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Quem são os mercenários de Putin que estão lutando na Ucrânia?

As forças Wagner apareceram na Ucrânia presumivelmente para lutar ao lado das tropas russas na guerra de Putin

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Por Victoria Kim*

THE NEW YORK TIMES - A menos que você tenha estado no campo de batalha na Síria, Líbia ou na República Centro-Africana, provavelmente nunca ouviu falar do Grupo Wagner, uma força militar privada com laços estreitos com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

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As forças Wagner apareceram na Ucrânia presumivelmente para lutar ao lado das tropas russas na guerra de Putin. No mês passado, o número de tropas Wagner no país mais do que triplicou para mais de 1.000. A presença deles na região leste conhecida como Donbas, que abriga grupos separatistas apoiados pela Rússia, levanta preocupações, dada a história do grupo.

Investigadores da ONU e grupos de direitos humanos dizem que as tropas atacaram civis, realizaram execuções em massa e saquearam propriedades privadas em zonas de conflito.

Comboio de soldados pró-Rússia rumo à Mariupol, na Ucrânia Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

Como o Grupo Wagner começou?

A entidade surgiu pela primeira vez em 2014, durante a anexação da Crimeia pela Rússia. O governo dos EUA disse que a organização é financiada por Yevgeny V. Prigozhin, um empresário russo e um associado próximo de Putin. Ele tem sido chamado de “chef de Putin” por causa de seu empreendimento de refeições, que já organizou banquetes de Estado elaborados para o presidente.

Como o grupo recebeu esse nome?

O grupo supostamente foi batizado com o nome de guerra de seu líder, Dmitri Utkin, um oficial militar russo aposentado. Diz-se que Utkin escolheu Wagner para homenagear o compositor, que era um dos favoritos de Hitler. Apesar da negação do Kremlin de qualquer ligação com Wagner, Utkin foi fotografado ao lado de Putin.

Onde o grupo está sediado?

O grupo não está registrado como pessoa jurídica em nenhum lugar do mundo. Mercenários são ilegais sob a lei russa. Sua existência sombria permite à Rússia minimizar suas baixas no campo de batalha e se distanciar das atrocidades cometidas por combatentes Wagner, dizem observadores.

“O grupo opera em uma situação de opacidade, há uma falta real de transparência e esse é o ponto”, disse Sorcha MacLeod, presidente do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre o uso de mercenários, que examinou o grupo. Sua estrutura permite que eles tenham negação plausível e criem “distância entre o Estado russo e o grupo”, disse ela.

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Russian President Vladimir Putin attends a concert marking the eighth anniversary of Russia's annexation of Crimea at Luzhniki Stadium in Moscow, Russia March 18, 2022. RIA Novosti Host Photo Agency/Alexander Vilf via REUTERS Foto: Alexander Vilf/Reuters

Por que os mercenários estão na Ucrânia?

Com a Rússia sofrendo pesadas perdas, de acordo com a inteligência dos EUA, Putin está enviando reforços experientes para a Ucrânia, segundo especialistas. “Esses soldados provavelmente serão usados como bucha de canhão para tentar limitar as perdas militares russas”, disse Jeremy Fleming, diretor da agência de vigilância eletrônica britânica.

Onde eles recrutam?

Alguns dos combatentes parecem ter sido recrutados da Síria e da Líbia, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby. Ele disse que a Rússia parecia estar se voltando para eles para reforçar suas tropas no leste da Ucrânia, pois o grupo já teria experiência de combate na região de Donbas nos últimos oito anos.

Onde as forças de Wagner foram implantadas?

Além de seu envolvimento na Síria, Líbia, República Centro-Africana e Ucrânia, os agentes Wagner também lutaram no Sudão, Mali e Moçambique, exercendo influência russa por procuração, fazendo o comando de líderes autoritários e, às vezes, apreendendo campos de petróleo e gás ou assegurando outros interesses materiais. Cada vez mais, eles se tornaram mais formalizados e começaram a agir mais como empreiteiros militares ocidentais.

“Há uma tendência ou padrão em torno do que acontece quando Wagner está envolvido em um conflito armado”, disse MacLeod. “O conflito é prolongado, envolve armamento pesado, civis são impactados de forma substancial, violações de direitos humanos e crimes de guerra aumentam substancialmente e não há acesso à justiça para as vítimas.”

*Victoria Kim é correspondente do The New York Times sediada em Seul

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