Um ano de Guerra na Ucrânia: relembre os principais momentos

Há um ano, Putin ordenava a invasão da Ucrânia, em um discurso no qual acusou o Ocidente de usar Kiev como um trampolim para atacar Moscou

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Foto do author Luiz Raatz

Após semanas de ameaça e do acúmulo de tanques e tropas na fronteira, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, jogando a Europa de volta a um conflito militar de grandes proporções pela primeira vez em décadas. Em um discurso no qual acusou o Ocidente de usar Kiev como um trampolim para atacar Moscou, o líder russo contestou o status da Ucrânia enquanto nação soberana e prometeu desmilitarizar o país.

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As primeiras bombas caíram sobre as cidades de Kiev, Kharkiv e Odessa ainda na madrugada daquela quinta-feira. As tropas russas invadiram a Ucrânia de quatro pontos: de Belarus, ao norte, com destino a Kiev; de Belgorod, a nordeste, na direção de Kharkiv; de Rostov, rumo a Donetsk e Luhansk; e pela Península da Crimeia, com direção a Kherson.

Em resposta, os Estados Unidos e a União Europeia impõem sanções contra os setores financeiros e de petróleo e gás do país.

Relembre na cronologia a seguir como começou a guerra na Ucrânia e quais seus principais desdobramentos

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Fevereiro de 2022

Nas primeiras semanas da guerra, começa o drama dos refugiados ucranianos. Milhões de pessoas, a maioria mulheres e crianças, fogem em direção à Polônia, a Hungria, a Romênia, a Moldávia e a Eslováquia. Em um ano, segundo a ONU, cerca de 8 milhões de pessoas deixaram a Ucrânia, o equivalente a 20% da população do país.

Criança desenha coração em vidro de trem partindo de Donetsk, na Ucrânia. Foto: Alexander Ermochenko/ Reuters - 20/02/2022

Março de 2022

Os preços dos alimentos e da energia sobem em todo mundo. No campo de batalha, as forças russas encontram resistência obstinada dos ucranianos na capital, Kiev. Sob a liderança do presidente Volodmir Zelenski, a cidade resiste em uma luta quarteirão por quarteirão, na qual os russos são, por fim, contidos.

Evidências de crimes de guerra surgem quando as forças russas se retiram de áreas ao redor de Kiev. Centenas de corpos de civis são encontrados em valas comuns em Bucha. Muitos foram amarrados e baleados à queima-roupa, enquanto outros mostram sinais de tortura e estupro.

Na Rússia, Putin começa a reprimir a imprensa, com várias estações locais fechadas e acesso à mídia estrangeira restrito. Até mesmo usar a palavra guerra para definir o conflito passa a ser proibido.

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Abril de 2022

Com a retirada de Kiev, os russos passam a se concentrar no leste e no sul do país. O controle de Putin sobre a Ucrânia chega às províncias de Donetsk, Luhansk, Kharkiv, Kherson e Zaporizhzhia, onde a maior central nuclear da Europa é tomada pelas forças de Putin e alvo de frequentes batalhas de artilharia.

Usina nuclear de Zaporizhzhia motivou tensão durante o conflito. Foto: Alexander Ermochenko/ Reuters - 14/10/2022

Maio de 2022

A oposição ocidental à guerra cresce. Temendo os planos de Putin, Suécia e Finlândia, países historicamente neutros da Escandinávia, decidem entrar na Otan. A Alemanha abandona sua tradicional posição antimilitarista e decide modernizar seu arsenal. No front, os russos fecham o cerco a Mariupol, onde soldados ucranianos se entrincheiram em uma siderúrgica.

Combatentes ucranianos transformaram usina siderúrgica em último reduto de resistência contra invasão russa em Mariupol. Foto: Dmytro 'Orest' Kozatskyi via AFP

Junho de 2022

A guerra completa 100 dias. A Nike deixa a Rússia, tornando-se a última de uma série de marcas ocidentais a deixar o país durante a guerra. Especialistas dizem que esses boicotes, juntamente com as sanções internacionais, estão paralisando a economia russa.

Julho de 2022

A inflação se agrava nos EUA, na UE e em outros países. A Rússia começa a fechar periodicamente os gasodutos Nord Stream em uma tentativa de aumentar a pressão econômica sobre a Europa. A Ucrânia começa a receber armas de ponta de americanos e europeus. O sistema antimíssil HIMARS dos EUA começam a atingir depósitos de munição, logística e sistemas de comando e controle russos.

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Agosto de 2022

Um carro-bomba explode em Moscou matando a comentarista de TV Daria Dugina, filha de Aleksander Dugin – apelidado de “cérebro de Putin”. Especialistas acreditam que ele seria o alvo do ataque.

Todas as exportações de gás para a Europa são interrompidas em 31 de agosto. Os preços aumentam imediatamente. A Ucrânia começa a planejar um contra-ataque no front de batalha.

Setembro de 2022

A Ucrânia lança uma rápida contraofensiva na região nordeste de Kharkiv, fazendo as unidades russas recuarem. Zelenski hasteia a bandeira ucraniana na cidade de Izium, em 10 de setembro, numa grande vitória estratégica para Kiev. Putin convoca 300 mil soldados para lutar na Ucrânia, desencadeando uma fuga em massa de russos em idade militar do país.

Homens russos com malas caminham ao longo da rodovia que liga a Geórgia à Rússia na cidade de Verkhnii Lars;; milhares tentam cruzar a fronteira. Foto: Zurab Kurtsikidze/ EFE

Outubro de 2022

Uma explosão destrói uma ponte que liga a Rússia e a Crimeia, que serve como uma importante rota de abastecimento para as forças de Moscou que lutam na Ucrânia. Ela ocorre um dia após o aniversário de Putin. O prestígio da Rússia na região sofre um duro golpe.

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Novembro de 2022

As tropas ucranianas chegam a Kherson em 11 de novembro. A cidade foi uma das primeiras a cair nas mãos das forças russas, durante os primeiros dias da guerra. Há cenas de comemoração em toda a Ucrânia.

Dezembro de 2022

Zelenski encontra Biden nos EUA e recebe a promessa de receber os sistemas de defesa aérea Patriot. Moscou adverte Washington sobre o envio de mais armas para Kiev.

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski é recebido na Casa Branca por Joe Biden. Foto: Brendan Smialowski/ AFP

Janeiro e fevereiro de 2023

Em meio à crescente pressão política, a Alemanha finalmente concorda em fornecer tanques de batalha Leopard 2 à Ucrânia, abrindo caminho para os EUA e outros aliados da Otan seguirem o exemplo. A Rússia começa a preparar uma contraofensiva no leste para retomar terreno dos ucranianos.

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