Membros da família mais rica do Reino Unido são julgados na Suíça sob acusação de tráfico de pessoas

Segundo informações da BBC, quatro membros da família Hinduja estão sendo acusados de ‘importar’ empregados da Índia, confiscar seus passaportes e os proibir de sair de casa

PUBLICIDADE

Foto do author Katharina Cruz
Atualização:

Quatro membros da família Hinduja - a mais rica do Reino Unido - estão sendo julgados na Suíça sob acusação de exploração e tráfico de pessoas, envolvendo a “importação” de seus empregados domésticos da Índia. As informações são da BBC.

PUBLICIDADE

Segundo a emissora britânica, a alegação é de que Prakash e Kamal Hinduja, seu filho Ajay e sua esposa Namrata, teriam confiscado os passaportes dos funcionários e tirado a liberdade de empregados saírem de casa sem autorização no bairro nobre de Cologny, em Genebra. A família também está sendo acusada de pagar US$ 8 (cerca de R$ 43) por dias de trabalho de 18 horas.

A reportagem da BBC afirma que os advogados da família Hinduja não negaram especificamente as alegações de baixos salários, mas disseram que elas devem ser vistas dentro do contexto em que os funcionários também recebiam alojamento e alimentação. Um dos advogados contestou a acusação de longas jornadas com o argumento de que assistir filmes com as crianças não se configura como trabalho.

Procuradoria de de Genebra, na Suíça, acusou quatro membros da família Hinduja de exploração e tráfico de pessoas; caso será julgado na cidade Foto: Danuta Hyniewska/Adobe Stock

De acordo com informações da BBC, na semana passada foi alcançado um acordo financeiro sobre a exploração, mas os Hinduja continuam a ser julgados por tráfico, considerado crime grave na Suíça. A família nega as acusações.

Publicidade

Yves Bertossa, um dos procuradores mais famosos de Genebra, comparou nesta semana no tribunal o gasto da família com o cachorro, estimado em US$ 10 mil por ano, com o montante diário que eles pagavam aos seus empregados.

Alguns ex-funcionários testemunharam em favor da família, descrevendo-os como pessoas amigáveis e que tratavam os seus funcionários com dignidade, mas a BBC afirma que as alegações de que os passaportes dos empregados foram confiscados e de que não podiam sequer sair de casa sem autorização são consideradas graves, pois podem ser julgadas como tráfico de seres humanos. O procurador Yves Bertossa pede pena de prisão e milhões de dólares em indenizações e honorários advocatícios, diz a emissora.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.