Com gritos de “liberdade, liberdade!”, milhares de venezuelanos foram às ruas de Caracas e outros pontos do país nesta terça-feira, 30, pelo segundo dia consecutivo para protestar contra a reeleição do ditador Nicolás Maduro.
Maduro, que enfrentava como principal adversário Edmundo González Urrutia, venceu as eleições de domingo, 28, com 51,2% dos votos, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo. Com a vitória, ele terá um terceiro mandato consecutivo, que o projeta para 18 anos na presidência venezuelana.
Sob a liderança de María Corina Machado, porém, a oposição diz ter provas para comprovar sua vitória, afirmando que venceu com 70% dos votos. Neste cenário, a comunidade internacional pressiona por uma recontagem transparente dos votos.
Onze pessoas morreram durante os protestos que questionam a reeleição de Maduro, segundo números de quatro organizações de defesa dos direitos humanos. O Ministério da Defesa relatou que 23 militares também sofreram ferimentos.
Leia a seguir as atualizações mais recentes da Venezuela.
03h39 Venezuela rompe relações diplomáticas com o Peru
A Venezuela rompeu relações diplomáticas com o Peru após o governo reconhecer o opositor Edmundo González Urrutia como “presidente eleito”.
“O Governo da Venezuela decidiu romper relações diplomáticas com a República do Peru (...) Somos obrigados a tomar esta decisão depois das declarações temerárias do Chanceler peruano que ignora a vontade do povo venezuelano e nossa Constituição”, indicou o chanceler venezuelano, Yván Gil, em mensagem no X.
02h47 Centro Carter declara não ser possível verificar resultados das eleições na Venezuela
O Centro Carter declarou que não pode verificar os resultados das eleições na Venezuela devido à falta de transparência e ao não cumprimento dos padrões internacionais de integridade eleitoral.
A organização, que enviou 17 especialistas para monitorar o processo, afirmou que não consegue corroborar a autenticidade dos resultados devido à ausência de divulgação dos dados detalhados.
A declaração também enfatizou que os padrões internacionais não foram cumpridos em nenhuma fase do processo eleitoral, violando diversos preceitos da legislação nacional.
O Centro Carter criticou ainda a parcialidade demonstrada pelo CNE em favor do partido no poder e contra as candidaturas da oposição
23h19 EUA consideram ‘inaceitável’ repressão a manifestantes e opositores na Venezuela
Os Estados Unidos consideraram “inaceitável” a repressão aos manifestantes e opositores na Venezuela, após os protestos em que pelo menos 11 pessoas foram mortas.
“Qualquer repressão política ou violência contra manifestantes ou oponentes é obviamente inaceitável”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, aos repórteres quando perguntada sobre as manifestações.
Milhares de venezuelanos protestaram em várias cidades do país desde que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), pró-governo, deu a vitória a Maduro. As autoridades responderam às manifestações com centenas de prisões, incluindo a do líder da oposição Freddy Superlano na terça-feira.
Além disso, Maduro disse que “a justiça será feita contra diabos e demônios” em referência a Edmundo González e à líder da oposição María Corina Machado. As declarações foram criticadas por Washington.
“Rejeitamos os apelos de Maduro e seu círculo íntimo para prender os líderes da oposição Edmundo González e María Corina (Machado)”, escreveu Brian Nichols, chefe da diplomacia dos EUA para o Hemisfério Ocidental, no site de rede social X. “Ações para prender ou deter os líderes da oposição Edmundo González e María Corina (Machado)”, disse.
“As ações para deter ou prender membros da oposição democrática demonstram que, na ausência de provas para apoiar as reivindicações eleitorais de Maduro, ele está recorrendo à repressão”, acrescentou o funcionário.
22h56 Peru reconhece Edmundo González como ‘legítimo’ presidente eleito da Venezuela
O governo do Peru reconheceu nesta terça-feira o opositor Edmundo González Urrutia como “legítimo” presidente eleito da Venezuela após as eleições de domingo, não reconhecendo a decisão da autoridade eleitoral venezuelana de declarar Nicolás Maduro vencedor, afirmou o chanceler Javier Gonzáles-Olaechea.
“O senhor [Edmundo] González é o presidente eleito e legítimo da Venezuela”, concluiu o ministro das Relações Exteriores à emissora estatal de televisão TV Perú Noticias.
“É evidente que a vontade de fraude existe [por parte do governo venezuelano]. O senhor [Edmundo] González é o presidente eleito da Venezuela, essa é a posição do governo peruano e a de muitos organismos internacionais”, acrescentou Gonzáles-Olaechea à rádio RPP.
O chanceler anunciou que as autoridades peruanas não descartam considerar o regime de Maduro como um “governo ‘de facto’”, que não é reconhecido oficialmente, a partir de janeiro de 2025, data em que termina o segundo mandato do governante venezuelano.
“Até que termine o seu mandato, [Maduro] é um presidente. Ao final do mandato, se converteria em um governo ‘de facto’”, assinalou o ministro.
O Ministério das Relações Exteriores peruano ordenou aos funcionários diplomáticos venezuelanos que deixem o país “em um prazo de até 72 horas” diante “das graves e arbitrárias decisões tomadas hoje pelo regime venezuelano”.
Essa decisão foi anunciada depois que o governo de Maduro decretou a retirada de suas missões diplomáticas em Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, e exigiu a mesma ação desses países por não reconhecerem o triunfo da situação.
22h02 Terça-feira marcada por novos protestos na Venezuela
Aos gritos de “Liberdade!”, milhares de opositores saíram às ruas da Venezuela nesta terça-feira para reivindicar a vitória de Edmundo González Urrutia. Apoiadores de González Urrutia e da líder opositora María Corina Machado se concentraram em Caracas e em outras cidades venezuelanas para contestar o resultado do pleito de domingo
“Devemos permanecer nas ruas, não podemos permitir que nos roubem os votos tão descaradamente. Isso precisa mudar”, disse a administradora Carley Patiño, de 47 anos, à AFP.
Durante a concentração em Caracas, González Urrutia pediu calma à Força Armada, após a morte de 11 civis em protestos, nos quais dezenas de pessoas ficaram feridas. “Senhores da Força Armada: não há razão alguma para reprimir o povo da Venezuela, não há motivo para tanta perseguição”, disse o rival de Maduro nas eleições.
Maduro responsabilizou González Urrutia e Machado pela violência nas manifestações e garantiu que “a justiça vai chegar”. “Responsabilizo o senhor, González Urrutia, por tudo o que está acontecendo na Venezuela, pela violência criminosa, pelos delinquentes, pelos feridos, pelos mortos, pela destruição”, disse hoje Maduro, no palácio presidencial de Miraflores.
“A justiça será feita contra diabos e demônios. Haverá justiça. Saia da sua guarida, senhor covarde!”, gritou o presidente mais tarde referindo-se a Urrutia e María Corina, diante de centenas de apoiadores que se concentraram em frente ao palácio.
20h10 Costa Rica oferece asilo político a Machado e González
A Costa Rica ofereceu esta terça-feira asilo político ao candidato da oposição na Venezuela, Edmundo González, e à líder María Corina Machado, informou o ministro das Relações Exteriores do país centro-americano, Arnoldo André.
“Estamos dispostos a conceder asilo político, refúgio na Costa Rica, tanto a María Corina Machado como a Edmundo González e a qualquer outra pessoa perseguida politicamente na Venezuela”, afirmou o ministro num vídeo entregue à imprensa.
“Fomos informados de que existem mandados de prisão e mandados de prisão contra María Corina Machado e Edmundo González na Venezuela”, disse André ao justificar a oferta de asilo.
19h41 Lula diz a Biden que Brasil acompanha eleições e trabalha por ‘normalização’ na Venezuela
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden, dos Estados Unidos, cobraram a divulgação das atas que comprovariam os resultados ao discutir a contestada eleição na Venezuela, vencida pelo ditador Nicolás Maduro sob suspeita de fraude nesta terça-feira, 30.
De acordo com o Planalto, Lula destacou o envio do assessor especial Celso Amorim ao dizer que o Brasil acompanha a situação e trabalha pela “normalização” no país vizinho. Na conversa, que durou cerca de 30 minutos, ele disse ainda que é fundamental a divulgação das atas — documentos que são extraídos das urnas e comprovariam o resultado das eleições — o que Biden concordou, segundo relato divulgado pelo governo brasileiro.
“Sobre Venezuela, Lula observou que tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas. Informou que Amorim esteve com Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia e reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”, diz a nota.
18h56 Forças de segurança da Venezuela devem garantir o direito de protesto, afirma UE
As forças de segurança da Venezuela devem garantir o direito de protesto, afirmou nesta terça-feira o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, após a morte de 11 pessoas em manifestações contra a reeleição de Nicolás Maduro.
