Os Estados Unidos lideram o ranking das maiores aeronáuticas do mundo, com uma frota de 13.300 aeronaves, mais que o triplo do número da segunda colocada, a Rússia, que tem frota de 4.200.
Os dados foram coletados pelo The International Institute for Strategic Studies (IISS), um instituto de pesquisa britânico na área de relações internacionais responsável por produzir o Military Balance 2024. O ranking das 10 maiores potências nos ares foi tabulado com exclusividade para o Estadão por Fernando Araújo Moreira, professor titular no Instituto Militar de Engenharia (IME), subordinado ao Comando do Exército.
O Brasil possui um total de 603 aeronaves, o que leva o País para o 14° lugar no ranking. São 72.009 militares na Força Aérea Brasileira (FAB), segundo o Ministério da Defesa. Segundo explica Moreira, a posição no ranking pode mudar se forem levadas em conta outras variáveis, tais como aeronaves, equipamentos e armamentos incorporados, tipos de tecnologias disponíveis, tipo e número de unidades especiais, disponibilidade de munição, frequência e qualidade no treinamento, entre outros fatores.
Veja abaixo o ranking das 10 maiores defesas aéreas do mundo, segundo o critério do número de aeronaves.
- Estados Unidos: 13.300
- Rússia: 4.200
- China: 3.300
- Índia: 2.300
- Coreia do Sul: 1.500
- Japão: 1.480
- Paquistão: 1.400
- Turquia: 1.100
- Egito: 1.050
- França: 980
Tecnologia conta
A Lei 7.150, de 1º de dezembro de 1983, assinada pelo então presidente João Figueiredo, estabelece o número de 80.937 militares como limite máximo de efetivo da Aeronáutica, 11% a mais do que os atuais 72.009.
No capítulo específico sobre a América Latina, o Military Balance 2024 lembra que, em agosto de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos de até R$ 1,7 trilhão em todos os setores da economia, incluindo R$ 52,8 bilhões para a defesa. “Espera-se que o dinheiro financie a modernização e melhore a defesa do País”, diz o documento. Segundo o relatório, entre os esforços do País no setor militar aéreo está a montagem local do F-39 Gripen E/F e da versão militar do C-390 produzido pela Embraer.
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Os autores do estudo lembram que tanto a Embraer quanto a Avibrás, empresa privada que produz o Astros 2020 (sistema de artilharia de foguetes), exportam os seus produtos. “A frota de transporte aéreo do Brasil permite-lhe mobilizar forças de forma independente e contribui com pequenos contingentes para diversas missões da ONU”, cita o documento.
Segundo o professor titular do IME, existe uma tendência em todas as forças armadas para incorporar tecnologias para aumentar a capacidade de defesa e poder de combate, o que também inclui a defesa aérea. Entre elas, estão novos materiais para blindagem e explosivos, drones, sistemas robotizados autônomos, inteligência artificial e, principalmente, as chamadas tecnologias quânticas de segunda.
“Todos os domínios da guerra (terra, ar, água, submerso e aeroespacial) estão sendo ou serão afetados intensamente por essas novas tecnologias. A chamada guerra do futuro, que em alguns teatros de operações já começou, não terá praticamente nenhum paralelo com as mais recentes gerações de guerra”, analisa.
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