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Rei dá a premiê socialista tarefa de negociar governo na Espanha

Sánchez disse que consultaria todos os partidos, exceto o Vox, de extrema direita, enquanto busca reunir uma maioria governamental

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Por Redação

O rei Felipe VI da Espanha pediu nesta terça-feira, 3, ao primeiro-ministro interino, o socialista Pedro Sánchez, para tentar formar um novo governo de coalizão depois de fracassadas as tentativas do líder do conservador Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo. Na semana passada, o líder de direita não obteve o apoio em nenhuma das duas votações na Câmara.

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O monarca transmitiu sua decisão à presidente da Câmara da Espanha, a também socialista Francina Armengol, liberando o atual primeiro-ministro para iniciar formalmente os contatos com os partidos. Sánchez prometeu “generosidade” nas negociações com os separatistas catalães, dos quais depende agora para se manter no poder.

Armengol comunicou ao Congresso a decisão do rei e indicou que só convocará uma nova sessão plenária de posse com a candidatura de Sánchez quando as negociações políticas estiverem maduras.

O primeiro-ministro interino da Espanha, Pedro Sanchez, gesticula enquanto faz um discurso no Palácio La Moncloa, em Madri, em 3 de outubro de 2023 Foto: Thomas Coex / AFP

Sánchez disse que consultaria todos os partidos, exceto o Vox, de extrema direita, enquanto busca reunir uma maioria governamental. O Vox recebeu o terceiro maior número de votos nas eleições, o que produziu um Parlamento fragmentado composto por 350 legisladores de 11 partidos, dificultando o caminho para o poder para qualquer um deles.

Os planos iniciais de Sánchez são tentar formar uma coalizão com o Sumar, um movimento de pequenos partidos de esquerda que terminou em quarto lugar nas eleições.

Se nenhum governo for formado até 27 de novembro, novas eleições serão convocadas para 14 de janeiro. Sánchez, cujo partido detém 122 cadeiras, espera poder persuadir aqueles que votaram contra Feijóo a dar a ele os 176 votos necessários para obter a maioria.

“Entendo que agora temos de fazer as negociações adequadas para alcançarmos uma votação de posse com apoio suficiente e para que ela avance”, disse o líder socialista, que destacou que “é importante que o candidato tenha tempo para realizar reuniões com os diferentes partidos políticos”.

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Apesar de terminar em segundo nas eleições legislativas de julho, atrás de Feijóo, Sánchez, no poder desde 2018, parece mais próximo que o líder do PP de conseguir reunir uma maioria de deputados em torno de sua candidatura.

A decisão do monarca de propor Sánchez como candidato era esperada, uma vez que o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), de 51 anos, tinha demonstrado o desejo de tentar a reeleição e de reeditar o governo de coligação progressista.

Separatistas

O socialista já governa com essa coalizão de esquerda desde 2020, mas agora vai precisar também do partido independentista catalão de Carles Puigdemont, que nos últimos anos se opôs sistematicamente a seu governo.

O Psoe tem o apoio dos seus 121 deputados, aos quais se juntariam os 31 de Sumar e, previsivelmente, os 6 independentistas bascos do EH Bildu e os 5 dos nacionalistas bascos do PNV. A negociação mais difícil será com os independentistas catalães da ERC e dos Junts, que têm 7 parlamentares cada.

Os dois partidos independentistas catalães exigem que Sánchez aprove uma lei de anistia para os políticos condenados pela intentona separatista na Catalunha em outubro de 2017 e avance no reconhecimento do direito à autodeterminação para realizar um referendo de independência.

Além disso, o partido nacionalista galego BNG, cujo deputado único votou contra Feijóo, também alertou recentemente Sánchez que não tem o seu apoio garantido.

Em sua primeira entrevista ontem depois de receber indicação do rei, Sánchez rechaçou a ideia de um referendo de autodeterminação na Catalunha.

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Ao mesmo tempo, afirmou que é hora de “generosidade”, “compromisso”, “liderança” e “política” para resolver o “problema político” da Catalunha, além de avançar com as negociações. Ele garantiu que, quando falar com os grupos parlamentares, fixará uma posição sobre suas reivindicações. l EFE, AP e AFP

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