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Primeiro-ministro de Israel nomeia ex-rival para fortalecer seu poder

Gideon Saar é um político veterano que teve um relacionamento tenso com Binyamin Netanyahu; ele já foi uma estrela em ascensão no partido Likud

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Atualização:

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou neste domingo, 29, que nomeou um rival político, Gideon Saar, para um cargo de seu Gabinete de Segurança. O órgão é responsável por monitorar e administrar parte das medidas tomadas nos conflitos em andamento contra Hezbollah, Hamas e outros grupos militantes da região.

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Recentemente, houve conversas para que Saar assumisse o cargo de ministro da Defesa, que era ocupado por Yoav Gallant. Porém, as negociações ficaram travadas nas últimas semanas, e o acordo firmado neste domingo, 29, designa Saar para outro cargo com poderio militar.

Segundo relatos da mídia local, a entrada do rival em seu governo fortalece Netanyahu politicamente, após o primeiro-ministro ter sofrido pressão de opositores por sua postura dura em Gaza.

A entrada de Gideon Saar fortalece Netanyahu  Foto: Emmanuel Dunand/AP

Saar é um político veterano que teve um relacionamento tenso com o primeiro-ministro. Ele já foi uma estrela em ascensão no partido Likud de Netanyahu, mas o deixou com raiva há quatro anos após acusar o primeiro-ministro de transformá-lo em um “culto à personalidade” enquanto ele lutava contra acusações de corrupção.

Desde então, Saar tem lutado como líder de um pequeno partido conservador, desfrutando de pouco apoio do público. Enquanto ele e Netanyahu têm pouco amor um pelo outro, eles compartilham uma ideologia linha-dura em relação aos adversários árabes de Israel.

Nos últimos meses, Saar disse que Israel deveria lutar até que o Hamas fosse destruído. Ele também pediu por uma ação mais dura contra o patrocinador do Hezbollah, o Irã. E, como Netanyahu, ele se opõe fortemente ao estabelecimento de um Estado Palestino.

Em uma declaração conjunta, eles disseram que deixaram suas diferenças de lado pelo bem da nação.

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A decisão de Netanyahu parece ter sido motivada em parte pela política doméstica. Ele enfrenta uma série de batalhas políticas importantes nas próximas semanas — incluindo a questão contenciosa de recrutar homens ultraortodoxos para o exército, aprovar um orçamento e depor em seu longo julgamento por corrupção. Espera-se que Saar ajude Netanyahu em muitas dessas questões.

O acordo dá a Saar, que espera ser primeiro-ministro um dia, uma oportunidade de reavivar sua carreira política, ao mesmo tempo em que expande a coalizão majoritária de Netanyahu para 68 cadeiras no parlamento de 120 cadeiras. /COM AP

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