“Nestes momentos difíceis, é importante apelar para que as manifestações e protestos sejam pacíficos. As forças de segurança devem garantir o pleno respeito aos direitos humanos, especialmente os direitos de manifestação e reunião”, declarou em comunicado.
As forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes na segunda-feira, que afirmam que as eleições de domingo foram fraudulentas.
Borrell afirmou que o CNE “apresentou apenas o resultado correspondente a 80% da apuração, sem fornecer qualquer fonte ou sistema que permita verificação”. A UE exortou o CNE a facilitar “acesso imediato às atas de votação de todas as mesas eleitorais”.
“Até que as autoridades publiquem as atas e elas sejam verificadas, os resultados anunciados não poderão ser reconhecidos”, enfatizou o comunicado.
18h31 Lula diz que ‘não tem nada de grave, nada anormal’ na Venezuela e cobra atas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não tem nada de grave ou anormal com as eleições na Venezuela e condicionou a entrega das atas ao reconhecimento do resultado que deu vitória ao ditador Nicolás Maduro sob suspeitas de fraude eleitoral. Ele falou pela primeira vez sobre a crise em Caracas nesta terça-feira, 30, em entrevista à TV Centro América.
“Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”, disse o presidente.
A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.
“Não tem nada de grave, nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a terceira guerra mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, disse.
18h11 Presidente da Assembleia venezuelana pede prisão de María Corina Machado
O presidente da Assembleia venezuelana e chefe da campanha do partido no poder, Jorge Rodríguez, pediu que as forças de segurança investigassem as manifestações massivas que eclodiram no país depois do anúncio da reeleição de Maduro.
Rodríguez disse que María Corina Machado, líder da oposição, “tem que ir para a cadeia” e que Edmundo González “é o chefe da conspiração fascista que eles estão tentando impor na Venezuela”, e que ambos fazem parte de “um comando para ações violentas, tentando semear a guerra civil na Venezuela”.
Pouco antes, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, garantiu que as autoridades vão atuar “com firmeza” e mobilizar as forças militares e policiais para enfrentar os protestos que se seguiram aos resultados de domingo.
17h54 Sobe para 11 o número de mortos em protestos contra reeleição de Maduro, dizem ONGs
Ao menos 11 civis morreram nos protestos que eclodiram em Caracas e em outras cidades da Venezuela contra a reeleição de Maduro, informaram nesta terça-feira quatro organizações de defesa dos direitos humanos.
“Há onze pessoas mortas nestes protestos. Cinco dessas pessoas [foram] assassinadas em Caracas. Preocupa-nos o uso de armas de fogo nessas manifestações”, declarou Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal Venezolano, ao detalhar que há dois menores de idade entre os mortos.
17h39 López Obrador diz para ‘não meter o nariz’ na Venezuela e Sheinbaum pede transparência
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, pediu esta terça-feira para não meter o “nariz” na Venezuela a quem questiona as eleições que deram um terceiro mandato Maduro e reiterou que o seu governo reconhecerá os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral. O presidente mexicando instou a esperar a contagem final e “não desqualificar” as eleições “nem num sentido nem no outro”.
“Que as atas sejam revistas, que os votos sejam contados, mas que não haja desconhecimento a priori e que quem não age realmente, na realidade, de forma democrática, não mete a mão nem o nariz”, disse o presidente de esquerda durante a sua habitual conferência de imprensa.
Já a presidente eleita Claudia Sheinbaum, que assume o cargo em outubro, pediu transparência nos resultados, sem reconhecer o triunfo de Maduro. Sheinbaum também criticou o “intervencionismo” estrangeiro no processo.
“Eu acredito que devemos esperar a contagem final, tornar a votação transparente, o que sempre ajuda, e deixar a autodeterminação do povo venezuelano. E, ao mesmo tempo, que não haja violência, que tudo seja pacífico”, disse Sheinbaum em uma coletiva de imprensa na qual ela deu suas primeiras declarações sobre o assunto.
17h16 Maduro responsabiliza oposição por ‘violência criminosa, feridos e falecidos’ na Venezuela
Maduro responsabilizou o opositor Edmundo González Uruttia pela “violência criminosa” que deixou “feridos e falecidos” na Venezuela, após as eleições. Uma onda de protestos foi desencadeada no país após os resultados da eleição de domingo terem sido questionados por parte da população.
“Eu responsabilizo o senhor González Uruttia por tudo o que está acontecendo na Venezuela, pela violência criminosa, os delinquentes, os feridos, os falecidos, a destruição. Você será o responsável direto, senhor González Uruttia e a senhora [María Corina] Machado, e a justiça vai chegar”, garantiu Maduro em uma intervenção nesta terça-feira no palácio presidencial de Miraflores.
15h09 Oposição inicia manifestação contra Maduro pelo segundo dia seguido
Uma manifestação convocada pela oposição começou na tarde desta terça-feira, 30, na Venezuela, dois dias após a contestada eleição presidencial no país. Após os protestos de segunda-feira, 29, mais de 700 pessoas foram presas e 6 morreram.
Os protestos ocorrem após a prisão de Freddy Superlano, um dos líderes da oposição, que foi anunciada por seu partido, o Voluntad Popular (VP), na plataforma X. A legenda faz parte da coalizão oposicionista Plataforma Unitária, de María Corina Machado.
O ditador Nicolás Maduro também marcou uma manifestação para a tarde desta terça-feira, em frente ao Palácio de Miraflores, sede da presidência da Venezuela.
12h37 OEA denuncia a ‘manipulação mais aberrante’ nas eleições presidenciais da Venezuela
A Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou, nesta terça-feira, 30, que as eleições presidenciais de domingo na Venezuela, nas quais o ditador Nicolás Maduro foi declarado vencedor, sofreram “a mais aberrante manipulação”, em um comunicado do gabinete do seu secretário-geral, Luis Almagro.
“Ao longo de todo este processo eleitoral vimos a aplicação pelo regime venezuelano do seu esquema repressivo complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, colocando esse resultado à disposição da manipulação mais aberrante”, afirma o texto.
11h27 Ditadura de Maduro prende Freddy Superlano, um dos líderes da oposição
A ditadura de Nicolás Maduro prendeu nesta terça-feira, 30, Freddy Superlano, um dos líderes da oposição da Venezuela, segundo informações fornecidas por seu partido, o Voluntad Popular (VP), na plataforma X. A legenda faz parte da coalizão oposicionista Plataforma Unitária, de María Corina Machado.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que Superlano é detido pela polícia venezuelana. A conta do político na plataforma X divulgou o ocorrido.
10h50 Centro Carter cancela relatório sobre eleição na Venezuela e retira equipe do país, segundo CNN
O Centro Carter, uma das poucas instituições independentes autorizadas a observar as eleições venezuelanas, cancelou a divulgação de um relatório preliminar sobre o pleito do país e optou por retirar toda a sua equipe do país nesta terça-feira, 30, segundo informações da CNN em Espanhol.
A decisão ocorre após o governo do ditador Nicolás Maduro suspender os voos de e para o Panamá e a República Dominicana a partir de quarta-feira, 31, em razão das “ações de interferência” dos governos desses dois países, que questionaram a transparência na reeleição de Maduro.
02h38 Partido Comunista da Venezuela faz apelo em defesa da vontade do povo venezuelano
O Partido Comunista da Venezuela (PCV) emitiu um apelo conclamando todas as “forças genuinamente democráticas, populares e patrióticas” a se unirem em defesa da vontade do povo venezuelano, que teria se manifestado por mudança nas eleições realizadas no domingo, 28 de julho.
O comunicado do PCV alerta a opinião pública internacional sobre as intenções do governo de Nicolás Maduro. Segundo o partido, assim como o governo já privou a população de seus direitos sociais e econômicos, agora tenta cercear seus direitos democráticos.
01h43 Vice-presidente do Chile define retirada de diplomatas da Venezuela como ‘vergonhosa’
A vice-presidente do Chile, Carolina Tohá, criticou a decisão do governo venezuelano de retirar seus diplomatas do país e exigir a saída dos representantes chilenos na Venezuela. Durante a coletiva de imprensa, Tohá afirmou que a atitude é “vergonhosa e incompreensível”, além de “preocupante”, pois reflete a situação delicada que o país atravessa.
Tohá destacou ainda que a medida ‘abandona’ mais de 700 mil venezuelanos que residem no Chile. A vice-presidente enfatizou que o principal objetivo do Chile e da comunidade internacional é assegurar que as eleições na Venezuela tenham um resultado “transparente, validado e que respeite a vontade do povo venezuelano.
