Protestos contra guerra em Gaza eclodem em Washington durante visita de Netanyahu aos EUA

Centenas de manifestantes se reuniram no Capitólio, a sede do Congresso americano, para pedir por um acordo de cessar-fogo e manifestar contra ajuda militar dos EUA a Israel

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Por Redação

A visita do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu aos Estados Unidos desencadeou uma onda de manifestações nesta terça-feira, 23, com uma multidão se reunindo em frente ao Capitólio para protestar contra a guerra em Gaza e pressionar por um acordo de cessar-fogo que liberte os reféns ainda mantidos pelo grupo terrorista Hamas.

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Netanyahu chegou a Washington na segunda-feira, 22, para uma visita de vários dias que inclui reuniões com o presidente Joe Biden e um discurso marcado para quarta-feira. 24. Ao longo da semana, o premiê também deverá se reunir com a vice-presidente e possível candidata democrata Kamala Harris.

O principal objetivo da visita de Netanyahu é o discurso em uma reunião conjunta do Congresso. Mas em jogo, em reuniões com autoridades do governo, estão as esperanças de progresso nos esforços liderados pelos EUA para mediar o fim da guerra de nove meses entre Israel e Hamas.

Dezenas de manifestantes se reuniram do lado de fora do hotel de Netanyahu na segunda-feira à noite e, nesta tarde de terça-feira, centenas de manifestantes tomaram conta da rotunda do Cannon Building, que abriga os escritórios dos membros da Câmara dos Representantes.

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Organizados pela Jewish Voice for Peace, manifestantes vestindo camisetas vermelhas com as frases “Não em Nosso Nome” tomaram conta da região, gritando “Deixem Gaza Viver!”

Após cerca de meia hora do início do protesto, a Polícia do Capitólio dos EUA emitiu avisos e começou a prender os manifestantes. Não ficou imediatamente claro quantos manifestantes foram presos.

“Sou filha de sobreviventes do Holocausto e sei como é um Holocausto”, disse Jane Hirschmann, nativa de Saugerties, Nova York, que foi de carro para o protesto junto com suas duas filhas — ambas foram presas. “Quando dizemos ‘Nunca Mais’, queremos dizer nunca para ninguém.”

Os manifestantes concentraram grande parte de sua ira no governo Biden, exigindo que o presidente cessasse imediatamente todos os envios de armas para Israel. “Não estamos focando em Netanyahu. Ele é apenas um sintoma”, disse Hirschmann. “Mas como (Biden) pode estar pedindo um cessar-fogo quando ele está enviando bombas e aviões?”

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Polícia do Capitólio dos EUA deteve manifestantes que protestavam contra as políticas militares de Israel durante visita do primeiro-ministro israelense aos EUA. Foto: AP/J. Scott Applewhite

Mitchell Rivard, chefe de gabinete do deputado Dan Kildee, democrata do Michigan, disse em uma declaração que seu gabinete pediu a intervenção da Polícia do Capitólio depois que os manifestantes “se tornaram perturbadores, batendo violentamente nas portas do escritório, gritando alto e tentando forçar a entrada no escritório”.

Outros protestos estão planejados para quarta-feira, quando Netanyahu deve discursar no Congresso. Em antecipação, a polícia aumentou significativamente a segurança ao redor do edifício do Capitólio e fechou várias estradas durante toda a semana.

Encontro com Trump

Além do encontro com membros do governo Biden ao longo da semana, Netanyahu ainda se reunirá com Donald Trump na Flórida, conforme anunciou o candidato republicano nesta terça-feira. Esse será o primeiro encontro entre os dois desde que Trump deixou a Casa Branca há mais de três anos.

Uma mensagem inicial de Donald Trump informava que sua reunião com Netanyahu aconteceria na quarta-feira, mas o encontro foi adiado para sexta-feira, 26, a pedido do premiê israelense, informou o republicano.

“Durante meu primeiro mandato, tivemos paz e estabilidade na região do Oriente Médio, até assinamos acordos históricos, e faremos isso de novo”, disse Trump, em publicação na sua rede social Truth Social. O republicano escreveu que sua “agenda de paz através da força” demonstrará como conflitos violentos devem ser encerrados. “Milhões estão morrendo, e Kamala Harris não é de forma alguma capaz de impedir isso”, afirmou./AFP e AP.

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