A Polônia deve investir US$ 2,5 bilhões de dólares (R$ 12,7 milhões) no reforço de sua fronteira com a Rússia e Belarus, segundo o primeiro-ministro do país, Donald Tusk.
De acordo com Tusk, o projeto chama “Escudo Oriental” e já está em andamento. O planejamento inclui a construção de fortificações militares. O primeiro-ministro ressaltou que o país tem uma responsabilidade adicional pela segurança do continente europeu por ser membro da Otan e da União Europeia.
“Tomamos a decisão de investir na nossa segurança e, em primeiro lugar, em uma fronteira oriental segura”, apontou Tusk. “Estamos abrindo um grande projeto de construção de uma fronteira segura, incluindo um sistema de fortificações e de modelagem do terreno, decisões que tornarão esta fronteira impenetrável”, disse Tusk.
“Iniciamos estas obras para tornar a fronteira da Polônia segura em tempos de paz e impenetrável para um inimigo em tempos de guerra”, acrescentou. Varsóvia é uma das principais aliadas da Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Tusk anunciou o investimento em defesa em um evento para comemorar os 80 anos desde a vitória aliada na batalha de Monte Cassino contra os nazistas, durante a 2ª Guerra Mundial.
Armas nucleares
Desde o inicio da guerra da Ucrânia, a Polônia vem sinalizando que quer aumentar o investimento no setor de defesa. No mês passado, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, apontou que o país estava “preparado” para abrigar armas nucleares em seu território, caso a Otan decida reforçar a sua posição depois que a Rússia posicionou armas em Kaliningrado e em Belarus.
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“Se os nossos aliados decidirem instalar armas nucleares no nosso território, no âmbito da distribuição nuclear para reforçar a segurança do flanco leste da Otan, estamos preparados”, declarou o presidente conservador ao jornal polonês Fakt, após declarar que a Rússia “recentemente transferiu as suas armas nucleares para a Belarus”.
Em Moscou, o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov disse que qualquer instalação de armas nucleares dos EUA na Polônia seria acompanhada das medidas necessárias para a segurança da Rússia. “Os militares irão, naturalmente, analisar a situação se tais planos forem implementados e, em qualquer caso, farão tudo o que for necessário, (tomarão) todas as medidas retaliatórias necessárias para garantir a nossa segurança”, disse Peskov durante uma coletiva de imprensa diária./com AP
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