00h59 Venezuela suspende conexão aérea com Panamá e República Dominicana
A Venezuela suspenderá a partir de quarta-feira, 31, os voos de e para o Panamá e a República Dominicana devido às “ações de interferência” dos governos desses dois países, que questionaram a transparência na reeleição do presidente de esquerda Nicolás Maduro, informou o Ministério dos Transportes.
“É anunciada a suspensão temporária dos voos comerciais de e para a República Bolivariana da Venezuela com o Panamá e a República Dominicana, a partir de 31 de julho”, indicou o governo em comunicado oficial.
00h45 Presidente chileno Gabriel Boric responde expulsão de missão diplomática
O presidente chileno, Gabriel Boric, classificou como “implausíveis” e demonstrativas de “uma profunda intolerância à divergência” as razões apontadas pela Venezuela ao expulsar a missão diplomática chilena de seu país.
“Nada mais fizemos do que manter o que acreditamos ser correto: que os resultados das eleições sejam transparentes e verificáveis por observadores não comprometidos com o atual governo através da publicação integral das atas. Até o momento em que escrevo estas linhas, isso não aconteceu”, escreveu Boric na rede social X.
Mais cedo, a Venezuela anunciou a expulsão do pessoal diplomático de suas missões na Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, “em rejeição às ações e declarações intervencionistas” desses governos, que questionaram ou rejeitaram a proclamação de vitória de Maduro. O Ministério das Relações Exteriores venezuelano considerou que a posição desses governos “atenta contra a soberania nacional”.
O presidente chileno reiterou o compromisso de seu governo com a democracia e enfatizou a importância da transparência eleitoral.
“A exigência de transparência é um reflexo do nosso respeito pela soberania do povo venezuelano e pela difícil situação enfrentada por muitos devido à diáspora forçada,” afirmou Boric. Ele destacou a necessidade de respeitar a vontade do povo venezuelano, cumprindo os padrões básicos da democracia.
00h25 Oposição venezuelana cria site para divulgar atas eleitorais disponíveis
María Corina Machado anunciou em suas redes sociais no fim da noite de segunda-feira que já estava disponível um site criado para disponibilizar as atas de apuração que a oposição tem em seu poder.
Mais cedo, a líder da oposição venezuelana declarou que os militantes contrários ao regime de Maduro que trabalhavam como fiscais de urna conseguiram atas de quase 73% das sessões eleitorais e que elas certificavam a vitória de Edmundo González. Em sua fala, ela prometeu que divulgaria ainda na mesma noite a prova “irrefutável” da suposta fraude.
“Venezuelanos, através deste link vocês podem ver como, com seu voto e sua vontade, vocês mudaram a história da Venezuela. Aqui vocês encontrarão os resultados que processamos e totalizamos até agora, e que confirmam nossa extraordinária vitória”, disse Machado.
No início da madrugada desta terça-feira, o site, resultadospresidencialesvenezuela2024.com, quando consultado pelo Estadão, ainda aparentava estar fora do ar.
00h12 Itamaraty faz alerta de segurança para brasileiros na Venezuela
O Ministério das Relações Exteriores fez um um alerta nesta segunda-feira, 29, para que brasileiros que estejam na Venezuela ou tenham viagens programadas ao país evitem aglomerações e permaneçam “ciente dos riscos”. Após a reeleição de Nicolás Maduro, questionada pela comunidade internacional, protestos eclodiram em Caracas e em outras regiões do país.
Conforme as recomendações do Itamaraty, os brasileiros devem se manter atualizados sobre a segurança nas áreas onde se encontram por meio de páginas oficiais. “O Itamaraty recomenda evitar aglomerações e estar ciente dos riscos presentes em determinadas regiões”, diz a nota.
O Itamaraty afirmou que a Embaixada do Brasil em Caracas está monitorando a situação e oferece suporte consular em casos de emergência pelo plantão consular da Embaixada pelo número +58 414-3723337, que também está disponível no WhatsApp.
“A orientação é que todos os cidadãos brasileiros permaneçam vigilantes e busquem as informações mais recentes para garantir sua segurança enquanto estiverem na Venezuela”, diz a pasta.
23h39 Um morto em protestos contra reeleição de Maduro, diz ONG
Uma pessoa morreu em um dos protestos que eclodiram nesta segunda-feira, de acordo com a ONG Foro Penal, especializada na defesa de presos políticos.
“Há pelo menos uma pessoa assassinada no [estado de] Yaracuy e 46 pessoas detidas por eventos pós-eleitorais”, escreveu na rede social X Alfredo Romero, diretor da organização.
23h01 Maduro cita encontro com Celso Amorim durante discurso
Em sua fala, feita no Palácio Miraflores, Maduro citou o encontro com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, que está em Caracas para a observação do processo eleitoral, enquanto falava sobre “imperialismo”.
“Hoje eu dizia isso a Celso Amorim, meu amigo, chanceler do Brasil, assessor do presidente Lula. Todo o sindicato, assim chamado, da extrema direita mundial, do fascismo, vê a Venezuela como a joia da coroa, para colocar as mãos nela. E por trás, o imperialismo. Sempre esteve o imperialismo. Sempre. Sempre com sua diplomacia falsa, de engano”, declarou. “Eles vêm toda vez com um sorriso e algo para falar, mas por baixo o que trazem é um punhal ou uma bomba”, acrescentou.
22h38 Maduro pede ‘máxima mobilização cívico-militar-policial para defender a paz’
Durante seu discurso, Maduro pediu pela “máxima mobilização cívico-militar-policial para defender a paz” e instou uma vigília contra o que chamou de insurreição e golpe de estado. Mais cedo, a opositora María Corina Machado também convocou protestos pacíficos para terça-feira, 28, o que aumenta o risco de enfrentamento.
22h25 Maduro diz que manifestantes são ‘drogados’ e diz que EUA idealizaram movimentos
Em um discurso no Palácio Miraflores, sede da presidência venezuelana, Maduro chamou os manifestantes que foram às ruas protestar contra o resultado das eleições de “drogados e armados” e acusou, sem provas, os Estados Unidos de estarem por trás dos movimentos.
Maduro também disse que os manifestantes são pagos para promover os protestos. “Quase 90% estão em estado avançado de dependência e armados. Drogas, armas e coisas malucas. Estão pagando 150 dólares por dia”, disse o ditador, sem apresentar evidências das acusações.
22h09 OEA convoca reunião extraordinária para abordar eleições na Venezuela
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou para quarta-feira, 31, uma reunião extraordinária para “abordar os resultados do processo eleitoral” de domingo na Venezuela.
O encontro será realizado às 19h (18h de Brasília) na sede da OEA em Washington, anunciou nesta segunda-feira o organismo hemisférico em um comunicado.
Os governos da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai haviam anunciado mais cedo em um comunicado que solicitariam essa cúpula do Conselho Permanente da OEA.
21h09 Chefe da ONU pede transparência na apuração venezuelana
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu “transparência total” na contagem dos votos da eleição presidencial na Venezuela e reivindicou a publicação em tempo útil dos resultados e da lista dos locais de voto.
“O secretário-geral apela à total transparência e incentiva a publicação pontual dos resultados eleitorais e a repartição por colégios eleitorais”, afirmou Stéphane Dujarric mais cedo em um comunicado.
“As autoridades eleitorais devem realizar seu trabalho de forma independente e sem interferências para garantir a livre expressão da vontade do eleitorado”, acrescentou, após parabenizar o povo venezuelano “por sua determinação de expressar pacificamente sua vontade através das urnas” nas eleições de domingo. “Tomamos nota do anúncio feito pelas autoridades eleitorais, bem como das preocupações expressas pelos atores políticos e membros da comunidade internacional”.
Guterres confia que “todas as controvérsias eleitorais sejam abordadas e resolvidas pacificamente e faz um apelo à moderação a todos os líderes políticos venezuelanos e seus apoiadores”.
20h54 Entenda em um guia simples as suspeitas de fraude na eleição da Venezuela
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, foi proclamado vencedor das eleições de domingo pela Justiça eleitoral venezuelana, que é controlada pelo chavismo, em uma disputa eleitoral marcada por tensões e denúncias de fraude da oposição, que reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), vinculado ao governo, proclamou a vitória do presidente, que recebeu 5,15 milhões de votos (51,2%), após a apuração de 80% das urnas. González Urrutia recebeu 4,45 milhões de votos (44,2%), segundo o primeiro boletim oficial.
Mas sem a divulgação das atas de votação, o anúncio da reeleição foi questionado por países como Estados Unidos, Chile, Peru, Costa Rica, Guatemala, Argentina, Espanha, Uruguai e União Europeia, que pediram “total transparência” na contagem dos votos.
