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Após atentados, rebelião continua nos presídios do Equador com 57 guardas como reféns

Na guerra pelo poder, gangues ligadas ao tráfico de drogas controlam as prisões e utilizam os reféns como mensagem da violência

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Por Redação
Atualização:

A rebelião em seis presídios do Equador continua na manhã desta sexta-feira, 1, e os 57 guardas penitenciários e policiais retidos em protesto contra operações de segurança da força policial nas prisões na quinta-feira, 31, seguem como reféns.

Mais cedo, o ministro do Interior, Juan Zapata, havia declarado que todos os guardas estavam retidos na prisão de Cuenca, onde os detentos protestam desde quarta-feira, 30, devido à pressão policial.

Motins em duas prisões equatorianas contra a intervenção da polícia e das forças armadas. Foto: Robert Puglla / EFE

“Este incidente seria uma resposta dos grupos criminosos às intervenções da força policial nos centros penitenciários do país, cujo propósito é a apreensão de objetos proibidos que são usados em atos violentos”, informou o entidade reguladora das penitenciarias do Equador (Snai).

Operação

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Na quarta-feira, centenas de soldados e policiais realizaram uma operação de busca por armas, munições e explosivos em uma prisão na cidade andina de Latacunga, no sul do Equador, uma das principais do país e cenário de frequentes massacres entre detentos que causaram mais de 430 mortes desde 2021.

As hipóteses sobre os reféns têm mudado ao longo do dia. Inicialmente, a Snai afirmou que se tratava de uma retaliação pela “intervenção” das forças de segurança. Posteriormente, as autoridades indicaram que a retenção é um protesto contra a transferência de detentos para outras prisões.

“Estamos preocupados pela segurança de nossos funcionários”, disse Zapata durante uma coletiva de imprensa em Quito.

Dezenas de policiais foram rendidos por presidiários na prisão de Turi em Cuenca, Equador. Nas últimas 24 horas, o Equador foi abalado pela explosão de carros-bomba e a tomada de reféns de mais de 50 agentes da lei dentro de vários centros de detenção Foto: Xavier Caivinagua / AP

De acordo com a entidade responsável pelas prisões no Equador, uma série de medidas estão sendo tomadas para que a ordem seja instaurada no sistema penitenciário.

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Em meio à guerra entre organizações ilegais, as prisões são centros de operações de gangues e palco de diversos massacres que deixaram mais de 430 presos mortos desde 2021.

Diante dos confrontos violentos entre as organizações aliadas a cartéis mexicanos e colombianos nas prisões, o presidente Guillermo Lasso decretou em 24 de julho o estado de exceção em todo o sistema penitenciário por 60 dias, o que permite a presença militar nas prisões.

Atentados

A rebelião ocorre após grupos armados ligados a cartéis de narcotraficantes explodirem ao menos quatro carros-bomba no Equador nesta quinta-feira, 31. Os ataques ocorreram em Quito e próximos à fronteira com o Peru e não deixaram feridos.

Os atentados ocorrem três semanas depois da morte do candidato à presidência Fernando Villavicencio e em meio a campanha do segundo turno das eleições presidenciais, entre a esquerdista Luisa Gonzalez e o direitista Daniel Noboa, marcado para 15 de outubro.

Seis pessoas, incluindo um colombiano, foram detidas a cerca de 5 km do local de um dos ataques.

Em janeiro de 2018, um carro explodiu em frente a uma delegacia de polícia em uma cidade equatoriana na fronteira com a Colômbia (norte), deixando 23 feridos.

Polícia inspeciona um caminhão que explodiu em frente a um escritório usado pelo Serviço Nacional de Atenção às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) do governo, que administra o sistema carcerário, em Quito, Equador, na manhã de quinta-feira, 31 de agosto de 2023 Foto: Carlos Noriega / AP

“Querem intimidar o Estado para nos impedir de continuar a cumprir o papel que as forças armadas e a polícia têm no controlo destas prisões”, afirmou o ministro da Segurança, Wagner Bravo.

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A cidade portuária de Guayaquil, a segunda maior do Equador e localizada no Pacífico, tornou-se um importante ponto de trânsito de cocaína para a Europa e os Estados Unidos e um foco./AFP

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