‘Rebelião era protesto e não tentativa de derrubar Putin’, afirma chefe do Grupo Wagner

Ievgeni Prigozhin afirmou que ação foi movida para grupo paramilitar não ser absorvido pelo Exército

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Por Redação
Atualização:

O chefe do Grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, afirmou nesta segunda-feira, 26, em uma primeira mensagem de áudio após o fim de sua rebelião, que seu objetivo não era derrubar o governo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas salvar seu grupo paramilitar ameaçado de ser absorvido pelo Exército.

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“O objetivo da marcha era não permitir a destruição do grupo Wagner”, afirmou Prigozhin em uma mensagem gravada de 11 minutos, garantindo que se tratava de um protesto, não uma rebelião.

As suspeitas de incorporação do Wagner ao Exército surgiram após o Ministério de Defesa da Rússia informar que os “combatentes voluntários” que lutam na Ucrânia deveriam assinar contratos com o governo. Na prática, isso poderia minar o poder de Ievgeni Prigozhin sobre as tropas mercenárias que lutam na Ucrânia.

O chefe mercenário afirmou que a maioria dos membros do Wagner se recusou a assinar contatos com o ministro da Defesa da Rússia e acusou comandantes militares de incompetência. Prigozhin também reiterou que seus combatentes foram atacados pelas forças russas, acusação que havia feito anteriormente e que também serviu de estopim para a rebelião.

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Ievgeni Prigozhin posa para uma foto no domingo, após costurar o acordo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para que o avanço de suas tropas não chegasse a Moscou  Foto: AP / AP

Ainda segundo ele, o avanço do Wagner em direção a Moscou durante o rápido levante revela “graves problemas de segurança” na Rússia. “A marcha evidenciou graves problemas de segurança no país”, declarou Prigozhin, ressaltando que seus homens viajaram 780 km sem encontrar muita resistência e que, se tivessem sido contratados no início do conflito na Ucrânia, Kiev poderia ter caído em poucos dias – como planejava o Kremlin.

Ao chegar a 200 quilômetros de Moscou durante a marcha, no entanto, Prigozhin avaliou que a partir dali haveria risco de derramamento de sangue dentro da Rússia. O motim foi encerrado após uma negociação com o ditador de Belarus e grande aliado de Putin, Alexsander Lukashenko, que garantiu que ele e suas tropas não seriam punidos.

Em sua mensagem, Prigozhin não revela sua localização atual. O Kremlin disse que o chefe do Grupo Wagner irá a Belarus, mas não especificou quando.

Ministério da Defesa da Rússia

Dois dias após o levante chegar ao fim, o Ministério da Defesa da Rússia publicou um vídeo em que o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, inspeciona um posto de comando na Ucrânia. Não ficou imediatamente claro quando e onde as imagens foram gravadas, mas a divulgação mostra uma unidade de Moscou em torno de Shoigu, criticado pelo Grupo Wagner.

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Prigozhin acusa o ministro de atrapalhar a invasão da Ucrânia e pede a sua demissão. Analistas chegaram a cogitar que a rebelião poderia causar a queda de Shoigu, mas ele permanece no cargo e em silêncio sobre a situação. /AFP, W.P.

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