Quem é o novo ‘czar da imigração’ nos EUA que será nomeado quando Trump assumir?

Thomas Homan foi diretor interino do Departamento de Imigração e Alfândega durante o primeiro governo Trump; policial de carreira, ele foi condecorado por Obama por recorde de deportação em 2013

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O presidente eleito Donald Trump escolheu para ser responsável pela segurança das fronteiras dos Estados Unidos o policial aposentado Thomas Homan, ex-diretor interino do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) no primeiro mandato do republicano. Conhecido por uma política repressiva, Homan será o “czar da imigração” com a tarefa de implementar a agenda do republicano, que inclui a deportação em massa de imigrantes ilegais.

PUBLICIDADE

Homan é um defensor das ideias de Donald Trump e foi um dos responsáveis no primeiro mandato do republicano pelas políticas de “tolerância zero”, que causaram a separação de milhares de crianças de seus pais por estarem ilegalmente nos EUA. “Conheço Tom há muito tempo e não há ninguém melhor para policiar e controlar nossas fronteiras”, disse Trump na Truth Social, sua rede social, ao anunciá-lo.

O veterano é um defensor das políticas de deportação. Na Conferência Nacional de Conservadorismo no início deste ano, em Washington, ele chegou a afirmar que nenhum dos imigrantes ilegais estariam fora da mesa para serem deportados, embora a prioridade seja de imigrantes com históricos criminais. “Você tem minha palavra”, disse aos imigrantes. “Trump volta em janeiro, eu estarei no seu calcanhar e vou comandar a maior operação de deportação que este país já viu”.

Imagem de 2018 mostra Thomas Homan, então diretor interino do Departamento de Imigração e Alfândega. Homan volta ao governo Trump como 'czar da imigração' Foto: John Bazemore/AP

Em outubro, Homan deu mais informações sobre o plano em entrevista ao programa 60 Minutes, da emissora CBS News. Os primeiros alvos seriam os imigrantes ilegais com antecedentes criminais e que representem “ameaças à segurança nacional”; depois, os imigrantes ilegais em geral, independente do tempo que estejam no país. As famílias também não devem ser separadas, como no primeiro governo. Ele promete deportá-las juntas.

Publicidade

Outro pilar seria o retorno das prisões de imigrantes ilegais em locais de trabalho, uma política que foi descontinuada pelo presidente Joe Biden em 2021. “Vai ser necessário”, disse no 60 Minutes quando foi perguntado. Tom descartou, no entanto, batidas policiais em massa nos bairros e estruturas que os deixe presos, comparadas a campos de concentração.

Policial de carreira e chefe no governo Obama

Antes de se tornar um nome influente no círculo de Trump, Thomas Homan foi policial no Estado de Nova York e agente da Patrulha de Fronteira. No governo de Barack Obama, foi escolhido para chefiar o setor de deportação do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) em 2013.

Naquele ano, o departamento realizou um número recorde de deportações formais. Foram 432 mil deportações, um número que Trump não alcançou no primeiro mandato. O desempenhou lhe rendeu a condecoração do Prêmio Presidencial, o maior reconhecimento do serviço público nos EUA, pelo governo democrata.

Conhecido no ICE como alguém discreto e com devoção ao trabalho, Homan sempre defendeu as abordagens dos agentes quando surgem relatos de agressividade. Um de seus elogios a Trump é a liberdade maior aos agentes, que, disse, reflete no aumento de prisões nos EUA.

Publicidade

O primeiro governo Trump descartou restrições de deportação do governo Obama – que limitavam as expulsões aos imigrantes ilegais com antecedentes criminais, que ameaçavam à segurança nacional ou que haviam cruzado a fronteira recentemente – Homan colocou em prática políticas que permitiram a prisão de mulheres grávidas e aumentos dos centros de prisões.

Quando se aposentou como diretor interino do ICE, ele disse que queria passar mais tempo com a família. Em uma entrevista à agência de notícias Associated Press em 2018, disse que não pretendia permanecer no governo Trump, mas voltou atrás depois do então secretário de Segurança Interna, John Kelly, pedir para que ele ficasse. Homan disse que estava na festa de aposentadoria quando recebeu o pedido. Kelly deu a ele um fim de semana para decidir, e ele aceitou. /COM AP, NYT, WP