PT acusa Israel de discriminar o Brasil por não liberar saída de brasileiros retidos em Gaza

Segundo a deputada Gleisi Hoffman, presidente do partido; governo israelense adota ‘hierarquia política’ para liberar estrangeiros no enclave palestino

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Por Redação
Atualização:

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, criticou nesta sexta-feira, 3, o governo de Israel por não incluir o grupo de cerca de 30 brasileiros retidos na Faixa de Gaza à espera de uma autorização para deixar o território palestino em meio à guerra entre os israelenses e o grupo palestino Hamas.

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A retirada de estrangeiros começou na quarta-feira e por três dias seguidos não incluiu nenhum brasileiro no grupo. Desde os atentados do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, o governo tenta, sem sucesso, tirar os brasileiros de Gaza.

Segundo Gleisi, Israel discrimina o Brasil e não apresenta nenhuma justificativa para isso. A deputada ainda acusou Tel-Aviv de elaborar as listas de saídas de estrangeiros de Gaza com base em uma ‘hierarquia política’.

“O governo israelense sinaliza que estabeleceu uma hierarquia política para a liberação de civis, privilegiando alguns países em detrimento de outros”, disse Gleisi em sua conta no X, o antigo Twitter. " Da mesma forma que defendemos a libertação dos reféns israelenses, não podemos admitir que civis brasileiros permaneçam ameaçados numa região sob massacre militar. Liberdade já para os brasileiros(as) em Gaza.”

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Críticas de Lula

Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou em mais de uma oportunidade a retaliação de Israel ao Hamas pelos ataques terroristas do início daquele mês. Lula chegou a qualificar a ação israelense de ‘genocídio’.

Apesar disso, a diplomacia brasileira diz que não há retaliação política na elaboração das listas, feitas em conjunto por Israel e Egito, após um acordo mediado no início da semana com auxílio de Estados Unidos e Catar.

Como exemplo de que não haveria ‘má vontade’, o embaixador brasileiro em Israel Frederico Meyer citou à TV Globo o exemplo da Indonésia, um país de maioria muçulmana e sem relações com Israel, e que teve seus nacionais incluídos em uma das listas iniciais.

Em média, cerca de 500 pessoas deixam Gaza por dia. Há estimativas de 5 mil estrangeiros ou palestinos com dupla nacionalidade querendo deixar o território. Nos primeiros dias, a prioridade foi dada a europeus, americanos e cidadãos de países muçulmanos.

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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante ato em Brasília no ano passado Foto: Adriano Machado/Reuters

Negociações em curso

A passagem de Rafah para a retirada de estrangeiros ou palestinos com dupla cidadania, além de feridos em estado grave está aberta desde o dia 31.

O primeiro grupo, que reunia 450 cidadãos de alguns países europeus e da Austrália, além de trabalhadores de agências humanitárias, deixou Gaza na quarta-feira. Na quinta pela manhã, um segundo grupo, composto majoritariamente por americanos, cruzou o posto de Rafah em direção ao Sinai. Um terceiro grupo deixou Gaza na terça, mais uma vez, sem brasileiros.

Segundo fontes do Itamaraty, novas listas devem ser publicadas nos próximos dias e espera-se que os brasileiros possam estar nelas. O grupo de brasileiros está desde o mês passado em casas alugadas pelo Itamaraty em Rafah e Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, à espera de uma definição na fronteira, fechada desde o início da guerra.

O governo brasileiro tem feito apelos aos governos de Israel e do Egito para que os brasileiros possam ser retirados de Gaza. Um avião do governo está no Cairo à espera de uma sinalização das autoridades locais.

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Segundo diplomatas brasileiros, há uma indefinição sobre de quem é a palavra final na montagem das listas: se das autoridades israelenses ou egípcias. Desde ontem, o chanceler Mauro Vieira, de acordo com o Itamaraty, tem feito gestões junto aos envolvidos nas negociações para que os brasileiros sejam envolvidos nos próximos grupos.

Apesar disso, ainda segundo esses diplomatas, não há uma previsão.

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