LONDRES — Pouco mais de um ano após enterrar uma monarca, o Reino Unido enfrenta a notícia de que seu filho e sucessor, o rei Charles III, foi diagnosticado com câncer, provocando uma onda de desejos de melhoras e preocupação.
O primeiro-ministro Rishi Sunak disse que o câncer de Charles está em estágio inicial e que ficou “chocado e triste” ao ser informado sobre o diagnóstico.
“Felizmente, foi detectado precocemente”, disse Sunak à BBC nesta terça-feira, 6, acrescentando que espera que o rei “receba o tratamento necessário e se recupere completamente”.
Sunak afirmou estar em “contato regular” com o rei. Ao ser questionado se suas reuniões semanais presenciais continuarão — o rei costuma se encontrar com o primeiro-ministro às quartas-feiras —, Sunak disse: “Não precisamos entrar em detalhes, mas estou em contato regular com ele, como sempre estive.”
Justin Welby, chefe supremo da Igreja Anglicana, que coroou Charles em sua coroação, postou na rede social X (antigo Twitter) que estava “rezando pelo rei e sua família — pelo conforto e força de Deus nas semanas e meses que virão.” O rei é o governador supremo da Igreja da Inglaterra.
Os comentários vêm a público um dia depois que o Palácio de Buckingham anunciou que Charles, de 75 anos, foi diagnosticado com câncer, embora não tenha especificado o tipo. O diagnóstico do rei estampou as manchetes da maioria dos jornais britânicos nesta terça.
Enquanto Charles foi mais aberto sobre seus problemas de saúde do que sua mãe, a rainha Elizabeth II — cujo atestado de óbito dizia simplesmente que ela havia morrido de “velhice” —, ainda há muito não dito. Isso levanta especulações sobre a gravidade de sua condição e se outros membros da realeza podem assumir tarefas que ele não conseguirá mais desempenhar.
Mais sobre rei Charles III
Charles contou a ambos os seus filhos, o príncipe William e o príncipe Harry, sobre seu diagnóstico antes que o palácio tornasse público na segunda-feira à noite (horário local, tarde no Brasil).
Relatos da mídia britânica afirmam que Harry deve retornar ao Reino Unido ainda nesta terça. Não está claro onde ele ficará. Ele devolveu as chaves da Frogmore Cottage em janeiro de 2023, pouco depois que sua autobiografia, “Spare,” foi publicada.
Não está claro que tipo de contato Harry teve com seu pai desde a publicação de sua autobiografia mais vendida. No livro, Harry descreve Charles — ou seu “Pa” — como uma pessoa tridimensional, alguém com pontos fortes e falhas. Mas o livro foi amplamente visto como um ataque a uma instituição que ele busca mudar.
Em uma parte do livro, Harry descreve uma reunião tensa entre ele, seu irmão e seu pai, na qual Charles ficou entre os rostos corados de seus dois filhos e disse “por favor, meninos — não tornem meus últimos anos uma tristeza.”
Harry compareceu à coroação de Charles no ano passado, embora tenha ficado à margem da cerimônia e não tenha aparecido com outros membros da realeza para o momento final na varanda do Palácio de Buckingham. Dizem que ele ligou para seu pai em seu 75º aniversário em novembro.
Observadores reais especulavam que William, herdeiro do trono, pode ter que aumentar seus deveres reais se Charles não puder retomá-los completamente por algum tempo.
Embora Charles seja o chefe de Estado, isso é em grande parte cerimonial. No entanto, ele desempenha um papel importante na vida britânica. A nação foi tomada pela tristeza com a morte de sua mãe, e a monarquia se tornou uma instituição profundamente simbólica, quase reconfortante, para muitos no país.
E há também seus deveres parlamentares oficiais. O monarca britânico nomeia primeiros-ministros, apresenta a agenda legislativa do governo no “Discurso do Rei” e assina projetos de lei. O rei também recebe presidentes e primeiros-ministros visitantes com pompa e representa o Reino Unido em visitas de Estado ao exterior.
Espera-se que Charles continue a receber suas “caixas vermelhas,” contendo documentos do governo que o monarca deve revisar, e a se encontrar com o primeiro-ministro em sua audiência semanal.
Charles e Camilla têm viagens planejadas para o Canadá, em maio, e Austrália, Nova Zelândia e Samoa, em outubro. Alguns se perguntam se William poderia substituir essas viagens, se necessário, dependendo da saúde do rei.
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