Primeiro-ministro do Reino Unido demite líder do Partido Conservador após escândalo fiscal

Sunak havia solicitado na segunda-feira uma investigação a seu consultor de ética independente sobre o caso

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Por Redação

LONDRES - O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, demitiu neste domingo, 29, Nadhim Zahawi, presidente do Partido Conservador, por violação do código ministerial por falta de transparência fiscal.

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Após uma investigação independente lançada na segunda-feira passada, 23, sobre o comportamento de Zahawi em uma disputa com o IRS (Receita Federal britânica), “está claro que houve uma violação grave do código ministerial. Portanto, comunico a minha decisão de removê-lo de suas funções no governo de sua majestade”, escreveu Sunak em uma carta publicada por Downing Street.

Após revelações na imprensa de que Zahawi pagou vários milhões de libras ao fisco britânico para resolver uma disputa de interesse, o primeiro-ministro delegou ainda na segunda-feira uma investigação a seu consultor de ética independente.

No ano passado, Zahawi pagou o que devia à Receita, incluindo multas, durante um breve período como ministro das Finanças do ex-primeiro-ministro Boris Johnson, entre julho e setembro de 2022.

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Então, com a chegada de Sunak a Downing Street no fim de outubro, Zahawi tornou-se presidente do Partido Conservador e ministro sem pasta no gabitete de Sunak.

A conselheira de ética, Laurie Magnus, concluiu que Zahawi deveria ter declarado a investigação fiscal de que foi alvo e também deveria ter atualizado sua declaração de interesses, após ter resolvido sua situação com o fisco.

Nadhim Zahawi, presidente do Partido Conservador, é demitido por violação de regulamentos ministeriais por falta de transparência fiscal. Foto: Kin Cheung/AP

Laurie criticou as “omissões” de Zahawi de que ele não “levou suficientemente em conta” os princípios da vida pública, que consistem em ser “aberto, honesto e um líder exemplar em seu próprio comportamento.”

O caso dizia respeito à venda de ações do instituto de pesquisa YouGov, fundado por Zahawi em 2000, estimado em 27 milhões de libras esterlinas (US$ 33,4 milhões ou R$ 170,9 milhões), para uma empresa de investimentos, a Balshore Investments, registrada em Gibraltar e vinculada à família Zahawi.

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Zahawi alegou “negligência” e não um ato deliberado ao lidar com este caso. Depois de ameaçar acusar a imprensa de difamação, neste domingo, em sua resposta a Rishi Sunak, ele expressou preocupação com o comportamento de vários meios de comunicação.

Nascido em Bagdá de pais curdos, Zahawi, 55 anos, veio para o Reino Unido ainda criança, onde acumulou grande fortuna antes de entrar na política. No governo, entre outros cargos, supervisionou a campanha de vacinação contra a covid-19.

Sunak, ao afastar Zahawi, e não pedir que ele renunciasse, queria reafirmar sua autoridade, especialmente depois que o líder prometeu “integridade, profissionalismo e responsabilidade” ao chegar a Downing Street.

Depois de 13 anos no poder, os conservadores viram suas reputações manchadas por escândalos de conflito de interesses. Isso levou ao aumento das alegações de corrupção por parte da oposição trabalhista, agora liderando as pesquisas.

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No ano passado, o próprio Sunak, quando era ministro das Finanças, se envolveu em um escândalo fiscal.

A imprensa revelou que sua esposa, a bilionária Akshata Murty, de nacionalidade indiana, se beneficiou de um estatuto tributário que lhe permitia evitar o pagamento de impostos ao tesouro britânico sobre seus rendimentos no exterior.

Sunak foi exonerado de ter infringido o código ministerial, mas a sua mulher teve de renunciar ao status tributário, em um contexto econômico difícil para a maioria dos britânicos. /AFP

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