20h42 Guarda Nacional usa bombas de gás lacrimogêneo para dispersar protesto contra Maduro
Os protestos que começaram mais cedo em Caracas contra o proclamação de Nicolás Maduro como vencedor das eleições de ontem se tornaram conflito entre manifestantes e a polícia em alguns pontos de Caracas.
A Guarda Nacional, componente militar com funções de ordem pública, usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, alguns dos quais responderam atirando pedras e outros objetos em policiais que estavam estacionados em uma avenida principal de um distrito de classe alta.
Um homem disparou uma arma enquanto os manifestantes se moviam pelo distrito financeiro da cidade. Ninguém sofreu ferimentos de bala.
Relatos na imprensa venezuelana indicam que houve detenção de manifestantes em alguns pontos.
Durante coletiva de imprensa, a líder opositora María Corina Machado e o candidato Edmundo González Urrutia, a oposição pediu calma e paz nas ruas. “São expressões espontâneas em zonas populares, expressões legítimas contra um regime ilegítimo”, disse María Corina sobre os protestos.
20h25 Oposição diz ter 73,2% das atas e pode provar vitória de Edmundo González Urrutia
A líder opositora María Corina Machado anunciou nesta segunda-feira, 29, que a oposição já conseguiu acesso a 73,2% das atas eleitorais, pelas quais é possível fazer a comprovação dos números divulgados pelo CNE. “Agora temos uma maneira de provar a verdade.”
Segundo ela, com base nas atas, Edmundo González Urrutia teria recebido 6,2 milhões de votos, contra 2,7 milhões de Maduro. “Com as atas que nos faltam, ainda que o CNE colocasse todos os votos para Maduro ainda não daria para mudar o resultado. A diferença foi enorme, foi tão grande, em todos os estados de Venezuela, em todos os setores.”
María Corina prometeu que as atas estarão digitalizadas em um “portal robusto” que já estaria sendo revisado pela comunidade internacional. O site deve ir ao ar hoje a noite para que os eleitores possam checar as informações de seus locais de votação utilizando seus documentos de identidade.
Ela pediu aos venezuelanos para que se reunissem em em atos por toda a Venezuela nesta terça, 30.
18h33 Vídeo: venezuelanos derrubam estátua de Hugo Chávez durante manifestações
Durante a onda de protestos nesta segunda-feira na Venezuela, contra a contestada reeleição de Nicolás Maduro, manifestantes derrubaram e destruíram uma estátua de Hugo Chávez em Coro, no Estado Falcón.
Diversas cidades venezuelanas, incluindo Caracas, registraram protestos contra a vitória de Maduro anunciada pelo CNE. Manifestantes pediram para que o ditador entregasse o poder e ecoaram denúncias de fraudes do processo eleitoral, feitas pela oposição.
A eleição de domingo foi realizada no dio que teria sido o 70º aniversário de Chávez, o ex-presidente venezuelano que morreu de câncer em 2013, deixando sua revolução bolivariana nas mãos de Maduro.
18h12 Venezuela anuncia expulsão de pessoal diplomático de sete países latinos
Horas após a decisão do Panamá, de suspender as relações diplomáticas com a Venezuela, o país de Nicolás Maduro comunicou que faria o retorno de todo o pessoal diplomático da missão panamenha e de outros seis países latinos.
O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela Yván Gil divulgou um comunicado nesta segunda-feira sobre a retirada de representantes na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, República Dominicana e Uruguai, além do Panamá, e pediu a esses países que fizessem o mesmo com seu pessoal na Venezuela.
Gil classificou as posições das nações vizinhas como intervencionistas e os acusou de estarem “subordinados” aos Estados Unidos, vinculando-os com a ideologia do “fascismo internacional”. O comunicado do chanceler também apontou que o governo se reserva o direito de tomar medidas para defender e “fazer respeitar” seu direito à autodeterminação.
Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai expressaram profunda preocupação com o desenvolvimento das eleições e exigiram a revisão completa dos votos, com a presença de observadores eleitorais independentes. Também anunciaram que solicitariam uma reunião urgente do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) “para emitir uma resolução que salvaguarde a vontade popular”.
17h29 Panamá suspende relações diplomáticas com Venezuela
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou nesta segunda-feira, 29, a retirada de seus diplomatas da Venezuela e pôs “em suspenso” as relações com Caracas, após a questionada reeleição do ditador Nicolás Maduro. As relações ficarão suspensas “enquanto não for realizada uma revisão completa das atas e do sistema de informática do escrutínio da votação que permitam conhecer a genuína vontade popular”, disse Mulino.
“Por respeito à história do Panamá, por respeito aos milhares de venezuelanos que escolheram nosso país para viver e por respeito às minhas convicções democráticas, não posso permitir que meu silêncio se torne cumplicidade”, acrescentou disse o presidente panamenho em coletiva de imprensa.
Ambos os países não têm embaixadores, mantendo apenas encarregados de negócios para relações bilaterais.
Mulino também disse prever um aumento do número de migrantes venezuelanos que atravessarão a selva de Darién com destino aos Estados Unidos depois dos resultados. Mais de 200.000 pessoas já realizaram a travessia em 2024, dois terços delas de venezuelanos, segundos dados oficiais panamenhos.
“Eu acredito, e espero estar errado, que o fluxo de venezuelanos [pelo Darién] vá aumentar por razões óbvias. Temos que tomar as decisões correspondentes também para proteger suas vidas, sua integridade e facilitar o trânsito das pessoas que desejam emigrar para os Estados Unidos”, disse .
15h13 Venezuelanos fazem panelaço contra resultado das eleições
A imprensa venezuelana registrou vários panelaços na manhã desta segunda-feira, 29, em várias cidades do país, após os resultados das eleições presidenciais de ontem.
Segundo o jornal digital TalCual, foram registrados panelaços nos bairros Las Palmas, Petare, La Urbina, Santa Fé, La Candelaria, San Bernardino, Chacao, La Concordia, Caricuao, Lídice, La Califórnia, Forças Armadas, 23 de janeiro, El Cementerio , Los Naranjos, entre outros. Todos na capital Caracas.
Também foram registradas manifestações de rua em Valência, San Diego, Cagua e Falcón.
De acordo com o jornal El Nacional, manifestações em El Cemeterio e na rodovia La Guaira em Caracas tiveram objetos queimados pela população.
Ainda assim, ressaltam os jornais e agências internacionais, a capital amanheceu tranquila no dia seguinte ao pleito que deu a Maduro mais um mandato de seis anos.
Em seu discurso onde contestou os resultados eleitorais, o candidato Edmundo González Urrutia pediu para que não haja atos de violência nas ruas.
14h55 Coluna do Estadão: Itamaraty orienta embaixadora na Venezuela a não comparecer a reunião convocada por Maduro
O Itamaraty orientou a embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, não comparecer a uma reunião convocada pelo ditador Nicolás Maduro com diplomatas para a tarde desta segunda-feira, apurou a Coluna do Estadão. Apesar de não endossar as suspeitas de fraude acerca do pleito venezuelano, o governo brasileiro quer esperar a publicação das atas antes de um novo contato com Maduro.
A ausência de Glivânia, afirmam diplomatas, é uma sinalização à ditadura da Venezuela de que o Brasil não vai reconhecer automaticamente a reeleição de Maduro. Mais cedo, o Itamaraty emitiu nota oficial em que chamou a publicação das atas como “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
14h44 Observadores internacionais pedem acesso a atas das urnas
Um dos poucos centros de observação eleitoral permitidos pela ditadura chavista a operar na Venezuela, o Centro Carter pediu nesta segunda-feira, 29, a divulgação das atas eleitorais da votação de ontem pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Desde a noite de ontem, a oposição, os Estados Unidos e países vizinhos cobram a liberação deste documentos para atestar o resultado da votação. A crise pós-eleitoral se agravou depois de o CNE, controlado pelo chavismo, declarou Maduro o vencedor da eleição.
“O Centro Carter pede ao CNE que publique imediatamente os resultados da eleição presidencial no nível das seções eleitorais. A missão técnica do Centro Carter veio observar a eleição presidencial de 28 de julho a convite da CNE”, diz a nota do Centro Carter, fundado pelo ex-presidente americano Jimmy Carter. “As informações contidas nos formulários de resultados das seções eleitorais, conforme transmitidas ao CNE, são fundamentais para nossa avaliação e importantes para todos os venezuelanos.”
14h28 CNE proclama Nicolás Maduro ganhador sem publicar resultados definitivos
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou o ditador Nicolás Maduro como o candidato vencedor nas eleições presidenciais realizadas no último domingo, 28. “Nicolás Maduro está sendo proclamado presidente da Venezuela”, afirmou o presidente do CNE, Elvis Amoroso, pouco depois das 13h locais (14h de Brasília).
