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Queda de apoio à guerra na Ucrânia nos EUA pressiona Biden e Congresso questiona volume de ajuda

Pesquisas mostram que apoio ao envio de armas dos EUA para Kiev diminuiu entre os americanos em um ano; pressão política sobre governo cresce

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Por Redação

Apesar do comprometimento público do presidente americano, Joe Biden, com o esforço de guerra ucraniano contra a Rússia, os últimos meses do conflito, marcados pela estagnação da linha de frente, trouxeram uma mudança na visão da opinião pública dos EUA sobre a guerra. O apoio ao envio de armas para Kiev caiu de 60% em maio, pouco depois da invasão, para 48% em fevereiro, quando ela completou um ano. Com isso, a oposição republicana ampliou a pressão no Congresso contra os gastos militares do Pentágono no conflito.

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A parcela de americanos que acha que os Estados Unidos deram dinheiro demais à Ucrânia cresceu de 7% há um ano para 26% no mês passado, de acordo com o Pew Research Center. E mesmo os apoiadores deixam claro que seu compromisso não é sem limites.

Enquanto 50% dos entrevistados pela Fox News disseram que o apoio americano deve continuar “pelo tempo que for necessário para vencer”, 46% disseram que o prazo deve ser limitado. Os republicanos do Congresso, com o poder de sua nova maioria, pressionaram funcionários do Pentágono em duas audiências sobre gastos na Ucrânia, questionando-os sobre para onde está indo o dinheiro e prometendo responsabilizá-los.

Presidente dos EUA, Joe Biden, durante o discurso do Estado da União no Congresso, em 7 de fevereiro. Deputados republicanos aumentam pressão sobre financiamento militar do governo para a Ucrânia Foto: Patrick Semansky/AP

Apesar da promessa de Biden de que o apoio americano à Ucrânia é inquebrantável, o governo ucraniano ficou preocupado o suficiente e o presidente Volodmir Zelenski tenta marcar um telefonema com o presidente da Casa, Kevin McCarthy, para defender as necessidades do país.

“É assim com toda intervenção estrangeira”, disse Andy Surabian, um estrategista republicano que aconselhou duas vozes republicanas francas contra a ajuda à Ucrânia, o senador J.D. Vance, de Ohio, e Donald Trump Jr. “Nos primeiros meses, é sempre popular. As pessoas não gostam do que a Rússia fez; é horrível. Mas com o passar do tempo, o cansaço da guerra é uma coisa real, especialmente neste país, especialmente quando os eleitores não estão conectando o que está acontecendo na Ucrânia com sua própria segurança.”

Pressão no Congresso

Os republicanos no Congresso questionaram enfaticamente graduadas autoridades do Pentágono na terça-feira a respeito da ajuda militar e outras assistências que os Estados Unidos têm enviado para a Ucrânia, levantando novas dúvidas a respeito de seu apoio a gastos futuros, enquanto os democratas pediram uma estimativa sensata de quanto dinheiro será necessário.

Os intercâmbios em duas comissões da Câmara dos Deputados, ocorridos poucos dias após o primeiro aniversário da invasão russa, sublinharam a maneira com que as preocupações a respeito do alto custo do envio de armas para Kiev têm se intensificado no Capitólio. Dúvidas crescentes ameaçam o que tem sido um forte consenso bipartidário em favor da ajuda e poderiam dificultar mais para o governo Biden obter aprovação no Congresso de fundos para reabastecer suas contas para assistência militar. O ponto de inflexão no financiamento poderia ocorrer no meio do ano, meses antes do que era esperado anteriormente.

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As audiências também ilustraram como membros de ambos os partidos, apesar de expressarem confiança de que a maioria no Congresso continua comprometida com o apoio à Ucrânia, estão preocupados com a possibilidade de uma minoria determinada — incluindo republicanos de direita contrários ao envolvimento dos EUA em conflitos estrangeiros e democratas progressistas antiguerra — poder enfraquecer essa convicção caso a guerra continue a se arrastar.

“Todos nós estamos preocupados com a prestação de contas”, afirmou o deputado Joe Wilson, que no passado apoiou iniciativas de gastos na Ucrânia, durante a audiência do Comitê de Serviços Armados da Câmara. “Peço, por favor, que tornemos isso público para que o povo americano possa saber o que são esses gastos.”

As tensões ficaram evidentes na terça-feira quando o deputado Andrew Clyde, republicano da Geórgia e crítico franco aos gastos na Ucrânia, questionou uma graduada autoridade do Departamento de Defesa a respeito de relatos de armas desviadas, delatores e fraudes.

Líder do Congresso dos EUA, Kevin McCarthy (Republicano), nos corredores do Capitólio, na quinta-feira, 1º. Maioria republicana dificulta política de Biden para a guerra Foto: Stefani Reynolds/AFP

“A prestação de contas em relação às armas enviadas é prioridade absoluta, especialmente em relação às armas mais sensíveis, para garantir que elas estejam sendo usadas em seus propósitos pretendidos e não desviadas para usos nefastos”, disse Clyde para o inspetor-geral do Pentágono, Robert Storch.

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Storch e outras autoridades do Pentágono declararam que não houve situações confirmadas de armas sensíveis desviadas para usos impróprios, mas suas afirmações não silenciam os críticos.

As perguntas de Clyde, entretanto, foram marcantes, pois ele não possui assento na Comissão de Serviços Armados. Ele foi convidado para participar pelo presidente do painel, o deputado Mike Rogers, republicano do Alabama e apoiador ferrenho do fornecimento de ajuda militar para a Ucrânia. Rogers concedeu a Clyde o maior tempo que tinha para questionamentos na sessão, depois de assinalar que os níveis recorde de ajuda militar requerem “um nível sem precedentes de supervisão do Congresso”.

Promessas de envios de tanques, a natureza excruciante da guerra terrestre e um clamor constante de certos setores no Congresso pela liberação de sistemas avançados para a Ucrânia ameaçam consumir o dinheiro destinado à guerra em um ritmo mais rápido do que os responsáveis por este orçamento anteciparam em dezembro, quando os legisladores aprovaram cerca de US$ 45 bilhões em ajuda militar e outros tipos de assistência projetando que o dinheiro duraria até o fim de setembro. /NYT

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