Província afegã onde ocorreu terremoto tem pobreza generalizada e pouco mudou em décadas

Com casas de terra e barro, a província de Paktika é uma das mais rurais do Afeganistão e possui pouca terra para agricultura

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Por Alissa J. Rubin*
Atualização:

THE NEW YORK TIMES - Acidentada, montanhosa e em muitas áreas inacessíveis, exceto por estradas de terra, a província de Paktika é uma das mais rurais do Afeganistão, onde alguns ganham a vida cortando árvores ilegalmente para vender lenha. A província escassamente povoada atingida por um terremoto devastador nesta quarta-feira, 22, fica na fronteira sudeste do Afeganistão com o Paquistão.

Alguns moradores vivem em casas de terra e barro. A pobreza é generalizada - há pouca terra adequada para a agricultura - e a área é predominantemente pashtun, o mesmo grupo étnico ao qual pertencem muitos dos Taleban.

Um homem afegão senta-se perto de sua casa que foi destruída em um terremoto no distrito de Spera, na parte sudoeste da província de Khost, Afeganistão Foto: AP

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Paktika foi uma das últimas áreas a ficar sob o controle da coalizão liderada pelos americanos em 2001. Com seu terreno acidentado e arborizado - é uma das poucas partes do país que não foi completamente desmatada - a província era um atrativo corredor para insurgentes que viajam do Paquistão.

Quase desde o início do conflito, a área foi atormentada por atividades insurgentes – e os postos policiais e militares foram frequentemente tomados por combatentes do Taleban.

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Pouco mudou nas últimas duas décadas. Ao contrário da vizinha província de Khost, onde a capital da província cresceu e houve vários projetos de ajuda ao longo dos 20 anos de presença americana no país, Paktika recebeu poucos benefícios da presença militar americana, em grande parte por causa de sua inacessibilidade e sua relativamente esparsa e distante população.

A região ficou conhecida por ser palco da única captura de um soldado dos Estados Unidos durante os 20 anos da guerra americana no Afeganistão.

Em 2009, o soldado Bowe Bergdahl deixou seu posto na base local e planejava caminhar quase 32 quilômetros até uma base maior para expressar preocupações infundadas sobre a liderança de sua unidade. Ele foi capturadao pelos Taleban e libertado cinco anos depois em uma troca de prisioneiros por cinco combatentes mantidos na Baía de Guantánamo.

* Chefe da sucursal do NYT em Bagdá

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