O órgão, porém, não apresentou dados definitivos que embasem os resultados. Segundo anunciou ontem o CNE, Madurou teria vencido com 51% dos votos contra 44% de Edmundo González Urrutia, afirmando que os números já eram “irreversíveis” com 80% das urnas apuradas. A diferença entre o número total de votos, porém, foi de um pouco mais de 704 mil votos, o que levantou questionamentos sobre essa irreversibilidade.
A Venezuela está sendo cobrada pela comunidade internacional para apresentar as atas eleitorais, com as quais é possível fazer a verificação dos dados. Desde o fechamento das urnas a oposição denuncia não ter tido acesso aos documentos, apenas 40% deles, os quais endossaria a vitória de González Urrutia por 70% dos votos.
“Os venezuelanos expressaram a sua vontade absoluta de eleger Maduro como líder do país. As eleições decorreram num clima de respeito, paz e participação democrática, embora alguns tenham tentado gerar violência. Houve muitos ataques ao nosso sistema eleitoral, mas a capacidade moral e ética do pessoal da CNE superou todos os obstáculos”, afirmou Amoroso.
14h00 Aliado de Maduro, chefe do MP anuncia investigação contra María Corina
O Ministério Público da Venezuela, comandado pelo chavista Tarek William Saab anunciou nesta segunda-feira, 29, ter aberto uma investigação sobre um “ataque informático ao sistema de transmissão de dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)”. Ele indicou que são considerados suspeitos os líderes opositores María Corina Machado, Leopoldo López e Lester Toledo, os dois últimos exilados.
Durante o anúncio do resultado das eleições de ontem, o presidente do CNE Elvis Amoroso denunciou um suposto ataque hacker para justificar o atraso na divulgação dos números. A oposição, porém, aponta entraves propositais do CNE para transmitir as atas eleitorais a fim de declarar Nicolás Maduro vencedor por meio de fraude.
“Felizmente, essa ação não teve sucesso, mas atrasou o processo e o anúncio dos resultados”, afirmou em discurso. “Queriam adulterar as atas. Segundo a informação classificada que recebemos, o principal envolvido nesse ataque seria o cidadão Lester Toledo, tristemente célebre fugitivo da justiça que se encontra no exterior. Junto a ele, aparecem como envolvidos o fugitivo da justiça venezuelana Leopoldo López e María Corina Machado. Os fiscais estão recolhendo os elementos de convicção dessas ações que tentaram adulterar os resultados”.
10h45 Brasil acompanha apuração
O Brasil adotou um tom mais brando que outros países ao se manifestar sobre as eleições na Venezuela. “O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração. Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, diz o Itamaraty por meio de nota.
“Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”, conclui o breve comunicado.
Sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva, aliado histórico de Nicolás Maduro, o Brasil contribuiu para reinseri-lo no cenário internacional e busca manter canais de diálogo aberto, revertendo a política de Jair Bolsonaro, que rompeu laços entre Brasília e Caracas. A relação, no entanto, foi tensionada pelo cerco à oposição do ditador chavista, alvo de críticas inéditas de Lula e pelo ataque de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro.
08h13 Milei diz que Argentina não reconhecerá vitória de Maduro
O presidente da Argentina, Javier Milei, pediu a saída de Maduro no poder e o reconhecimento da vitória da oposição venezuelana. “Os resultados mostram uma vitória esmagadora da oposição e mundo aguarda que Maduro reconheça a derrota depois de anos de socialismo, miséria, decadência e morte”, destacou.
O argentino apontou que Buenos Aires não vai reconhecer uma “fraude eleitoral” e pediu que as Forças Armadas da Venezuela defendam a democracia e a vontade popular.
Com os resultados contestados, a comunidade internacional pressiona a Venezuela por transparência sobre o processo eleitoral. As cobranças vêm até mesmo de governos de esquerda na América do Sul, como o de Gabriel Boric, no Chile (leia mais abaixo), e o de Gustavo Petro, na Colômbia.
De Bogotá, o ministro das Relações Exteriores Luis Gilberto Murillo pediu contagem total e verificação independente dos votos para “eliminar qualquer dúvida sobre os resultados”. Antes do pleito, o presidente Gustavo Petro costurava com a ditadura de Nicolás Maduro e a oposição uma saída negociada para as eleições, com garantias de segurança para o derrotado. O plano colombiano foi discutido também com o presidente Lula, que ainda não se manifestou publicamente.
07h22 Lourival Sant’anna: Vitória de Nicolás Maduro é mais uma farsa do regime chavista
A ditadura venezuelana montou uma aparente fraude eleitoral acompanhada de uma versão fantasiosa de “ataque de hackers” ao sistema de transmissão dos resultados da votação para justificar a suspensão dos envios das atas, o enquadramento da oposição em crime de “terrorismo” e o recrudescimento da repressão contra protestos populares.
Ao anunciar uma improvável vitória do autocrata Nicolás Maduro por 51,2% dos votos, ante 44,2% para o representante da oposição, Edmundo González, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, afirmou ter resolvido “problemas causados por agressões ao sistema, que causaram atrasos”. E que solicitou ao procurador-geral Tarek Saab, um dos braços da repressão do chavismo, “investigações contra o sistema eleitoral e contra seções e funcionários”.
Em geral quando se frauda uma apuração eleitoral, o sistema é derrubado da internet, enquanto se inserem os números escolhidos pelo regime. Aconteceu por exemplo na própria Venezuela na eleição para a Assembleia Constituinte, que eu cobri, em 2017. Dessa vez, os chavistas inovaram: aproveitaram a queda do sistema para enquadrar líderes oposicionistas pelo grave crime de terrorismo.
06h32 Opinião: Maduro alega vitória na contestada eleição na Venezuela. O que farão Lula e Biden?
De todos os cenários previstos para a eleição venezuelana, deu o mais óbvio. Nicolás Maduro aparentemente foi derrotado, mas não quer largar o osso. A ilusão de uma saída similar a do plebiscito do Chile no final da ditadura Pinochetfoi por água abaixo quando o Conselho Nacional Eleitoral, nesta madrugada, declarou o ditador o vencedor da eleição, com direito a mais seis anos de mandato.
Mais uma vez, a oposição venezuelana apostou na via eleitoral para derrotar o chavismo, como fez em 2010, 2012, 2013 e 2015. Mais uma vez, não deu certo. Mas, ao contrário das oportunidades anteriores, a fraude deste ano dá sinais de ter sido muito mais descarada.
Se na época de Chávez, a trapaça era feita antes da eleição, com a cessão de benefícios a famílias de baixa renda e redesenho de distritos, com Maduro foi se tornando cada vez menos discreta.
02h07 Corina Machado não reconhece Maduro como vencedor
“A Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo Gonzaléz”, declarou María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, no primeiro discurso após Maduro ter sido anunciado como reeleito pela Justiça eleitoral do país, que é controlada pelo ditador. “Ganhamos, e todo o mundo sabe”, disse Corina, afirmando que González obteve 70% dos votos e Maduro, 30%, diferentemente dos dados divulgados pelo CNE, que apresentaram Maduro vencedor com 51,2% dos votos contra 44,2% do opositor.
“Neste momento temos mais de 40% das atas. Estamos recebendo todas as atas que o CNE transmitiu e todas as informações coincidem que Edmundo recebeu 70% dos votos e Maduro 30% dos votos, esse é a verdade”, disse. “Já ganhamos e todo o mundo já sabe. Isso tem sido algo tão grande e abrumador que ganhamos em todos os cantos do país, em todas as cidades do país, em todos os Estados do país.”
“Quando digo que quando todo mundo sabe o que aconteceu aqui, me refiro ao próprio regime. Eles sabem o que pretendem fazer. Isso sabe toda a comunidade internacional, até mesmo os aliados. Todos sabem que os venezuelanos votaram por uma mudança.”
Corina Machado afirmou que oposição seguirá defendendo a verdade e pediu para que aliados sigam acompanhando pleito.
“Quero pedir a cada um dos nossos mesários e fiscais que daí ninguém sai, e peço a toda a comunidade da Venezuela que vá em família acompanhar a apuração em todos os centros de votação. Seguimos registrando a vitória de Edmundo González Urrutia em toda parte de Venezuela e é abrumadora.”
Terminou dizendo: “Nos próximos dias vamos seguir anunciando as ações para defender a verdade.”
González Urrutia se pronunciou logo em seguida: “Os venezuelanos e mundo todo sabemos o que aconteceu hoje. Aqui foram violadas as normas já que não foram entregues todas as atas”. “Nossa mensagem de reconciliação segue vigente. Nossa luta continua e não descasaremos até que a vontade do povo de Venezuela seja respeitada.”
