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Protestos em Bangladesh deixam mais de 90 mortos; governo impôs toque de recolher

Desde o início dos protestos em julho, domingo, dia 4, foi o dia mais sangrento, com um total de 300 mortes registradas até agora, segundo a AFP, baseada em dados de autoridades policiais e médicas

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Por Redação
Atualização:

Manifestantes planejam marchar em massa na capital do Bangladesh, Dhaka, nesta segunda-feira, 5, um dia após confrontos violentos que resultaram em pelo menos 94 mortes em todo o país. Os confrontos de domingo, dia 4, envolveram opositores da primeira-ministra Sheikh Hasina, forças policiais e apoiadores do partido no poder.

Este foi o dia mais sangrento desde o início dos protestos em julho, com um total de 300 mortes registradas até agora, segundo a AFP, baseada em dados de autoridades policiais e médicas. Para conter a violência, o governo suspendeu o acesso à Internet, fechou escolas e universidades, impôs toque de recolher e mobilizou o exército. No entanto, alguns ex-oficiais militares manifestaram apoio aos manifestantes, criticando a repressão do governo.

Estudantes entram em confronto com a polícia de choque durante um protesto contra um sistema de cotas para empregos públicos, em Dhaka, Bangladesh, quinta-feira, 18 de julho de 2024.  Foto: Rajib Dhar/AP

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Os estudantes protestam contra a corrupção e o favoritismo na concessão de empregos públicos, em um país com elevado desemprego entre jovens profissionais. Entre as vítimas, pelo menos 14 eram policiais, informou o porta-voz da polícia, Kamrul Ahsan. Os embates envolveram o uso de porretes, facas e balas, e uma delegacia em Enayetpour foi atacada, resultando na morte de 11 policiais.

A capital Dhaka transformou-se em um verdadeiro ‘campo de batalha’, com veículos incendiados e repetidos tiros e explosões durante a noite, enquanto manifestantes desafiavam o toque de recolher imposto pelo governo. A ONU apelou pelo fim da violência no Bangladesh e expressou preocupação com o aumento das tensões, prevendo novos confrontos na segunda-feira entre manifestantes e o movimento juvenil do partido no poder.

Milhares de pessoas se reuniram em Dhaka exigindo a demissão de Hasina, convocados pelo grupo “Estudantes Contra a Discriminação”, que promoveu atos de desobediência civil. Em contrapartida, Obaidul Quader, secretário-geral da Liga Awami, pediu à população para se mobilizar em apoio ao governo.

O general Waker-uz-Zaman, chefe do exército, declarou que os militares estão “sempre ao lado do povo”, indicando uma possível mudança na postura das forças armadas em relação aos protestos. /AFP.

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