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Biden teria dito a aliado que avalia desistir da candidatura à presidência, diz jornal

Declaração ao The New York Times é o primeiro indício de que o presidente poderia abrir mão de tentar a reeleição após o desempenho desastroso no debate

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Por Redação
Atualização:

O presidente americano Joe Biden admitiu a um importante aliado que pode não ser capaz de salvar a campanha à reeleição caso não consiga convencer o público nos próximos dias de que está apto para mais quatro anos como presidente dos Estados Unidos. A conversa foi relatada pelo The New York Times no momento em que ele tem sido pressionado a desistir da disputa contra Donald Trump depois do desempenho desastroso no primeiro debate, na semana passada.

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O aliado destacou que Biden está empenhado em lutar pela reeleição, mas entende que precisa ser sair bem em suas próximas aparições públicas. Esta semana, quando tem uma entrevista marcada com George Stephanopoulos da ABC News e atividades de campanha em Pensilvânia e Wisconsin pode ser crucial.

A declaração do aliado, que falou sob condição de anonimato ao The New York Times, é a primeira indicação de que Biden estaria realmente considerando se a campanha pode sobreviver ao debate. A Casa Branca nega.

Joe Biden deixa palco do debate em Atlanta.  Foto: Gerald Herbert/Associated Press

O presidente, de 81 anos, concordou em participar do debate quase dois meses antes de ser formalmente declarado o candidato do partido Democrata na tentativa de impulsionar a campanha, que tem sido marcada por questionamentos sobre a sua idade e aptidão para o cargo. Mas o resultado foi considerado catastrófico. Biden tropeçou nas palavras, teve dificuldade em concluir algumas respostas e chegou a “congelar” aos olhos do público.

As horas que se seguiram ao primeiro embate direto com Donald Trump foram de pânico dentro do partido e o presidente tem sido pressionado a abrir espaço para um candidato democrata mais jovem. Em pesquisa divulgada pela CBS News depois do debate, 72% dos americanos defenderam que ele deveria desistir. Entre os democratas, 46% afirmam que o presidente não deveria tentar a reeleição.

A campanha acompanha nervosamente as pesquisas e reconhece que os números podem alimentar a crise. Ainda de acordo com a CBS, Trump tem 50% das intenções de voto enquanto Biden aparece com 48%. Nos Estados-pêndulo, considerados decisivos para disputa, o republicano chegaria a 51%.

Publicamente, Biden admitiu que se saiu mal, mas atribuiu o desempenho ao cansaço das agenda. “Não foi muito inteligente ter viajado pelo mundo algumas vezes pouco antes do debate”, disse ontem durante um evento com doares de campanha nos arredores de Washington. Nos últimos dias, ele e sua equipe tem buscado os financiadores para evitar que desistam do apoio.

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Um conselheiro de Biden, que também falou sob condição de anonimato ao The New York Times, disse que o presidente estava “bem ciente do desafio político que enfrenta”.

Biden continua em contato com pessoas em quem confia há muito tempo e disse a pelo menos uma delas que está aberto à possibilidade de que os seus planos para ultrapassar a sua atuação no debate — e voltar a se concentrar no seu adversário, Trump — podem não funcionar.

Vários aliados de Biden, que se tem reunido com a família e os conselheiros desde o debate de quinta-feira, sublinharam que o presidente ainda está na luta e vê esse momento como uma oportunidade de se recuperar de uma derrota, como já fez muitas vezes ao longo da sua carreira de meio século na política.

Mas também está ciente, segundo eles, da sua difícil batalha para convencer os eleitores, os doadores e a classe política de que o seu desempenho no debate foi uma anomalia./COM NY TIMES

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