Quando questionado se estava chamando os venezuelanos a ir às ruas, o diplomata afirmou que não estava chamando para a violência. “É uma celebração cívica”, concordou Corina Machado.
01h59 Gabriel Boric diz que Chile não reconhecerá resultados que não sejam verificáveis
O presidente chileno Gabriel Boric criticou o resultado das eleições venezuelanas, que deram ao ditador Nicolás Maduro um terceiro mandato, e disse que o Chile não reconhecerá resultados que não sejam verificáveis.
“O regime de Maduro deve compreender que os resultados que publica são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo, e que observadores internacionais não comprometidos com o governo prestem contas pela veracidade dos resultados”, escreveu. “Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável.”
01h50 Maduro celebra resultado e exige ‘respeito’ ao processo eleitoral
O ditador Nicolás Maduro se pronunciou minutos depois dos resultados declarados pelo CNE. Em frente ao Palácio Miraflores, onde mais cedo havia convocado seus apoiadores a se reunirem, ele exigiu que os resultados sejam respeitados.
“Temos que respeitar essa Constituição, temos que respeitar o árbitro e que ninguém tente desrespeitar essa bela jornada”, disse.
“Sou um homem de paz. Sou um homem de diálogo. Nunca jamais pensei, jamais, em estar em cargo público de relevância. Sempre o que me mevou foi o espírito de lutar por Venezuela”, continuou.
E teceu elogios ao seu antecessor, Hugo Chávez, que morreu em 2013. “Minha única inspiração foi ser soldado de Hugo Chávez.”
Ele disse que já recebeu ligação de líderes da Nicarágua, Cuba e Bolívia para felicitar os resultados. “Sua ligação foi de admiração pela valentia desse povo”.
01h40 Blinken exige recontagem ‘justa e transparente’ de votos
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, exigiu uma recontagem “justa e transparente” dos votos nas eleições presidenciais na Venezuela.
“Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Apelamos às autoridades eleitorais que publiquem a contagem detalhada dos votos (atas) para garantir a transparência e a responsabilização”, disse Blinken em comunicado divulgado após a autoridade eleitoral venezuelana, controlada pelo partido no poder, declarar Maduro vencedor.
01h08 Maduro vence eleições venezuelanas com 51,2% dos votos, diz CNE
Com 80% das urnas apuradas e 59% de participação eleitoral, Conselho Nacional Eleitoral anunciou que Maduro venceu as eleições presidenciais da Venezuela. Elvis Amoroso, presidente do CNE, afirmou em coletiva de imprensa que Maduro venceu com mais de 5,15 milhões de votos (51,20%) contra 4,4 milhões de Edmundo González (44,2%).
Amoroso disse que os resultados são irreversíveis e que o país investigará ataques ao sistema eleitoral.
00h46 Oposição diz ter acesso parcial a atas e cobra posição de militares sobre eleição
A coalizão opositora venezuelana Plataforma Unitária declarou na madrugada deste domingo ter tido acesso a apenas 30% das atas eleitorais da eleição presidencial entre Edmundo Gonzalez e Nicolás Maduro. Segundo a coalizão, o número apesar de incompleto, é suficiente para dar uma indicação de vitória diante da ditadura chavista,
O secretário-geral da entidade, Omar Barboza, pediui que as Forças Armadas venezuelanas endossem uma transição pacífica e reconheçam a derrota de Maduro. “Pensem no futuro da Venezuela”, disse. “Sabemos o que temos em mão.”
Segundo fontes da oposição, governos latino-americanos, europeus e os Estados Unidos não devem reconhecer um resultado que não seja auditado pelas atas.
Até agora, todos os países sul-americanos com a exceção do Brasil e da Bolívia exigiram transparência e celeridade na apuração dos resultados. Desde o fechamento das urnas, nenhum boletim foi divulgado.
00h33 Colômbia diz que ‘aguarda’ resultado da Venezuela após demora em divulgação
O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia declarou na madrugada desta segunda-feira que espera pelo resultado da votação na Venezuela, após mais de quatro horas do fechamento das seções, sem nenhum número divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral.
“O Governo da Colômbia aguarda a divulgação dos resultados eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. A contagem dos votos deve ser feita com todas as garantias para todos os setores. Reafirmamos o nosso apoio à paz e à democracia no nosso país irmão”, disse a pasta na rede social X.
00h27 Estados Unidos sobem o tom e cobram resultados da Venezuela
O Departamento de Estado americano subiu o tom das críticas à Venezuela em meio à demora na divulgação dos resultados da eleição presidencial. O subsecretário de Estado para América Latina, Brian Nichols escreveu em sua conta no Twitter que as parciais precisam vir a público para garantir a credibilidade do processo eleitoral.
“Os eleitores venezuelanos compareceram em grande número para expressar sua vontade nas urnas. Cabe agora às autoridades eleitorais garantir a transparência e o acesso de todos os partidos políticos e da sociedade civil à tabulação dos votos e à publicação imediata dos resultados. A credibilidade do processo eleitoral depende disso”, disse Nichols.
As eleições foram viabilizadas após os Acordos de Barbados entre o governo e a oposição, que previam a retirada de sanções americanas em troca da organização de eleições justas e livres no país.
00h18 Sem números oficiais, Edmundo González diz que Venezuela ‘escolheu mudança em paz’
Edmundo González, o principal candidato de oposição que enfrentou Nicolás Maduro nas urnas neste domingo, disse que “Os resultados são inocultáveis”, em uma publicação na rede social X, o antigo Twitter, acrescentando que “o país escolheu uma mudança em paz”. Até o início da madrugada desta segunda-feira, 29, o Conselho Nacional Eleitoral não havia emitido nenhuma parcial sobre o resultado da votação.
00h16 Maduro repete modus operandi de 2013 ao atrasar resultados e intimidar opositores, analisa cientista político venezuelano
Para o cientista político venezuelano Xavier Rodríguez-Franco, a ditadura venezuelana começa a repetir os padrões que manteve nos últimos processos eleitorais ao atrasar a totalização de resultados e provocar intimidação nas ruas com paramilitares.
“Atualmente se vivem horas muito críticas na Venezuela. Apesar de que se funciona o voto eletrônico e o processo automatizado de transmissão e totalização dos resultados, sempre tem sido uma constante a sequência de ações que parecem formar um padrão, especialmente quando há eleições que foram competitivas”, diz.
“No caso particular desta eleição, traz muitas reminiscências do que foi o processo eleitoral de 2013, que basicamente era atrasar a divulgação das atas, dificultar o acesso à sala de totalização, além das dificuldades de acesso à imprensa durante todo o dia”, continua.
Em 2013, o ditador Nicolás Maduro concorreu à presidência, após a morte de Hugo Chávez, contra o opositor Henrique Capriles, que perdeu a eleição por uma margem estreita. Durante boa parte do processo eleitoral, Capriles aparecia a frente nas intenções de voto, mas perdeu por um ponto percentual. O opositor contestou os resultados.
“Surgem também algumas declarações como a que vimos há poucos minutos de Jorge Rodríguez ou o ministro da Defesa, Padrino López, como desencorajando e desanimando a cidadania, antecipando opiniões de caráter político sem oferecer nenhum dado, basicamente como um tipo de preâmbulo para desencorajar as pessoas a continuarem nas ruas, a continuarem nos centros de votação e diminuir o espírito de exigência, de rejeição, de mobilização eleitoral que houve, sobretudo no dia de hoje”, afirma Rodríguez-Franco.
“Depois, já foi registrado pela imprensa a circulação de motociclistas, de grupos paramilitares que na Venezuela chamam de ‘coletivos’, mas que basicamente são grupos paramilitares, muitas vezes encapuzados que dirigem motocicletas sem identificação e viajam em grupo com total impunidade e muitas vezes o fazem de forma intimidatória, justamente para que as pessoas que estão nos arredores esperando os resultados ou servindo de testemunhas ou acompanhando a contagem dos votos se assustem, se intimidem e voltem para suas casas. Em muitas ocasiões recorrem à violência, a disparos ao ar ou de intimidação”.
“O próximo passo será fazer um anúncio, pode ser de algum fiscal ou algum funcionário do Ministério Público ou do Poder Judicial, anunciando algum tipo de acusação contra algum líder da oposição que tenha feito denúncias como a que acabou de fazer Delsa Solórzano, ou que tenha adiantado algum tipo de opinião favorável que possa contradizer os resultados que posteriormente ao final da noite, muito provavelmente já na madrugada, quando devem anunciar com o primeiro boletim.”
