HAIA, HOLANDA-A Anistia Internacional (AI) acusou Israel de genocídio contra os palestinos desde o início da guerra em Gaza há 14 meses, em um relatório publicado nesta quinta-feira, 5, que deveria servir para chamar a atenção da comunidade internacional.
O governo israelense chamou o relatório de “totalmente falso” e se referiu a Anistia Internacional como uma “organização deplorável e fanática”.
A organização de defesa dos direitos humanos indica ter chegado a essa conclusão baseando-se em declarações de caráter genocida e desumanizantes do governo israelense, assim como em imagens de satélite que documentam a destruição do território palestino e em investigações no terreno com os habitantes de Gaza, entre 7 de outubro de 2023 e julho de 2024.
“Mês após mês, Israel tem tratado os palestinos de Gaza como um grupo sub-humano, indigno de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade, demonstrando sua intenção de destruí-los fisicamente”, afirmou a secretária-geral da Anistia, Agnès Callamard.
“Nossas conclusões arrasadoras devem servir para chamar a atenção da comunidade internacional: isto é um genocídio. Isto deve acabar agora”, frisou Callamard em comunicado.
Israel se manifesta
O governo israelense criticou o relatório. “O massacre genocida de 7 de outubro de 2023 foi cometido pela organização terrorista Hamas contra cidadãos israelenses. Desde então, os cidadãos israelenses enfrentam ataques cotidianos em sete frentes diferentes. Israel está se defendendo... agindo totalmente de acordo com o direito internacional”, afirma um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
O relatório da organização menciona 15 ataques aéreos realizados entre 7 de outubro de 2023 e 20 de abril de 2024, que teriam matado 334 civis, entre eles 141 crianças, e nos quais “não se encontrou nenhuma prova de que estivessem dirigidos contra alvos militares”.
Desde o início da guerra, pelo menos 44 mil pessoas morreram em Gaza, a maioria civis, segundo dados do ministério da Saúde, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas.
Condições de vida
A Anistia também denuncia as condições de vida dos palestinos no enclave, onde estão submetidos a desnutrição, fome e doenças que os expõem a uma morte lenta e calculada.
A Autoridade Palestina recebeu o relatório com satisfação e afirmou que a Anistia Internacional “é uma organização global confiável que baseia os seus relatórios em evidências”.
Saiba mais
A ONG anunciou que também publicaria um informe sobre os crimes cometidos pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro de 2023 no sul de Israel.
O grupo terrorista invadiu o território israelense, matou 1,2 mil pessoas e sequestrou 250. Este foi o maior ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto./com AFP