Quartel destruído, Mariupol sob cerco, mísseis hipersônicos: o 24.° dia da invasão da Ucrânia

Em um dia violento, as Forças Armadas da Rússia intensificaram os ataques à cidade de Mariupol; bombardeios russos destruíram Mikolaiv, no sul do país

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Por Redação
Atualização:

Em um dia violento, as Forças Armadas da Rússia intensificaram os ataques à cidade de Mariupol, uma área estratégica no leste da Ucrânia, e também destruíram a sede da 36.ª Brigada de Infantaria Naval Ucraniana, na cidade de Mikolaiv, no sul. Segundo um oficial que falou sob anonimato, 40 fuzileiros morreram, mas esse número pode ser maior. Ainda ontem, no 24.º dia da guerra, a Rússia usou pela primeira vez mísseis hipersônicos, com alto poder de destruição e difícil interceptação.

Prédio destruído por ataque russo em Mariupol; cidade está cercada  Foto: Alexander Ermochenko

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Neste sábado, durante todo o dia, equipes de resgate procuraram corpos e sobreviventes no quartel destruído. Um ataque com foguete no início da manhã de sexta-feira destruiu o quartel, onde um número ainda não determinado de fuzileiros dormia. Caso as mortes sejam confirmadas oficialmente, a ofensiva contra as forças ucranianas se tornaria a mais mortal desde o início da guerra.

Vans e caminhões com placas feitas à mão com o código que identifica que o veículo transporta militares mortos entraram e saíram pelos portões da base ontem. Do lado de dentro, bombeiros com aparência exausta escalavam uma pilha de concreto destruído e vergalhões torcidos em busca de sobreviventes.

No necrotério da cidade de Mikolaiv, dezenas de corpos, alguns uniformizados, foram colocados lado a lado em uma área de armazenamento. Um funcionário do necrotério não disse quantos foram recentemente trazidos do local do quartel destruído. “Muitos”, disse. “Não vou dizer quantos, mas muitos.”

O ataque russo foi um golpe para esta cidade, que vinha desfrutando de um período de relativa calma após semanas de bombardeios pesados. As forças ucranianas haviam empurrado as tropas russas para além do alcance de sua artilharia.

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O alto funcionário ucraniano disse que é provável que o quartel tenha sido atingido por uma arma de longo alcance, como um míssil balístico Iskander-M, embora as autoridades ucranianas não tenham divulgado mais detalhes. O governador da região de Mikolaiv, Vitaliy Kim, que se tornou conhecido por suas mensagens de vídeo diárias otimistas, mudou o tom ontem.

As tropas russas, disse ele, “dispararam foguetes desonrosamente contra nossos soldados adormecidos ontem”. “A operação de resgate ainda está em andamento”, disse ele. “Não quero falar sobre isso porque estou aguardando as conclusões oficiais das forças armadas ucranianas.” Em uma postagem no Facebook na sexta-feira, a 36.ª Brigada não mencionou o ataque, mas publicou uma montagem de vídeo dos fuzileiros navais em ação, acompanhada de uma canção patriótica.

Mariupol está cercada por tropas russas

De acordo com o Ministério da Defesa russo, as tropas do país, apoiadas por separatistas do leste, conseguiram tomar o centro de Mariupol, uma cidade com 400 mil habitantes. O governo da Ucrânia trata a região como “área sensível”. Organizações humanitárias dizem ter dificuldades de acolher sobreviventes (mais informações abaixo).

A queda de Mariupol, palco de alguns dos piores combates da guerra até agora, marca um grande avanço para os russos, que estão em grande parte atolados fora das grandes cidades, mais de três semanas após a maior invasão terrestre na Europa desde a 2.ª Guerra.

Ucraniano passa por destroços deixados por ataques russos em Mariupol Foto: Evgeniy Maloletka/AP

Ainda ontem, forças ucranianas e russas entraram em combate pelo controle da usina de aço Azovstal, em Mariupol, disse Vadym Denysenko, assessor do ministro do Interior da Ucrânia. “Uma das maiores usinas metalúrgicas da Europa está sendo destruída”, afirmou Denysenko em uma entrevista transmitida pela TV.

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Oleksiy Arestovych, conselheiro da presidência da Ucrânia, disse que as forças mais próximas que poderiam ajudar os soldados em Mariupol já haviam recuado por pelo menos 100 quilômetros. “Atualmente, não há solução militar para Mariupol”, disse. “Essa não é apenas a minha opinião, é a dos militares.”

“Crianças, idosos estão morrendo. A cidade está destruída e varrida da face da terra”, disse o policial de Mariupol Michail Vershnin, direto de uma rua cheia de escombros em um vídeo endereçado a líderes ocidentais, cu/ja autenticidade foi confirmada pela Associated Press. l AP, REUTERS e NYT

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