MOSCOU - Sob o argumento de que não trata de eleições fora do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro negou nesta quarta-feira,16, ter abordado questões de segurança nas urnasdurante a reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
“Isso não é assunto para tratar fora do Brasil, com todo o respeito. Se alguém faz qualquer ilação nesse sentido, está extrapolando, no meu entender, a sua atividade”, disse o presidente a jornalistas, em Moscou, após ser questionado pelo Estadão/Broadcast Político se tinha tratado com Putin sobre segurança nas eleições.
Bolsonaro usou o termo “ilação” após o futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, ter dito, em entrevista exclusiva ao Estadão, que a Rússia poderia estar envolvida em “ataque de hackers” à Justiça eleitoral brasileira. “Nós teremos, certamente, o maior teste das instituições democráticas”, afirmou Fachin à reportagem.
A entrevista coletiva de Bolsonaro em Moscou aconteceu logo após uma reunião que ele manteve com empresários russos. Aos presentes, o chefe do Executivo destacou que o encontro com Putin foi uma "experiência inenarrável” , diante de um “momento ímpar” nas relações entre os dois países.
“Entramos na questão de defesa e essa questão foi tratada com mais profundidade pelo nosso ministro da defesa e o representante do governo russo. Tratamos de ciência e tecnologia, petróleo e gás, exploração em águas profundas e importação e exportação”, disse Bolsonaro aos empresários sobre o encontro com Putin.
O acesso de jornalistas à agenda do presidente com empresários foi vedado, ainda que o encontro tenha sido organizado em parceria com o governo. Bolsonaro, no entanto, transmitiu suas declarações pelas redes sociais.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.