EUA: Republicanos radicais rejeitam concessões e McCarthy perde 11ª votação para presidir Câmara

Candidato apoiado por Trump foi rejeitado por grupo de republicanos por ser considerado muito moderado; impasse é o mais longo desde 1859, quando foram necessárias 44 votações

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Por Redação
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A Câmara de Representantes dos Estados Unidos segue em estado de paralisia pelo terceiro dia seguido diante do impasse provocado por disputas internas nas fileiras republicanas. Kevin McCarthy, apoiado pelo ex-presidente Donald Trump, fez novas concessões após ser rejeitado por ser muito moderado, mas o aceno foi insuficiente e ele perdeu a 11ª votação em três dias para presidir a Casa. A sessão desta quinta-feira, 5, foi suspensa após cinco votações frustradas.

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O impasse supera o de 1923, quando o republicano Frederick Gillett foi reeleito na nona votação, e se torna o mais longo desde 1859, quando foram necessárias 44 votações. Sem eleger o presidente, os novos deputados não podem ser empossados e todos os ritos legislativos, da aprovação de leis à instauração de comissões estão em suspenso. Na prática, a Câmara não funciona.

A nomeação do presidente da Câmara deste ano é a primeira em um século a exigir várias rodadas de votação. Apesar das 11 votações desde terça-feira, McCarthy não conseguiu os 218 votos necessários para se tornar presidente, o terceiro posto mais poderoso na política americana depois da presidência e vice-presidência do Executivo. Nas 11 tentativas, ele não superou os 202 votos.

Na tentativa de obter apoios, McCarthy fez novas concessões a um grupo de 20 congressistas e ofereceu reduzir de cinco para um o número de membros necessários para patrocinar uma resolução para forçar uma votação para destituir o presidente - uma mudança que o republicano da Califórnia havia dito anteriormente que não aceitaria. McCarthy também expressou vontade de colocar mais membros conservadores na Comissão de Regras da Câmara, que debate uma legislação antes de ser levada ao plenário.

McCarthy tenta encerrar impasse e ganhar a presidência da Câmara  Foto: Win McNamee/Getty Images/AFP

McCarthy também cedeu ao permitir votos no plenário para instituir limites de mandato para os membros da Casa e para promulgar legislações de política de fronteira específicas.

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Sem um presidente (“speaker” em inglês), a Câmara, que iniciou uma nova legislatura após as eleições de meio de mandato em novembro, não pode empossar seus membros, decidir os integrantes das várias comissões, apresentar projetos de lei, ou abrir qualquer uma das investigações prometidas pelos republicanos do governo do democrata Joe Biden.

Os congressistas concordaram em retomar a sessão ao meio-dia (14h no horário de Brasília), dando tempo para mais negociações.

Impasse

Cerca de 20 republicanos vetaram McCarthy, um congressista da Califórnia, deixando o partido até agora incapaz de capitalizar a pequena maioria que conquistou nas últimas eleições para o Congresso. McCarthy já havia aceitado muitas das demandas do grupo, mas a oposição à sua candidatura dentro de seu próprio partido parece apenas aumentar.

Biden chamou o fracasso dos republicanos em escolher um “speaker” de “embaraçoso para o país” e disse que o “resto do mundo” observa, de perto, esse processo.

Os partidários de McCarthy estão ficando cada vez mais frustrados, especialmente porque nenhum concorrente surgiu. Dois partidários de McCarthy — o novo líder da maioria na Câmara, Steve Scalise, e Jim Jordan, um favorito de direita — parecem ser as alternativas mais viáveis.

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McCarthy, que conseguiu arrecadar milhões de dólares para as campanhas de congressistas de direita, ajudou seu partido a recuperar o controle da Câmara após quatro anos de domínio democrata, ainda que seja uma apertada maioria de 222 contra 212. / AFP e WASHINGTON POST

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