LONDRES - Músico, místico e campeão de jiu-jitsu. Era essa a imagem que o hispano-brasileiro Marcus Aurelio Arduini Monzo, 36, passava nas redes sociais, antes de ser preso, acusado por matar o adolescente Daniel Anjorin, 14, e ferir outras quatro pessoas, incluindo dois policiais, com uma espada samurai em Londres.
Marcus Monzo compareceu ao tribunal nesta quinta-feira, 2, para uma breve e audiência e falou apenas para confirmar o próprio nome: “Pelo que me lembro, Marcus Aurélio Arduini”, respondeu após uma pausa, relatou The Telegraph. Ele vai responder por homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal grave e pela posse da espada.
O hispano-brasileiro vivia em Newham, leste de Londres, e era listado como ex-diretor de uma imobiliária, afirma a imprensa britânica.
Uma publicação em seu perfil no Instagram, agora fora do ar, mostrava ele sorrindo e exibindo medalhas após vencer uma competição de jiu-jitsu. Ele também aparecia em vídeos esmurrando um saco de pancada em uma academia de boxe e atirando com um arco e flecha no quintal.
Além das artes marciais, descrevia a si mesmo como músico e místico.
Agora, é chamado em tabloides britânicos de “assassino da espada”. Monzo é acusado de ter atropelado e atacado com a espada um homem de 33, que sofreu lesões no pescoço. Então, invadiu a casa onde um casal e a filha de quatro anos dormiam e atingiu o homem, de 35 anos, no braço.
O adolescente Daniel Anjorin, por sua vez, caminhava para a escola quando foi atacado com a espada samurai. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas morreu em decorrência dos ferimentos.
No primeiro momento, a polícia tentou conter o suspeito com spray e uma pistola elétrica, mas sem sucesso. Ele feriu dois agentes e conseguiu fugir até que foi cercado e detido, afirma Larry Smith, responsável pela investigação. Vídeos de testemunhas obtidos pela imprensa britânica mostram o homem de moletom amarelo andando pela região com a espada e pulando cercas das casas enquanto os policiais ordenam que ele largue a arma.
O comissário de polícia assistente Ade Adelekan disse que a polícia não busca por mais suspeitos e que o ataque não parece ter relação com terrorismo.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, descreveu o ataque como “chocante” e se solidarizou com as pessoas atingidas e seus familiares. “Essa violência não tem lugar em nossas ruas”, escreveu em publicação no X (antigo Twitter). O Rei Charles III disse que os seus pensamentos e orações estão com a família do jovem e saudou a coragem das equipes de emergência, disse o Palácio de Buckingham./Com AFP e AP
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.