoral melhore cada vez mais. Participações Cerca de 20 líderes africanos, entre eles o líbio Muammar Kadafi, o egípcio Hosni Mubarak, o congolês Denis Sassou Nguessou, o nigeriano Olusegun Obasanjo e Omar Bongo, do Gabão, assistiram à cerimônia de posse. Além disso, as delegações de vários países amigos do Senegal e líderes de partidos de ideologia liberal, como o Partido Democrático Senegalês (PDS) - atualmente no governo -, compareceram ao ato. A França, ex-metrópole do Senegal, foi representada por uma delegação liderada pelo presidente do Senado, Christian Poncelet. O presidente da comissão da União Africana, Alpha Oumar Konaré, também assistiu à cerimônia, assim como o comissário de Cooperação e Desenvolvimento da União Européia, Louis Michel. Cerca de 60 mil seguidores e simpatizantes, em sua maioria vestidos de azul e amarelo, cores do Partido Democrático Senegalês (PDS), também foram manifestar seu apoio a Wade. Vários cantores e grupos de música, incluindo o famoso rapper americano de origem senegalesa Ekon, alegraram a cerimônia interpretando canções em homenagem ao líder reeleito.
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