“Essa é um pouco a sequência de acontecimentos que se espera que ocorra nesta ocasião e que tem acontecido e que gera é um clima de tensão, de descontentamento, de certa forma desacreditam os resultados e dificultam qualquer processo também de revisão e auditoria. Temos que esperar, ver que comportamento tem a população por um lado e por outro lado a liderança da oposição e também da comunidade internacional. Esta é uma conjuntura onde os olhos do mundo estão postos sobre a Venezuela e, claro, o governo não tem os mesmos aliados que tinha em 2018, tanto nacional como a nível internacional”, conclui.
00h03 Nenhuma parcial após quatro horas de fechamento de urnas
Depois de quatro horas do fechamento das urnas, o Conselho Nacional Eleitoral não emitiu nenhuma parcial sobre a votação na Venezuela. Poucas autoridades do regime chavista deram declarações sobre o processo eleitoral, enquanto a oposição acusa o CNE de interromper o processo de transmissão de atas eleitorais, em uma tentativa aparente de fraudar a contagem. Especula-se que o presidente do CNE, Elvis Amoroso, deva se pronunciar em breve.
00h01 Ministra de Milei pede para Maduro reconhecer derrota
Sem resultados oficiais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral, a Ministra de Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina Diana Mondino pediu que Nicolás Maduro reconhecesse a derrota em uma publicação na rede social X.
“Maduro: RECONHEÇA A DERROTA. A diferença de votos contra a ditadura chavista é esmagadora. Perderam em todos os estados por mais de 35%. Não há fraude ou violência que esconda a realidade “, disse o chanceler sem citar a fonte. informações ou especifique como você conhece esses dados.
23h58 Chile pede que resultados sejam transparentes e que vontade do povo seja respeitada
O governo do Chile, liderado pelo esquerdista Gabriel Boric, se somou aos pedidos de respeito à vontade das urnas na Venezuela. “Fazemos um apelo firme para que a vontade do povo venezuelano seja respeitada e para que os resultados da eleição presidencial sejam garantidos. Estes são momentos decisivos na Venezuela e a democracia deve prevalecer acima de tudo”, disse o chanceler Alberto von Klaveren.
Em um post na rede social X, Boric defendeu que a entrega de resultados seja transparente e frisou que a comunidade internacional “não aceitaria outra coisa”.
22h44 Oposição denuncia que CNE está paralisando eleição ao não transmitir atas
Uma das líderes da campanha opositora, Delsa Solórzano, que foi designada como fiscal de urna oficial da oposição no CNE, denunciou que a oposição continua sem acesso às atas eleitorais e há fiscais sendo retirados de centros de votação.
“Temos ido o tempo todo ao CNE e nos tem impedido o acesso”, disse em coletiva de imprensa. “Nos disseram que era melhor eu ir embora em nome da minha segurança. A verdade é que não se permitiu a entrada dos fiscais no CNE”.
Os fiscais servem como olheiros dos partidos durante todo o processo eleitoral, mas especialmente no momento da totalização e apuração dos votos. Desde o momento de fechamento das urnas a oposição denuncia a dificuldade de acessar o Conselho Nacional Eleitoral, onde se está fazendo a totalização dos votos.
“Há uma quantidade enorme de centros de votação onde estão retirando nossos fiscais. Há outros em que se estão negando transmitir o resultado das atas”, continuou.
Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está passando no país”.
“Ter a atas em mão é um direito legal que está previso em todas as normativas legais venezuelana”, afirmou. “Não entregar a ata está totalmente à margem da lei.”
A opositora relembrou o referendo constitucional de 2007, em que o chavismo perdeu e chegou a reconhecer os resultados, mas depois utilizou de ferramentas para reverter o processo. “Não é a primeira vez que fazem isso. É um padrão”.
Ela denunciou que o CNE paralisou a impressão e a transmissão das atas, mas que “com as atas que temos, que são suficiente, que são numerosas, podemos ver o que está acontecendo no país”.
21h55 Chefe militar de Maduro, Vladimir Padrino, promete ‘paz’ ao fim de eleições na Venezuela
“Vivemos uma jornada perfeitamente em paz. Podemos dizer que incidências menores, minúsculas, que nomeá-las aqui não teria nenhum sentido”, afirmou durante coletiva de imprensa. “Toda a operação logística eleitoral transcorreu em perfeita ordem e perfeita paz. Valorizamos isso.”
Segundo o ministro, as Forças Armadas estiveram presentes “em cada canto” do país por meio do Plano República. Ele aproveitou o momento para reiterar o discurso chavista de que esta eleição serviu para “condenar as sanções criminais do imperialismo sobre a República Bolivariana de Venezuela”.
Padrino reforçou a afirmação de Nicolás Maduro, mais cedo, de que devem ser respeitados os resultados “apresentados pelo CNE”. A insistência em falar dos dados do Conselho Nacional Eleitoral vai de encontro às apurações paralelas que fará a oposição. Ao fim do horário de votação, a oposição denunciou que o CNE não estava permitindo acesso às atas eleitorais para realização de escrutínios paralelos.
O ministro elogiou a atuação das Forças Armadas durante a realização das eleições. “Quero dizer ao povo da Venezuela que não é uma opção para nós, não estamos debatendo se é paz ou violência. Temos a certeza de que vamos garantir ao povo da Venezuela a paz pela qual saíram hoje a votar”, finalizou.
Mais cedo, o candidato Edmundo González Urrutia voltou a apelas para as Forças Armadas para garantir o respeito aos resultados.
21h51 Oposição tenta tornar a aposta de Maduro em fraude ‘o mais custosa possível’ para o ditador; leia análise de Luiz Raatz
A situação de momento é a seguinte: a oposição, segura de que teve uma votação avassaladora, acredita que o chavismo apostará na fraude e tenta tornar essa aposta o mais custosa possível para Maduro.
Por isso, María Corina Machado e Edmundo González mandaram os eleitores e fiscais de urna fazer vigília nas zonas eleitorais para obter as atas de votação.
As atas são provas documentais e se o chavismo quiser fraudar uma derrota demais de 30 pontos porcentuais, como dizem as pesquisas em mãos da oposição, elas teriam de ser severamente destruídas, alteradas ou simplesmente ignoradas.
Em paralelo, começa uma movimentação internacional ainda tímida pelo respeito ao resultado, capitaneada por governos de direito e centro-direita da América do Sul e alguns comunicados em rede social do governo americano.
O Brasil, como mostra a nota divulgada pelo assessor de assuntos internacionais Celso Amorim, aceitou a manobra chavista de manter as urnas abertas além do horário, para atrair governistas que não votaram, enquanto pede que ambos os lados respeitem o resultado.
O pedido pode se tornar dúbio, no entanto, sobretudo se o chavismo se declarar vencedor em meio a indícios de fraude.
21h45 Chefe da campanha governista sugere que Maduro venceu eleição na Venezuela
Em coletiva de imprensa, Jorge Rodríguez, coordenador da campanha de Maduro e ex-vice-presidente da Venezuela, deu a entender que Maduro venceu a eleição na Venezuela. Ele indicou que não poderia dar os resultados, mas “podemos dar rostos”, disse , esboçando um sorriso.
Rodríguez, em um aparente tom otimista, convidou os seus seguidores a comparecerem “onde souberem” depois de o órgão eleitoral apresentar os números das eleições e garantiu que o partido no poder respeitaria “o momento e a decisão no momento em que o Conselho Nacional Eleitoral ler o primeiro boletim, com a tendência irreversível do resultado eleitoral de hoje”.
“O povo falou e a voz do povo deve ser respeitada e todos nós faremos com que seja respeitada”, disse.
21h28 Oito países da América Latina pedem transparência na apuração e respeito aos resultados
Os governos do Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Peru, Panamá, Costa Rica e República Dominicana divulgaram nota dizendo que acompanham o desenrolar da apuração da eleição venezuelana e exigiram que os resultados sejam respeitados. Eles também pediram que seja liberado acesso dos fiscais de urna as atas de votação.
O movimento foi capitaneado pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino, e envolve governos de centro e centro-direita da região. Mulino reiterou que respeito à vontade do povo é fundamental para o governo da democracia.
O Panamá é um dos países mais afetados pelo êxodo de 7 milhões de venezuelanos, muitos dos quais tentam atravessar a Selva de Darién, para chegar aos Estados Unidos.
Governos sul-americanos de esquerda mais próximos do chavismo, como a Colômbia de Gustavo Petro e o Brasil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem Maduro trocou farpas recentemente, não subscrevem a nota.
20h58 Celso Amorim diz que espera que ‘todos os candidatos’ respeitem o resultado
O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, que está na Venezuela como observador das eleições no país, disse que está acompanhando de perto o processo de votação eleitoral. Ele destacou a participação do eleitorado venezuelano, defendendo que o resultado seja respeitado por “todos os candidatos”, e disse que Lula está sendo informado ao longo do dia.
