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Quem cuidará dos cães corgi da rainha Elizabeth II após sua morte?

O Palácio de Buckingham não disse oficialmente quem tomará conta dos últimos cães da rainha, mas especialistas na monarquia britânica especulam nomes

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Por Redação
Atualização:

LONDRES - Os corgis da rainha Elizabeth II foram os servos mais leais da monarquia, proporcionando à monarca companhia doméstica por quase um século, até sua morte, aos 96 anos, na última quinta-feira, 8. Até o momento, o Palácio de Buckingham não disse oficialmente quem tomará conta dos últimos cães da rainha, mas especialistas na monarquia especulam nomes para a imprensa britânica.

A família real tornou popular a pequena raça de pernas curtas originária do País de Gales que passou um tempo ameaçada de extinção. Os pequenos cães cor de areia com orelhas pontudas eram uma presença permanente na corte de Elizabeth II, seguindo-a por todos os cômodos do Palácio de Buckingham, além de aparecer em fotos e retratos oficiais.

Em sua vida, ela teve mais de 30 cães, com nomes como Plover, Disco e Mint. Muitos deles trotavam à sua frente onde quer que ela fosse, no que a princesa Diana uma vez descreveu, talvez não tão carinhosamente, como “um tapete em movimento”.

A rainha Elizabeth II acariciando Candy, seu cachorro corgi em janeiro de 2022 Foto: Steve Parsons/AFP

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Eles ainda ganharam um papel no vídeo que a rainha estrelou ao lado do ator Daniel Craig, interpretando James Bond, para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Os cães também fizeram aparições frequentes na série da Netflix “The Crown”, que retrata o mandato de Elizabeth como chefe de Estado.

Ao morrer, Elizabeth teria deixado para trás dois corgis Welsh Pembroke, uma mistura de corgi-dachshund conhecida como dorgi e um cocker spaniel.

Não está claro o que acontecerá com os amados animais de estimação da rainha. A biógrafa real Ingrid Seward disse que eles podem ir para seus filhos, Andrew e Anne. “Imagino que os cães seriam cuidados pela família, provavelmente Andrew [já que] foi ele quem os deu a ela”, disse Seward à revista Newsweek . “Eles são bem jovens, os cães”.

Foto de arquivo tirada em 26 de fevereiro de 1970, na qual a rainha Elizabeth II posa com seu cachorro Corgis Foto: Central Press/AFP

Em fevereiro de 2021, seu filho Andrew deu a ela dois pequenos dorgis - uma mistura de dachshund e corgi -, Muick e Fergus, para animá-la durante a internação de seu marido, o príncipe Philip, que morreu pouco depois, em 9 de abril. Elizabeth II encontrou conforto caminhando com eles pelos terrenos do Castelo de Windsor, mas Fergus morreu inesperadamente em maio daquele ano.

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A Newsweek também cita uma passagem do livro da autora Peny Junor, que escreveu em 2018 uma obra sobre os cães reais, “All The Queen’s Corgis”. De acordo com ela, o braço-direito da rainha, sua assistente Angela Kelly, poderia ficar encarregada dos bichos, ou outros secretários, como Paul Whybrew. Mas, por enquanto, trata-se apenas de hipóteses.

Joe Little, biógrafo real e editor-chefe da revista Majesty, reforçou à CNN americana a hipótese de que os cães serão cuidados pela equipe real antes de serem adotados pela princesa Anne e pelo príncipe Andrew. “A princesa Anne teve seus próprios corgis no passado”, explicou ele à rede de televisão. “As duas adições mais recentes vieram do duque de York [Andrew] e suas filhas, então talvez possam ir para ele. É improvável que eles se separem.”

Foto de arquivo tirada em 15 de outubro de 1969, na qual a rainha Elizabeth II chega à estação ferroviária de King's Cross em Londres com seus quatro cães Corgis após férias no Castelo de Balmoral na Escócia e antes de receber no Palácio de Buckingham os astronautas americanos da Apollo 11 que caminharam na lua Foto: AFP

A rainha amava tanto seus corgis que supervisionava pessoalmente sua dieta diária, de acordo com o livro de Brian Hoey “Pets by Royal Appointment”, que traça os animais de estimação da realeza britânica desde o século 16. Um funcionário preparava o jantar dos cães, composto por um bife e um peito de frango, que era servido todos os dias às 17h em ponto. A própria rainha chegou a servir o banquete.

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Em seu livro, Hoey sugere que a monarca preferia a companhia de animais à de humanos. A realeza “desconfia de quase todos fora de sua própria família, então as únicas criaturas em que realmente confiam não são da espécie humana”, disse ele. Mas nem todos no Palácio de Buckingham tinham o mesmo entusiasmo. Dizem que o príncipe Philip era avesso aos animais porque eles latiam muito, de acordo com Hoey.

A rainha criou dezenas de corgis em vida e alguns deles se tornaram fonte de dor. Um de seus favoritos, Pharos, teve que ser sacrificado depois de ser violentamente atacado pelo bull terrier inglês de sua filha, a princesa Anne, em 2003.

Captura de tela de televisão tirada em 29 de julho de 2012 mostra uma filmagem apresentada durante a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, estrelando o ator britânico Daniel Craig (esquerda) interpretando James Bond escoltando a Rainha Elizabeth II, seguida por um corgi, pelos corredores do Palácio de Buckingham Foto: AFP

Em 2012, Monty Roberts, conselheiro equino da rainha, disse à Vanity Fair que a morte de um de seus cães – um corgi que co-estrelou o esquete de James Bond – a afetou profundamente. “Ela não queria ter mais cachorros jovens”, disse ele. “Ela não queria deixar nenhum cachorrinho para trás.”

Segundo a BBC , a família real tinha um termo para o efeito calmante que os corgis tiveram na rainha ao longo dos anos: “o método dos cães”. “Se a situação se tornar muito difícil, ela às vezes literalmente se afasta e leva os cachorros para passear”, escreveu Penny Junor, autora de “All the Queen’s Corgis”.

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Ameaçada de extinção em 2014, quando apenas 274 exemplares foram registrados, a raça vivenciou um renascimento quando anos depois a produtora de televisão Netflix os retratou ao lado de Elizabeth II na série de sucesso “The Crown”.

Assim, os corgis voltaram à moda. Desde que a primeira temporada de foi ao ar em 2017, os registros de filhotes de corgis aumentaram constantemente, quase dobrando entre 2017 e 2020, de acordo com o Kennel Club, a maior organização de saúde canina britânica. Em 2018, a instituição conseguiu removê-los da lista de raças de cães em perigo de extinção./AFP e W.POST

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