Filósofa e torcedora do Real Madrid: quem é Corina Yoris, que enfrentará Maduro na Venezuela?

Yoris, que nunca ocupou cargos públicos, agora enfrenta o desafio de manter o entusiasmo que Machado conseguiu despertar entre os apoiadores e céticos da oposição no ano passado

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Por Redação

Impossibilitada de concorrer nas eleições presidenciais da Venezuela em 28 de julho, a opositora María Corina Machado anunciou, na sexta-feira, 22, a filósofa e professora universitária Corina Yoris como a candidata a enfrentar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

“É uma pessoa da minha total confiança, honrada, que vai cumprir esse trâmite com o apoio e a confiança de todos”, disse a líder liberal em entrevista coletiva, ao anunciar o nome de Corina Yoris. Machado, favorita nas pesquisas, está inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos, o que ela chama de medida ilegal.

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“Encontramos a pessoa certa e (...) é uma pessoa que conta com o respeito de todos que a conheceram ao longo de sua vida acadêmica, profissional, cidadã”, disse Machado, referindo-se a Yoris, que “não está inabilitada”, como uma pessoa em quem ela “confia plenamente”.

Yoris é graduada em Filosofia, em Letras e doutora em História. De acordo com o El País, atuou como professora de Lógica e Teoria da Argumentação na Universidade de Salamanca, na Espanha, e tem mestrado em Literatura Latino-Americana na Universidade Simón Bolívar, em Caracas.

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Também foi presidente da Sociedade Venezuelana de Filosofia e membro do Conselho Diretor da Rede Interamericana e da Sociedade Ibero-Americana de Filosofia, além de integrar a Sociedade Internacional Etienne Gibson. É, também, forte torcedora do Real Madrid, time pelo qual frequentemente vibra em publicações no X.

A opositora María Corina Machado anunciou, na sexta-feira, a filósofa e professora universitária Corina Yoris como a candidata a enfrentar Nicolás Maduro.  Foto: EFE/ Rayner Peña R.

Yoris, que nunca ocupou cargos públicos, agora enfrenta o desafio de manter o entusiasmo que Machado conseguiu despertar entre os apoiadores e céticos da oposição no ano passado – uma tarefa difícil, faltando apenas quatro meses para a eleição, na qual Maduro busca mais seis anos no cargo.

María Corina ressaltou que o nome de Corina Yoris está limpo no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de servir ao chavismo. Ela foi escolhida por unanimidade dentro da Plataforma Unitária (PUD) e conta com “todo o apoio” de Machado. Além disso, ela foi membro da Comissão Nacional de Primárias (CNP) que organizou as eleições de outubro passado, onde Machado venceu com 92,35% dos votos.

As pesquisas sugerem que a maioria dos venezuelanos deseja ir às urnas e derrotaria Maduro se tivesse alguma chance. E embora Machado seja o nome favorito, a maioria dos apoiadores da oposição queria que ela cedesse a outra pessoa, em vez de deixar a oposição essencialmente de fora da corrida.

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“Sinto-me não apenas orgulhosa, mas comprometida com o povo e com María Corina. Este ato de confiança, depositar em mim este desafio, parece-me de uma bondade e de um desprendimento único”, disse a Yoris.

María Corina reforçou que continuará lutando para reverter sua inabilitação e entrar na disputa, ocupando o lugar de Corina Yoris, o que é pouco provável./Com AFP.

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