“Estou acompanhando de perto o processo eleitoral venezuelano. Ainda há mesas de votação abertas. É motivo de satisfação que a jornada tenha transcorrido com tranquilidade, sem incidentes de monta. Houve participação expressiva do eleitorado. Estou em contato com diferentes forças políticas e analistas eleitorais, além de membros da equipe de observadores do Centro Carter e do Painel de Especialistas da ONU. O presidente Lula vem sendo informado ao longo do dia. Vamos aguardar os resultados finais e esperamos que sejam respeitados por todos os candidatos.”
20h30 Estamos no momento mais crítico, diz María Corina ao pedir fiscalização de urnas
Em uma coletiva de imprensa após o fechamento das eleições, María Corina Machado reforçou o pedido de fiscalização das atas das zonas eleitorais para impedir que o regime tente fraudar o processo eleitoral:
“Nenhum fiscal eleitoral deixa a zona eleitoral sem a ata da urna. Nossas testemunhas têm o direito de obter seu certificado. Esse é o momento mais crítico e o melhor modo de nos defender é estando presentes na seção eleitoral. O mundo está conosco”, disse ela.
“Tivemos um dia histórico e enorme. Nunca visto nos últimos anos. Pedimos às testemunhas que permaneçam nos centros e recebam as atas”, acrescentou o candidato presidencial Edmundo Gonzalez.
20h09 Oposição convoca eleitores para acompanharem contagem de votos
Por meio de sua conta no X, o antigo Twitter, a coalizão opositora Plataforma Unitária convocou seus eleitores a comparecer às seções de votação para acompanhar a emissão das atas de votação, como meio de evitar fraudes. Além disso, a oposição também tem fiscais eleitorais em cada zona, mas ao longo do dia tem havido denúncias de que o regime tem barrado essas testemunhas em alguns colégios eleitorais e na sede do Conselho Nacional Eleitoral.
20h06 Oposição cobra fechamento de centros de votação e pede por apuração
A oposição da Venezuela está pedindo às autoridades que fechem as urnas e comecem a contar os votos. Por lei, os centros de votação devem fechar às 18h (19h em Brasília), mas também devem permanecer abertos caso ainda haja eleitores na fila.
Às 18h11 no horário local, a líder da oposição María Corina Machado recorreu às redes sociais para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral fechasse mais de 15 mil centros de votação em todo o país.
“Se não houver ninguém na fila, as cabines de votação devem fechar”, ela disse. “É hora de ver como seus votos são contados, cédula por cédula.”
Quinze minutos após o horário de fechamento, cerca de 40 pessoas foram recebidas por um soldado armado, um membro de uma milícia popular e outros membros das forças armadas quando solicitaram acesso a um centro de votação no bairro de Catia para testemunhar o processo de contagem de votos, conforme permitido por lei. Foi dito a eles que não poderiam entrar porque as pessoas ainda estavam votando, mas nenhum eleitor foi visto lá, de acordo com a Associated Press, e os membros das forças armadas e representantes da autoridade eleitoral se recusaram a fechar o local.
20h01 Horário de votação deve ser estendido após locais de votação ainda com filas
Segundo a Rádio Nacional da Venezuela, estatal ligada ao chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral ainda não determinou o fechamento dos locais com filas de eleitores ainda esperando para votar. A expectativa é que haja uma extensão do horário. A principal preocupação da oposição é verificar as atas de votação emitidas em cada sessão para tentar evitar possíveis fraudes.
Há relatos de que muitas seções sem filas estão com o horário estendido, em uma aparente tentativa de atrair eleitores pró-chavismo. A medida, no entanto, seria ilegal, já que apenas seções com fila podem ter a votação estendida. As zonas eleitorais lotadas tendem a ter mais eleitores simpáticos à oposição.
19h50 Kamala Harris: “Temos que respeitar a vontade do povo venezuelano”
A vice-presidente dos Estados Unidos e possível candidata democrata das eleições presidenciais americanas, Kamala Harris, defendeu que “a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, pouco depois do fechamento das urnas.
“Os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela que expressou sua voz na histórica eleição presidencial de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar em direção a um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela.”
Os Estados Unidos apoiaram o Acordo de Barbados entre governo e oposição na Venezuela, que permitiram realização de eleições livres em troca do alívio das sanções ao chavismo. Desde o fechamento do acordo em outubro, no entanto, Maduro repetidas vezes vem dando sinais de que não pretende cumpri-lo.
19h39 Pesquisas de boca de urna ligadas à oposição indicam derrota de Maduro
Circula entre opositores e aliados de María Corina Machado e Edmundo González pesquisas de boca de urna que dão ao ex-diplomata 65% dos votos contra 31% de Maduro. Outros candidatos somam 4%. A divulgação de pesquisas é proibida pela lei eleitoral venezuelana, mas, mais cedo, uma projeção do instituto Hinterlaces, ligado ao chavismo, dá a Maduro 55% dos votos.
19h16 Oposição fala em participação histórica e acusa Maduro de dificultar votação
A campanha do candidato opositor à presidência da Venezuela, Edmundo González, disse que o índice de participação na eleição de hoje deve chegar a 54,8%. O número é projetado com base nos relatos de fiscais de mesa da oposição com acesso às zonas de votação e, se confirmado, deve favorecer a chapa da Plataforma Unitária.
A votação transcorreuem clima de calma e se encerrou às 19h, mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral. Quem ainda está na fila tem direito a votar, segundo a lei eleitoral.
Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular. Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o Conselho Nacional Eleitoral de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos.
Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.
19h30 Apuração deve iniciar em breve
A apuração dos votos está prestes a iniciar. Como é habitual, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deverá emitir um primeiro boletim com resultados preliminares na noite deste domingo. Este primeiro anúncio poderá ocorrer a partir das 20h (21h, em Brasília).
19h Horário de votação encerrado
O horário de votação nas eleições presidenciais da Venezuela terminou às 18h (19h no horário de Brasília). Caso ainda tenha grandes filas, o Conselho Nacional Eleitoral determina que os locais de votação podem seguir abertos.
18h50 Comunidade venezuelana realiza manifestações pró-democracia no Brasil
Centenas de imigrantes venezuelanos se reuniram em mais de 40 cidades do Brasil, incluindo Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), em atos pela defesa da democracia. Na capital paulista, onde a organização estima a participação de mais de 600 pessoas, manifestantes levaram bandeiras da Venezuela e cartazes em apoio à oposição.
18h46 González fala em reconciliação e diz que confia nas Forças Armadas
Mais cedo neste domingo, o candidato da oposição Edmundo González, ao votar em Caracas, expressou sua satisfação com a presença massiva de venezuelanos e disse confiar que as Forças Armadas vão “respeitar” os resultados.
“Hoje, mais do que nunca, os venezuelanos estão demonstrando que somos um só povo. O que vemos são linhas de alegria e esperança. Hoje começa um dia de reconciliação para todos os venezuelanos”, disse González, cercado por jornalistas, logo após votar.
“Estamos preparados para defender até a última votação”, disse González após votar em Caracas. “Confiamos nas nossas Forças Armadas para respeitar a decisão do nosso povo”, acrescentou.
18h40 Corina Machado celebra participação nas urnas
Ao chegar no centro de votação em Los Chorros, Caracas, às 14h (horário local), a opositora Corina Machado demonstrou confiança e afirmou que o número de participação de venezuelanos nas eleições passava de 9 milhões (42,1%) com base em dados da campanha de González até as 13h. O Conselho Nacional Eleitoral ainda não deu estimativas de participação.
18h36 Maduro promete respeitar resultados
Mais cedo neste domingo, ao ir votar em Caracas, Maduro afirmou que vai “garantir” que sejam respeitados os resultados das eleições. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro. “Apelo aos 10 candidatos presidenciais a respeitarem, a garantirem o respeito e a declararem publicamente que respeitarão o boletim oficial do Conselho Nacional Eleitoral.”
18h32 Acompanhe ao vivo a cobertura das eleições na Venezuela
Os locais de votação na Venezuela abriram as portas neste domingo às 6h (7H00 de Brasília) para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Nicolás Maduro, que aspira um terceiro mandato de seis anos, enfrenta o diplomata Edmundo González Urrutia.
Quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar em uma população de 30 milhões, embora analistas calculem que poderão comparecer às urnas apenas 17 milhões que estão no país e não migraram devido à dura crise da última década.
Os locais de votação devem permanecer abertos até 18h (19h de Brasília), com possibilidade de ampliação do horário em caso de necessidade.
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