O resultados das eleições presidenciais americanas, que acontecem nesta terça, dia 5, pode começar a ser desenhado ainda na noite de eleição, mas pode demorar dias para ser confirmado. Após as urnas fecharem em todo o país (o que pode ir até às 20h em diferentes fusos horários), a contagem de votos começa a ser feita. A partir de então, projeções podem determinar nome do próximo presidente: a democrata Kamala Harris ou o republicano Donald Trump.
Mas autoridades eleitorais nos principais Estados decisivos estão pedindo paciência enquanto contabilizam os resultados, um processo que varia de Estado para Estado porque cada um tem leis diferentes de contagem de votos. As pesquisas mostram uma disputa presidencial extremamente acirrada e, quanto mais próximos estiverem os resultados, mais tempo levará para saber o ganhador.
Nas horas e dias após o fechamento das urnas, os Estados começam a publicar resultados não oficiais que os meios de comunicação usam para projetar os vencedores. Os próprios Estados não declaram os vencedores até semanas depois, quando as contagens de votos tiverem sido apuradas e certificadas.
Em 2020, a Associated Press e outros meios de comunicação determinaram que Joe Biden havia ganhado a presidência quatro dias após a eleição. Os estados decisivos que levaram mais tempo na época podem ser novamente lentos este ano: Pensilvânia, Arizona e Nevada. Se a disputa for acirrada, outros Estados poderão se juntar à lista.
Além das restrições legais sobre quando as autoridades podem contar as cédulas de correio, as longas filas nos locais de votação no final do dia também podem atrasar a contagem, pois os eleitores que estão na fila no horário de encerramento ainda podem votar.
Além disso, há as cédulas de eleitores estrangeiros e militares, que às vezes chegam após o dia da eleição, juntamente com as cédulas provisórias de eleitores cuja elegibilidade está em questão. Em eleições muito acirradas, o resultado não é claro até que essas últimas cédulas sejam contadas.
Porém, uma projeção com um resultado claro depende de muitos fatores e nem sempre pode ser possível na própria noite de eleição. Como cada um dos 50 Estados realiza seus próprios processos de contagem de votos, com regras variáveis, uma apuração que mostra uma vantagem clara de um dos candidatos pode demorar, ainda mais em caso de disputas acirradas, como a que acontece neste ano.
Com o aumento dos votos por correio, alguns Estados podem demorar mais para contabilizar todos os votos. Há ainda Estados que só começam a contagem após o fechamento das urnas, mesmo que tenham recebido votos antecipados. Em outros casos, cédulas que chegam até dias após a eleição ainda são válidas.
O resultado preliminar, com o provável vencedor da disputa, é normalmente divulgado por jornais que se debruçam nas estimativas à medida que os Estados divulgam suas apurações. Para se ter uma ideia, em 2020, a agência de notícias Associated Press, um dos principais meios que “anuncia” o vencedor, só declarou o democrata Joe Biden como ganhador do voto popular quatro dias após a eleição.
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O resultado do voto popular define, na verdade, quais delegados irão ao Colégio Eleitoral, que é o grupo de delegados dos Estados que realmente define quem será o novo presidente e vice-presidente do país. Entenda o que é e como funciona o Colégio Eleitoral nesta reportagem.
Após todas as certificações em cada estado, os delegados do Colégio Eleitoral votam na segunda segunda-feira de dezembro. Neste ano, a votação ocorre em 16 de dezembro. A maioria dos Estados faz com que os delegados votem de acordo com o voto popular. Por isso, projeções antes da votação conseguem mostrar com certa clareza qual será o vencedor das eleições antes mesmo da votação do Colégio Eleitoral.
Os votos do Colégio Eleitoral são enviados ao Congresso, onde serão contados oficialmente em uma sessão geralmente no início de janeiro. Nestas eleições, essa reunião deve acontecer no dia 6 de janeiro de 2025.
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