Promotores revelam ‘falso testemunho’ de funcionário de Trump sobre documentos secretos

Retratação do chefe de TI de Mar-a-Lago levou o presidente a enfrentar novas acusações no mês passado, mostra documento

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Por Redação

WASHINGTON - Um funcionário do ex-presidente Donald Trump voltou atrás de um “falso testemunho inicial” no caso dos documentos secretos encontrados na mansão da Flórida depois de trocar de advogado. A informação foi revelada nesta terça-feira, 22, pelo conselho especial do promotor Jack Smith, que conduziu a investigação e o indiciamento do líder republicano.

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O funcionário que foi identificado como diretor de TI de Mar-a-Lago disse que não se lembrava de nenhuma conversa sobre as câmeras de segurança da mansão de Trump na Flórida em testemunho ao grande júri de Washington, em março. No mês passado, no entanto, voltou atrás e denunciou um suposto esforço para adulterar evidências.

A mudança de versão levou o ex-presidente a ser acusado de novos crimes. A reviravolta também implicou o caseiro Carlos de Oliveira, que virou réu. Segundo a acusação, ele ajudou Waltine Nauta, assistente pessoal de Trump e também indiciado, a excluir as imagens das câmeras de segurança no meio do processo.

Imagem aérea da mansão do ex-presidente Donald Trump, Palm Beach, Flórida, 10 de agosto de 2022.  Foto: AP /Steve Helber

O documento judicial divulgado agora aponta que a testemunha foi alertada sobre um possível conflito de interesses do seu advogado, que era o mesmo de Waltine Nauta. Um defensor federal passou a representar o chefe da TI, que voltou atrás no depoimento depois disso.

Os promotores detalharam que a “correção do depoimento” incriminaria Nauta, o outro cliente do advogado Stanley Woodward. Ao mesmo tempo, permitir o “falso testemunho” deixaria o chefe de TI exposto a acusações criminais por perjúrio, explica o texto.

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O advogado Woodward foi procurado pela agência AP, mas não comentou sobre o alegado conflito de interesses.

O documento é uma resposta à juíza do caso Aileen Cannon, que questionou porque os promotores decidiram manter o grande júri de Washington mesmo depois que as acusações contra Trump foram apresentadas na Flórida em junho. O conselho especial justificou que esse júri foi mantido até a semana passada com o propósito de investigar declarações falsas de testemunhas em Washington.

Trump será julgado pelos documentos secretos encontrados na Flórida em maio de 2024. Ele também é réu em dois processos diferentes pela tentativa de reverter o resultado das eleições em 2020 e pela suposta compra de silêncio da atriz pornô Stormy Daniels. O ex-presidente tem negado todas as acusações e alega que seria vítima de uma perseguição política./AP

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