Repressão matou 264 na Nicarágua, diz comissão de Direitos Humanos

As manifestações contra o governo começaram em abril e hoje pedem renúncia de Ortega, há 11 anos no poder; Igreja Católica tenta mediar a paz

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WASHINGTON - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) elevou a 264 o número de mortes registradas na Nicarágua no contexto dos protestos contra o governo de Daniel Ortega, iniciados em 18 de abril.

Manifestante nas proximidades de uma barricada montada no bairro de Monimbó, em Masaya, na última quinta-feira, 5. Foto: EFE/Bienvenido Velasco

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Segundo o registro da CIDH desde o início da repressão do governo aos protestos sociais, 264 pessoas perderam a vida e mais de 1,8 mil ficaram feridas, indicou o secretário executivo da CIDH, Paulo Abrao, ao informar o conselho permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a situação na Nicarágua.

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Os protestos começaram contra fracassadas reformas da previdência e se transformaram em um movimento que pede a renúncia de Ortega, depois de 11 anos no poder, com acusações de abuso e corrupção contra ele.

Após os confrontos, que ocorrem há três meses e deixaram centenas de mortos em todo o país, a Conferência Episcopal da Nicarágua pediu o fim da violência e "a continuidade do diálogo", a qual tenta atuar como mediadora.

A Igreja Católica da Nicarágua decidiu nesta quarta-feira, 11, continuar como mediadora do diálogo entre o governo e a oposição, apesar da agressão que sofreu por grupos pró-governo e paramilitares.

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Na segunda-feira, grupos invadiram com violência a Basílica de San Sebastián, em Diriamba, onde eclesiásticos tinham chegado para apoiar um grupo de manifestantes, que se entrincheiraram ali no domingo para se proteger do assédio das forças governistas. / EFE e AFP

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