Quem é e o que pensa a primeira mulher a assumir o comando da economia do Reino Unido?

Como recém-nomeada chanceler do Tesouro, Rachel Reeves está assumindo a difícil tarefa de impulsionar o crescimento da produtividade do Reino Unido e de revitalizar os serviços públicos em dificuldades

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Por Eshe Nelson (The New York Times)

Rachel Reeves se tornou a primeira mulher chanceler do Tesouro britânico (Ministra da Economia) nesta sexta-feira, 5. Nomeada pelo primeiro-ministro eleito Keir Starmer, do Partido Trabalhista, a política assume um dos quatro grandes cargos de Estado do país, com a responsabilidade de administrar o orçamento britânico.

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Depois de uma década e meia de estagnação econômica no Reino Unido, Reeves, deputada trabalhista com reputação de administradora séria e estável, terá de enfrentar as difíceis tarefas de impulsionar o crescimento da produtividade do país, medida fundamental de prosperidade, e de revitalizar os serviços públicos em dificuldades.

“Conheço a escala do desafio que herdarei”, disse Reeves à BBC. “Não há uma quantidade enorme de dinheiro”, disse ela, acrescentando que o partido precisava desbloquear o investimento privado.

Nova chanceler do Tesouro, Rachel Reeves, em imagem desta sexta-feira, 5, em Londres. Reeves se torna a primeira mulher a assumir o cargo Foto: Thomas Krych/AP

A expectativa do mercado é que Reeves aborde sua nova função com pragmatismo. “Os trabalhistas percorreram um longo caminho para reconquistar a confiança das pessoas em seu histórico econômico e ela não quer arriscar isso”, disse Carys Roberts, diretora do Institute for Public Policy Research.

Por exemplo, o Partido Trabalhista adotou políticas mais centristas nos últimos anos, abandonando o programa de esquerda do ex-líder Jeremy Corbyn de maiores gastos e ampla nacionalização de indústrias.

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Reeves, 45 anos, foi eleita para o Parlamento em 2010 na cidade de Leeds, no norte do país. Em uma tentativa de provar sua credibilidade, ela se referiu com frequência ao seu treinamento tradicional como economista durante os seis anos em que trabalhou no Banco da Inglaterra após a faculdade.

Ela enfatizou seu objetivo de criar estabilidade após um período de choques econômicos internacionais e nacionais, incluindo um aumento nos preços da energia e o governo de Liz Truss, que durou apenas 49 dias no cargo depois que suas propostas de corte de impostos estremeceram os mercados financeiros.

Reeves chama sua agenda econômica de “securonomics” (economia de segurança), uma abreviação que reflete sua reputação. Certa vez, ela disse ao jornal britânico The Guardian que, se quiserem “cambalhotas” na economia, procurem outra pessoa.

Ela descreveu a “securonomics” como a garantia da segurança econômica do Reino Unido em um mundo que se fragmenta, ao mesmo tempo em que garante a segurança das finanças dos trabalhadores. O conceito é inspirado nas políticas da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

Mas o apelo à estabilidade também é um sinal de que os britânicos não devem esperar mudanças rápidas ou drásticas na condução da economia.

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Em meio a altos níveis de endividamento e impostos relativamente altos, Reeves prometeu não aumentar os impostos corporativos, de renda pessoal ou VAT e aderir a regras rígidas de endividamento. Com essas restrições, ela espera que a estabilidade induza o tão necessário crescimento econômico.

Na prática, espera-se que isso signifique dar mais poder às instituições, como o órgão fiscalizador Office for Budget Responsibility, e trabalhar mais de perto com as empresas para incentivá-las a aumentar o investimento privado.

“Os trabalhistas estão apostando muito na esperança do crescimento econômico, inclusive confiando no crescimento para que possam gastar mais em serviços”, disse Roberts.

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