Após protestos, venda de jogo que simula ataque a tiros em escola é suspensa
Plataforma de distribuição de jogos online Steam removeu página que permitia compra de 'Active Shooter', que permitiria aos jogadores assumir papel de atirador ou de policiais que intervêm na situação; petição contra game reúne quase 200 mil assinaturas
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Por Redação Internacional
Atualização:
WASHINGTON - Depois de uma série de protestos nos EUA, a Valve Corporation, proprietária da plataforma de distribuição de jogos online Steam, removeu a página na qual era vendido o jogo "Active Shooter", que simula um ataque a tiros em uma escola.
A campanha contra o jogo foi liderada por parentes e amigos de estudantes recentemente assassinados por disparos em suas escolas nos Estados Unidos.
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"Active Shooter" seria disponibilizado ao público em 6 de junho, segundo sua página de apresentação na plataforma Steam. O jogo, que custaria entre 5 e 10 dólares, permitiria aos jogadores assumir o papel de atirador ou dos policiais que intervêm na situação.
Um trecho divulgado do vídeo publicado pela desenvolvedora Revived Games mostra um jogador controlando um membro da SWAT, a polícia de elite americana, que entra em uma escola para enfrentar um atirador, antes de mudar para a perspectiva do agressor, com a ação marcada por uma trilha de heavy metal.
O curta termina com um rastro de corpos de estudantes que sujam um auditório, enquanto um quadro com estatísticas registra o número de policiais e civis assassinados.
"Desde que meu filho morreu em um ataque a tiros na escola, vi e ouvi muitos horrores nos últimos meses. Esse jogo é um dos piores", disse Fred Guttenberg, pai de um adolescente vítima de um atirador em fevereiro em uma escola de Parkland, na Flórida.
Ataque em escola na Flórida mata 17
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Ataque em escola na Flórida mata 17
O jovem Nikolas Cruz, de 19 anos, matou 17 pessoas em uma escola na Flórida na quarta-feira 14. Ele estudou no local e, segundo testemunhas, era descr... Foto: AP Photo/Joel AuerbachMais
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O xerife Scott Israel, do Condado de Broward, responsável pela região, afirmou que o suspeito usou um rifle AR-15 contra os estudantes Foto: Mark Wilson/Getty Images/AFP
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Segundo relatos, Cruz usava máscara de gás, um chapéu preto e calça e blusa marrons no momento do ataque Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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Ele seria integrante de grupos pró-armas nas redes sociais e teria participado de debates na internet sobre fabricação de bombas Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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O atirador chegou ao colégio Marjory Stoneman Douglas no horário de saída dos alunos. Antes de atacar, ele disparou o alarme de incêndio, justamente p... Foto: Saul Martinez/The New York TimesMais
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Ele foi preso sem apresentar resistência na cidade vizinha de Coral Springs, cerca de uma hora após deixar a escola Foto: John McCall/South Florida Sun-Sentinel via AP
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Nikolas Cruz foi acusado formalmente de 17 homicídios premeditados. Um promotor público do Estado apresentou as acusações no dia seguinte ao ataque Foto: Mike Stocker-South Florida Sun-Sentinel via AP
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Segundo autoridades, o agressor comprou a arma usada no massacre legalmente. Era conhecido como um jovem amante das armas que havia sido expulso do co... Foto: ReutersMais
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Nikolas Cruz tinha problemas familiares e perdeu a mãe adotiva recentemente, antes de se mudar para a casa de amigos, onde apresentava um comportament... Foto: ReutersMais
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Cruz e seu irmão biológico, Zachary, são filhos adotivos. Seus pais os adotaram depois de terem se mudado de Nova York para a Flórida, nos anos 1990 Foto: Michele Eve Sandberg/AFP
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Cruz chegou a receber tratamento psicológico por um tempo, mas desistiu das sessões há mais de um ano, segundo o prefeito do Condado de Broward, Beam ... Foto: Cristóbal Herrera/EFEMais
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A família está cooperando com as investigações e não é suspeita de colaborar com o ataque, segundo o relato do advogado que a representa Foto: Mike Stocker/South Florida Sun-Sentinel via AP
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O presidente dos EUA, Donald Trump, atribuiu o ataque a um distúrbio mental e à falta de vigilância Foto: AFP PHOTO / Michele Eve Sandberg
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Trump não mencionou em momento algum a questão do controle sobre a venda de armas de fogo Foto: Reuters
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Nascido em setembro de 1998, Cruz (centro) havia publicado nas redes sociais mensagens "muito alarmantes", indicou o xerife Scott Israel Foto: AFP PHOTO / AFP TV / Miguel GUTTIEREZ
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Um dia antes do ataque, o jovem (foto) postou um vídeo em uma rede social afirmando que "coisas ruins vão acontecer amanhã" (quarta-feira) Foto: Broward County Sheriff/Handout via REUTERS
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Um estudante entrevistado pela emissora local WSVN-7 explicou que o jovem era "um menino com problemas" que possuía armas em casa e falava em usá-las.... Foto: Instagram via APMais
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Outro estudante entrevistado pela emissora WJXT afirmou que era previsível que Cruz cometesse um ataque.A foto foi postada pelo agressorem sua conta n... Foto: Instagram via APMais
"Esta empresa deve enfrentar a ira de todos os que se preocupam com a segurança pública e escolar, e isso deveria começar imediatamente", reagiu Guttenberg no Twitter. "Não compre este jogo para seus filhos ou qualquer outro jogo fabricado por esta companhia", sentenciou.
Ryan Petty, outro pai que perdeu sua filha em Parkland, disse que era "repugnante" que uma empresa de videogames fizesse uma "apresentação sedutora das tragédias que afetam escolas em todo o país" e tirasse proveito disso.
Além de permitir aos jogadores eleger bandos, o game conta com modo multijogador e a possibilidade de competir como estudante desarmado que tenta sobreviver.
Bill Nelson, senador da Flórida, afirmou que é "imperdoável" a existência de um jogo deste tipo, mais ainda quando há menos de quatro meses um jovem de 19 anos matou 17 pessoas na escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, em um Estado onde as armas são abundantes.
"Qualquer empresa que desenvolva um jogo como este na sequência de uma tragédia tão horrível deveria se envergonhar de si mesma", afirmou Nelson.
Desde então, os Estados Unidos viveram outro ataque a tiros com mortes em um escola, desta vez no Texas: um estudante de 17 anos, usando as armas de seu pai, matou 10 pessoas em 18 de maio.
Emma Gonzalez, David Hogg e Jaclyn Corin, jovens sobreviventes do ataque a tiros de Parkland, também juntaram suas vozes a este chamado. Estes três se tornaram militantes muito importantes de um movimento nacional que pede uma legislação sobre armas mais severa no país. / COM AFP